By Pastors Wendell and Oriana Costa

terça-feira, 24 de junho de 2014

Eu creio em Deus do meu jeito; não preciso ler a Bíblia e não preciso ir a igreja.

A fé em Deus é algo maravilhoso. É algo que o mundo não explica, que a ciência ou palavras em si mesmas não tem o poder de explicar, mas que somente o Espírito de Deus pode confirmar que é real e funciona, pois escrito está:

Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os homens não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado. (João 16:8-11) 

Porém, os que verdadeiramente creem em Deus vão dar três sinais específicos de sua fé, que irão lhes diferenciar dos demais crentes. Primeiro, quem tem a verdadeira fé em Deus, a tem individualmente, contudo, vai sentir um enorme desejo de compartilhá-la com os outros, pois irá constatar diariamente que ela é poderosa e eficaz. 

No entanto, não é qualquer tipo de mensagem que o verdadeiro crente vai querer compartilhar, senão aquela que anuncia a salvação eterna. Então, aquele que tem a verdadeira fé em Deus vai procurar compartilhar o evangelho de Jesus Cristo onde quer que esteja (sem escandalizar, e de maneira pacífica, com sabedoria! - Mateus 18:7, 1Coríntios 8:9), pois é na mensagem de salvação que está revelada a justiça de Deus aos homens, e sobre a qual se firma em verdade toda a fé n'Ele. 

Quem não sente desejo, ou tem medo de compartilhar sua fé com os que estão a sua volta (1João 4:15-19) está agindo fora da justiça de Deus, pois Ele mesmo falou pelo profeta Isaías, por Seu Filho Jesus e pelo apóstolo Paulo as seguintes palavras:

Como são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem a Sião: "O seu Deus reina!" (Isaías 52:7)

Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas. (Marcos 16:15)

Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé". (Romanos 1:16-17)

Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: "Como são belos os pés dos que anunciam boas novas!" (Romanos 10:14-15)

Segundo, a verdadeira fé em Deus não fica sozinha, ela sempre vai querer estar perto daqueles que são iguais a ela. Portanto, a fé verdadeira em Deus nos leva a buscar congregar! 

Quem diz "eu creio em Deus na minha casa mesmo, não preciso congregar", acreditando no que "acha" ser certo, e sem se esforçar para estar sempre reunido com os demais da mesma fé, sempre arrumando desculpas para não se reunir com os outros, ou alegando que não congrega por achar que as denominações estão "cheias de falhas", está indo contra Cristo, pois o Senhor nos ensina:

Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão. (Mateus 7:1-5) - Atenção: o "julgar" que Deus nos fala aqui é o apontar de dedo, falar das falhas dos outros, que é a mesma coisa que criticar e condenar; e este tipo de julgamento é feito movido pelos próprios interesses, por ira, egoísmo ou soberba, sem pensar na salvação do próximo. Por isso Jesus nos diz que da mesma forma que criticamos e condenamos nosso próximo que erra, também seremos criticados e condenados, pois, por mais bonzinhos, justos e perfeitos que queiramos ser, nós erramos também!

Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles. (Mateus 18:20) 

Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia. Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus. (Hebreus 10:25-27). 

A palavra de Deus nos orienta a congregar pois é na convivencia uns com os outros como igreja do Senhor que, movidos pelo conhecimento da verdade que liberta:

  • nos confortamos uns aos outros;
  • nos socorremos materialmente na hora da necessidade; 
  • nos corrigimos dos nossos erros e somos livrados do mal com palavras sábias e bons conselhos; 
  • somos incentivados a não desistir de continuar aprendendo a palavra e a buscar conhecer a Deus, apesar das adversidades e das tentações do mundo;
  • perseveramos em continuar fazendo o bem e em sermos pacificadores, onde quer que estejamos, e ainda que nos façam mal;
  • perseveramos em perdoar as falhas uns dos outros e em nos arrependermos também das nossas. 
Sem congregarmos nenhuma das coisas citadas no parágrafo acima acontece, e assim ficamos carentes do agir de Deus! Para os que creem n'Ele, Deus se manifesta principalmente em conjunto, usando uns para os outros, para que a unidade na fé e a santidade geral sejam mantidas até sua volta. É por isso que Jesus orou intercedendo diante de Seu Pai por Sua igreja, antes de ser crucificado, dizendo as seguintes palavras:

Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo. Em favor deles eu me santifico, para que também eles sejam santificados pela verdade. Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste. (João 17:15-23)

Terceiro, a fé verdadeira em Deus jamais vai dizer "eu creio em Deus do meu jeito", estabelecendo uma maneira só sua de crer, fora da justiça de Deus revelada no ensino de Cristo. 

Quem realmente tem fé em Deus vai procurar aprender a Sua justiça, e não criar uma de sua própria cabeça, por entender que ela se encontra revelada na mensagem do evangelho. Portanto, quem realmente crê em Deus vai procurar andar conforme a vontade d'Ele, de todo o coração. Quem diz que crê em Deus do seu jeito, e vive conforme o que acha e o que lhe parece mais aceitável ou confortável materialmente falando, e não conforme o que Jesus ensina, está agindo contra a justiça de Deus. 

Jamais tires da minha boca a palavra da verdade, pois nas tuas ordenanças coloquei a minha esperança. Obedecerei constantemente à tua lei, para todo o sempre. Andarei em verdadeira liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos. Falarei dos teus testemunhos diante de reis, sem ser envergonhado. Tenho prazer nos teus mandamentos; eu os amo. A ti levanto minhas mãos e medito nos teus decretos. Lembra-te da tua palavra ao teu servo, pela qual me deste esperança. Este é o meu consolo no meu sofrimento: A tua promessa dá-me vida. Os arrogantes zombam de mim o tempo todo, mas eu não me desvio da tua lei. (Salmos 119:43-51) 

A verdade é a essência da tua palavra, e todas as tuas justas ordenanças são eternas. (Salmos 119:160)

Irmãos, o desejo do meu coração e a minha oração a Deus pelos israelitas é que eles sejam salvos. Pois posso testemunhar que eles têm zelo por Deus, mas o seu zelo não se baseia no conhecimento. Porquanto, ignorando a justiça que vem de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se submeteram à justiça de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para a justificação de todo o que crê. (Romanos 10:1-4)

Pastora Oriana Costa.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A Bíblia - Opiniões, interpretações e pontos de vista.


Fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno. (2 Coríntios 4:18)


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Para muitas pessoas, a Bíblia é mais um dos muitos livros religiosos que existem, cheio de informações que podem ser interpretadas de acordo com a maneira que cada leitor tem de vivenciar as coisas no mundo.

Assim, para uns, ela é repugnante e contraditória, ou não passa de uma coleção de pequenos livros de contos e fábulas judaicas, sem muita importância; para outros, seu conteúdo tem alguma relevância por conter relatos de acontecimentos históricos.

Para outras pessoas ainda, o tal livro serve de objeto de decoração religioso ou até de amuleto, pois muitos acreditam que nele há uma espécie de magia que livra as pessoas do mal, principalmente se o deixarem continuamente aberto no Salmo 91, na sala de estar. Além disso, a Bíblia não só fornece o conteúdo que baseia a fé cristã, mas também serve como livro de apoio à outras religiões que acreditam em Deus, como o espiritismo e o mormonismo.

No entanto, a Bíblia não é uma religião ou um livro religioso, ou mesmo místico, e sim um importante veículo de mídia, imparcial. É por ele que Deus concede aos homens o direito de se inteirarem sobre a justiça infalível e imutável que está em pleno exercício em todo o universo material que conhecemos, e que funciona a partir da eternidade. 

Ainda que a Bíblia seja objetiva em exibir o conhecimento da realidade espiritual e da operação da justiça de Deus, há muita confusão no entendimento de seu conteúdo. É interessante ver a gama de interpretações que surgem da leitura de um simples trecho bíblico, como por exemplo, o que se refere à história da criação do mundo e do homem, descrito em Gênesis, capítulo 1.

Alguns, ao lerem o intrigante relato, logo pensam: "isso não tem sentido!"; outros, tentam decifrar as palavras, como se elas estivessem escondendo seu real significado dentro de alguma espécie de código misterioso (e daí surgem diversas maneiras de entendimento, e, por conseguinte, o embasamento para diversas religiões). Outros ainda, se esforçam para relacionar o conteúdo do referido trecho bíblico à ciência, tentando provar a veracidade da Bíblia por esta. E por aí vai...

Isso tudo acontece porque, segundo a realidade física, podemos interpretar todas as coisas de diversas maneiras, inclusive o conteúdo bíblico, ainda que conhecendo-o a partir dos manuscritos originais. É exatamente por isso que existem tantas correntes de pensamento sobre a criação do mundo, sobre o dilúvio, sobre a volta de Jesus, sobre a igreja, sobre a santa ceia, sobre os batismos, sobre usos e costumes, etc..

Em Gênesis, o autor inicia o relato da criação do mundo mostrando claramente que tudo começou a partir de uma outra realidade que existe, mas não podemos entendê-la a partir do que conhecemos em nossa realidade material.

Percebemos isso pelo simples fato de não podemos imaginar algo "sem forma" e ao mesmo tempo "vazio", como lemos no segundo versículo de Gênesis. Não temos um referencial em nosso mundo para entendermos uma coisa sem forma. Até mesmo a água ou o vento tem formas, ainda que sejam irregulares. Em nossa realidade física, tudo tem uma forma.

No princípio Deus criou os céus e a terra. Era a terra sem forma e vazia; (...). (Gênesis 1:1-2)

Desse modo, não há como compreendermos o conteúdo bíblico com clareza somente tomando por base referenciais materiais. Assim, precisamos da ajuda do Criador para entender o que está escrito na Bíblia, pois não temos ideia de como é realmente a realidade eterna. Por muitos não discernirem esta situação, é que equivocadamente vão surgindo tantos pensamentos diferentes a partir do conteúdo das escrituras.

Por existir esta diversidade de interpretações, muitos pensam que a Bíblia não é um livro confiável por "aparentemente" se contradizer ao tratar de certos assuntos, como por exemplo: como o mesmo Deus que ordena "Não matarás"(Êxodo 20:13) ao seu povo, também ordena a este apedrejar até a morte qualquer um que, conhecendo a lei, for encontrado transgredindo-a (Números 15:32-36), ou a matar outros povos descendentes de Abraão, que se opuserem a Sua vontade (Os amalequitas eram descendentes de Esaú, neto de Abraão, e conheciam a lei mosaica - 1Samuel 15:2,3).

No entanto, se Deus se contradiz na lei mosaica, a lei dos Estados Unidos também é contraditória, se fizermos uma comparação entre as leis de ambos os povos, buscando analiza-las somente pela realidade física. Segundo a lei americana, matar é crime, e o infrator, quando descoberto, é condenado à morte, e as pessoas que irão executar o infrator sabem que irão "matá-lo" (isso não parece contraditório?). E o que dizer de tal nação, em relação aos civis inocentes de outras nações as quais os americanos declararam guerra, mortos nos ataques deles?

Matar é crime nos EUA, no entanto, a mesma lei que condena a quem mata usa a morte tanto como uma forma de punição para criminosos como para mostrar sua força em guerras. E mesmo que os EUA tenham esta justiça tão "contraditória", ainda é reconhecido como um dos países mais organizados em termos de aplicação da lei e uma das maiores potências econômicas do mundo.    

A Bíblia possui uma característica que a torna um livro completo, pois, de todos os livros que conhecemos, é o único que explica a si mesmo, por mais incrível que isso pareça. E ela apresenta este diferencial exatamente por focar na REALIDADE ESPIRITUAL. A realidade eterna só pode ser explicada com clareza a partir de referenciais que venham dela mesma.

O Rei Jesus, por exemplo, faz uma comparação do Seu Reino (que é espiritual) com coisas materiais, para que as pessoas tenham "uma ideia" do que ele é, e como ele é. Ele não tem como explicá-lo claramente usando coisas materiais; nós precisamos vê-lo para que saibamos realmente do que se trata - e aí entra a fé, pois Cristo nos promete que entraremos neste Reino se crermos n'Ele e obedecermos os seus mandamentos. De acordo com as escrituras, chegará o dia em que saberemos o que é e como é realmente o Reino de Deus.

Então Jesus perguntou: Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei? É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se tornou uma árvore, e as aves do céu se fizeram ninhos em seus ramos. Mais uma vez ele perguntou: A que compararei o Reino de Deus? É como o fermento que uma mulher misturou com uma grande quantidade de farinha, e toda a massa ficou fermentada. (Lucas 13:18-21)

Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. (Apocalipse 1:7)

Outras provas de que a Bíblia está apontando para a realidade espiritual é que, apesar de ter sido escrita por pessoas comuns, contém informações que, no tempo em que foram escritas, não tinham ainda sido comprovadas pela ciência; hoje sabemos que de fato são verdadeiras, e que aquelas pessoas não tinham como saber tais coisas se o próprio Criador não lhes tivesse dito. Eis alguns exemplos:
  • a forma redonda da terra (Isaías 40:22);
  • ciclo de evaporação e precipitação da água (Jó 36:27 e Amós 5:8);
  • as mulheres produzem óvulos (Gênesis 3:15 - As civilizações antigas não acreditavam que as mulheres produziam gametas, mas apenas ofereciam um ambiente propício para o gameta do homem se desenvolver. Apenas há cerca de 100 anos foi realmente comprovado pela ciência que as mulheres de fato produzem óvulos - que na Bíblia são chamados de "a semente da mulher", se referindo ao nascimento de Jesus, que foi gerado do poder de Deus sobre um óvulo de Maria, esposa de José)
Assim, dentro da Bíblia encontramos as respostas para todos os questionamentos que possam surgir com relação ao seu próprio conteúdo; o Antigo Testamento explica o Novo, e vice-versa, de modo que a Bíblia explica-se a si mesma, e, ao contrário do que muitos pensam, não se contradiz! O desafio deste estudo bíblico é especialmente expor esta verdade e levar cada um a, pelo menos, pensar no assunto com mais atenção. 

Exatamente por seu conteúdo ser de cunho espiritual, para podermos realmente entender do que tratam as escrituras e não sermos levados a mais um tipo de interpretação, ou acharmos que ela está se contradizendo e por isso não é confiável, é preciso pedir ajuda ao Seu Autor (orar a Deus) antes de lê-la, e procurar meditar devagar em cada informação.

Desta forma, com o passar do tempo, de uma maneira maravilhosa começamos a observar que cada trecho está convergindo para uma realidade que jamais conseguiríamos visualizar com nossos olhos naturais, e que está acima de qualquer pensamento derivado de nossas vivências neste mundo. É por isso que o profeta Isaías e o apóstolo Paulo dizem:

Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos. (Isaías 55:8-9)

Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus. Entretanto, falamos de sabedoria entre os maduros, mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era, que estão sendo reduzidos a nada. Pelo contrário, falamos da sabedoria de Deus, do mistério que estava oculto, o qual Deus preordenou, antes do princípio das eras, para a nossa glória. Nenhum dos poderosos desta era o entendeu, pois, se o tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória. Todavia, como está escrito: Olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam; mas Deus o revelou a nós por meio do Espírito. O Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as coisas mais profundas de Deus. Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus. (1 Coríntios 2:4-11)

No livro de Jó, vemos perguntas como estas:

Acaso você sabe como Deus comanda as nuvens e faz brilhar os seus relâmpagos? (Jó 37:15)

Qual o caminho por onde se repartem os relâmpagos? Onde é que os ventos orientais são distribuídos sobre a terra? (Jó 38:24)

Você sabe quando as cabras monteses dão à luz? Você está atento quando a corça tem o seu filhote? (Jó 39:1)

Para as perguntas acima a ciência tem respostas, baseada na observação dos acontecimentos, em experimentos e pesquisas. Contudo, as respostas que a ciência tem para essas e outras perguntas vem da aparência que as coisas tem no mundo. Assim, a ciência não sabe dizer o porquê de cada coisa existir, e o que está mantendo cada coisa funcionando perfeitamente, e são estas, de fato, as perguntas que Deus faz a Jó.

A ciência não tem como explicar com clareza, somente baseada em dados que consegue materialmente, de onde as forças físicas realmente estão vindo, ou de onde vem a força que coordena todas as outras e mantém os organismos vivos e funcionando, ou porque tudo está funcionando em perfeita sincronia no universo.

Devido ao fato de não podermos explicar (baseados somente no que conhecemos no mundo) estas situações, é que muitos acreditam no "acaso".

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Materialmente, precisamos estudar e praticar para aprender qualquer coisa; porém, no plano espiritual, não necessitamos ser ensinados por outros seres humanos, ou estudar e praticar para entendermos as coisas, e sim visualizar este plano: é assim que somos "ensinados" por Deus e compreendemos tudo!

Desta forma, quando Deus deseja revelar-se a nós, Ele simplesmente abre nossos olhos espirituais, e quando não, Ele os mantém fechados. Isso acontece independentemente da inteligência humana, ou do quanto sabemos o que está escrito na Bíblia; por isso, a existência da realidade espiritual não pode ser provada unicamente pela ciência dos homens, ou somente a partir da realidade material, mas somente com a intervenção do poder de Deus. 

Pois o Reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder. (1 Coríntios 4:20)

Certa vez, tendo sido interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: O Reino de Deus não vem de modo visível, nem se dirá: Aqui está ele, ou Lá está; porque o Reino de Deus está entre vocês. (Lucas 17:20-21)

Portanto, tentar convencer alguém que a Bíblia é verdadeira usando a ciência, por exemplo, só dá resultado se Deus interferir, pois as escrituras estão apontando para a realidade espiritual, cujo domínio pertence a Ele.

E também, tentar convencer alguém sobre a necessidade de salvação eterna só terá sucesso se o próprio Espírito de Deus cooperar com este trabalho, pois a salvação da condenação eterna é algo essencialmente espiritual. A responsabilidade de quem crê em Deus é anunciar a mensagem (que é espiritual) e a compreensão desta mensagem por quem a ouve é responsabilidade do Criador. Por isso Jesus diz:

Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que eu vou. Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os homens não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado. Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora. Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês. Tudo o que pertence ao Pai é meu. Por isso eu disse que o Espírito receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês. Mais um pouco e já não me verão; um pouco mais, e me verão de novo. (João 16:7-16)     

Muitos estão lendo a Bíblia e tentando interpretar seu conteúdo usando como parâmetros as informações que obtém em suas experiências no mundo, ou pela aparência das coisas, segundo aquilo que acham mais coerente fisicamente; mas, de fato, não irão conseguir compreeender a realidade espiritual apontada nos livros bíblicos sem visualizá-la! E só conseguimos visualizar a realidade eterna com a ajuda do Criador. A Bíblia nos fala sobre isso nesses trechos:

Mas é o espírito dentro do homem que lhe dá entendimento, o sopro do Todo-poderoso. (Jó 32:8)

Estão chegando os dias, declara o Senhor, quando farei uma nova aliança com a comunidade de Israel e com a comunidade de Judá. Não será como a aliança que fiz com os seus antepassados quando os tomei pela mão para tirá-los do Egito; porque quebraram a minha aliança, apesar de eu ser o Senhor deles, diz o Senhor. Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias, declara o Senhor: Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará ao seu próximo nem ao seu irmão, dizendo: Conheça ao Senhor, porque todos eles me conhecerão, desde o menor até o maior, diz o Senhor. Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados. (Jeremias 31:31-34)

Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm conhecimento. (1 João 2:20)

Quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em vocês, e não precisam que alguém os ensine; mas, como a unção dele recebida, que é verdadeira e não falsa, os ensina acerca de todas as coisas, permaneçam nele como ele os ensinou. (1 João 2:27)

É bem verdade que não precisamos estudar a Bíblia para entender a realidade espiritual, porque ela só é revelada pelo consentimento de Deus, segundo lemos nos trechos bíblicos acima. No entanto, materialmente, precisamos fazer nossa parte se realmente quisermos que Deus se revele a nós.

Assim, através da leitura e da meditação diária no conteúdo bíblico, motivados pela busca do entendimento da pessoa de Deus e de Sua justiça, é que nossos olhos espirituais são abertos e passamos a enxergar "o local" para onde as escrituras de fato estão apontando.

TUDO EM NOSSA REALIDADE MATERIAL ESTÁ ANCORADO NO ETERNO, OU SUBSISTE PELA REALIDADE ETERNA, e isso percebemos através do funcionamento das coisas na natureza e em nosso próprio corpo.

Portanto, se o indivíduo que lê e medita nas escrituras não estiver crendo realmente que Deus existe, que Ele é realmente o Criador de todas as coisas, e não o estiver buscando de todo o coração, não conseguirá visualizar a realidade eterna e irá entender a Bíblia segundo seu próprio ponto de vista. Por isso, o profeta Jeremias, o próprio Jesus e o Apóstolo Paulo falam:

Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. (Jeremias 29:13)

Dentro de pouco tempo o mundo já não me verá mais; vocês, porém, me verão. Porque eu vivo, vocês também viverão. Naquele dia compreenderão que estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês. Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama. Aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me revelarei a ele. (João 14:19-21)

Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos. Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom testemunho. Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi feito do que é visível. (Hebreus 11:1-3)

Desta forma, para termos nossos olhos espirituais abertos e enxergarmos a realidade eterna é preciso crer em Deus, e buscá-lo verdadeiramente. Ele conhece nossas intenções, e se revela apenas a quem realmente quer estar com Ele. Deus não revela sua realidade a humanos que não acreditam ou não se dispõem a crer n'Ele, por enquanto.

De fato, Sua Palavra nos fala que "todo o olho o verá" (Apocalipse 1:7), mas, quando isso acontecer, os que não acreditaram n'Ele antes deste evento permanecerão separados d'Ele para sempre.

Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam. (Hebreus 11:6)

Deus não perdoará os que insistem em sua incredulidade neste período em que Ele está oculto aos nossos olhos naturais, porque todos estão tendo chances de crer pelo que observam na natureza (ainda que não leiam a Bíblia), ou pelo menos desconfiar que as coisas não existem ao acaso e ir atrás de respostas, pois:
  • a terra é perfeitamente organizada, já está pronta à espera do homem quando ele nasce, e o homem retira dela o que precisa para continuar vivo; 
  • os seres humanos não tem poder para controlar ou prever todos os fenômenos naturais; 
  • a terra se refaz todo o tempo quer o homem interfira ou não, obedecendo a leis físicas e químicas não instituídas pelo homem, e que funcionam perfeitamente; 
  • a terra está em perfeito equilíbrio sem depender da interferência humana, e jamais sai de sua órbita; 
  • o homem não planeja seu próprio nascimento, não se mantém vivo de si mesmo, e também não pode impedir sua própria morte. 
A respeito disso, o Apóstolo Paulo fala:

Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis. (Romanos 1:18-20)

A realidade eterna funciona a partir de um único ponto de vista, aquele já estabelecido por Deus, e não dá brecha para outros, como vemos acontecer normalmente no mundo; é isso que torna a justiça de Deus invariável:

Meus amados irmãos, não se deixem enganar. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, que não muda como sombras inconstantes. (Tiago 1:16-17)

O apóstolo Paulo explica aos cristãos coríntios que, "se alguém está em Cristo é nova criação", de modo que este alguém deverá deixar para traz a antiga maneira de ver as coisas, ou seja, a maneira terrena de avaliar as coisas ("as coisas antigas já passaram"), e agora avaliá-las espiritualmente ("eis que surgiram coisas novas!"):

Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. De modo que, de agora em diante, a ninguém mais consideramos do ponto de vista humano. Ainda que antes tenhamos considerado a Cristo dessa forma, agora já não o consideramos assim. Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! (2 Coríntios 5:14-17)  

A seguir, vamos expor algumas situações para entendermos melhor a diferença entre as realidades material e eterna.

Materialmente, sempre vão existir dois pontos de vista básicos para qualquer coisa: o ponto de vista do bem, e o ponto de vista do mal, se desconsiderarmos a justiça eterna; tudo tem seu lado bom e seu lado ruim no plano físico. Então, a mentira, por exemplo, é boa para quem lucra com ela, e é má para quem por ela sofre prejuízo. E, com a verdade, acontece da mesma forma.

No entanto, a mentira, quando descoberta, provoca medo de punição, vergonha ou remorso em quem mentiu, e também provoca desejo de vingança, ira, revolta e/ou tristeza em quem foi enganado. A verdade, por sua vez, ainda que dura e difícil, quando aparece traz alívio, paz, arrependimento, libertação, correção, coloca as coisas em ordem, e dá até mesmo alegria, tanto para quem propaga quanto para quem recebe.

Já espiritualmente, a verdade é uma virtude, e a mentira é, e, sempre será uma transgressão, porque espíritos sabem e vêem todas as coisas; e, como Deus é espírito, a Ele ninguém engana.

Assim, Deus é sempre verdadeiro, odeia QUALQUER mentira e exerce juízo sobre ela. Quem realmente crê em Deus, logo, vai buscar não mentir, por estar visualizando a realidade espiritual apontada pela Palavra, ainda que sua alma queira contar uma mentirinha movida por desejo de lucro, pena, medo, decepção, inveja, vingança, etc..

Aquele que crê realmente em Deus sempre vai preferir falar a verdade, ainda que sofra ou perca alguma coisa materialmente, por enxergá-la eternamente.

Desta forma, de acordo com a realidade eterna, a verdade é unicamente boa, e a mentira é unicamente má. Não há pontos de vista para as duas situações, mas uma única maneira de vê-las, e que é invariável e infalível. A verdade e a mentira estão sujeitas a uma lei espiritual que foi instituída pelo Criador, que tudo sabe, tudo vê, e simplesmente abomina qualquer forma de engano.

Curiosamente, mesmo sabendo que a mentira é uma ação que tem uma consequencia não muito agradável, e que dizer a verdade é o melhor caminho, várias pessoas continuam presas à mentira e não conseguem se libertar dela sozinhas, ainda que frequentando uma igreja ou fazendo estudos bíblicos. Isso acontece porque, para realmente pararmos de mentir precisamos estar enxergando a realidade espiritual. Não basta só sabermos que mentira é algo ruim, mas é preciso ter consciência do que é a mentira espiritualmente.

Decorar que "os que amam e praticam a mentira ficarão de fora do Reino de Deus" (Apocalipse 22:15) não vai impedir de sermos levados pelo desejo errado das nossas almas. Para não continuarmos enganando as pessoas é necessário obedecer a Deus andando em Sua Justiça por convicção, e só conseguimos isso se o conhecermos além da letra, visualizando a realidade eterna ou espiritual. Só encontra motivação para obedecer a Deus sem se deixar levar pelos impulsos de sua carne quem realmente o conhece; e isso observamos nos versículos a seguir:

Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra. (Oséias 6:3)

Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo. Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou. (1 João 2:1-6)

Uma outra situação curiosa, que se enquadra no tema que estamos tratando é: Se Jesus é Deus, e o Antigo Testamento fala de Cristo, e este cumpriu o que foi predito pelos antigos profetas, porque a maioria dos judeus não acredita que Jesus é o messias prometido por Deus ao seu povo, e não aceita o que está escrito no Novo Testamento? Simples: eles ainda estão "cegos e surdos espiritualmente", apesar de saberem as escrituras decoradas e darem um banho de conhecimento em qualquer um que quiser lhes refutar a fé.

No entanto, foi o próprio Deus quem os castigou não se revelando a eles devido a sua desobediência, aparecendo bem diante de seus olhos materialmente, contudo, sem se deixar ser reconhecido espiritualmente pela maioria deles.

Pilatos então voltou para o Pretório, chamou Jesus e lhe perguntou: Você é o rei dos judeus? Perguntou-lhe Jesus: Essa pergunta é tua, ou outros te falaram a meu respeito? Respondeu Pilatos: Acaso sou judeu? Foram o seu povo e os chefes dos sacerdotes que entregaram você a mim. Que é que você fez? Disse Jesus: O meu Reino não é deste mundo. Se fosse, os meus servos lutariam para impedir que os judeus me prendessem. Mas agora o meu Reino não é daqui. Então, você é rei!, disse Pilatos. Jesus respondeu: Tu dizes que sou rei. De fato, por esta razão nasci e para isto vim ao mundo: para testemunhar da verdade. Todos os que são da verdade me ouvem. (João 18:33-37)

Poucos judeus (incluindo os apóstolos) reconheceram Jesus como a pessoa de Deus e como Seu Rei enquanto Ele esteve na terra; de fato, até agora Cristo tem sido enxergado e reconhecido como Salvador e Rei por outros povos da terra, e não pela maioria dos judeus.

Isso está acontecendo para que a mensagem de reconciliação com Deus seja anunciada às outras nações da terra até o tempo estabelecido por Ele, e então, Ele se revelará ao seu antigo povo e em seguida levará a todos os que creem para seu Reino definitivamente, ressuscitando e transformando a todos. Esta é uma situação estabelecida espiritualmente e não pode ser compreendida senão com a ajuda do próprio Criador. Sem a intervenção d'Ele, a compreensão desta situação é impossível, pois materialmente aparenta ser duvidosa, mirabolante ou não ter sentido algum.

Pois eu lhes digo que Cristo se tornou servo dos que são da circuncisão, por amor à verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos patriarcas, a fim de que os gentios glorifiquem a Deus por sua misericórdia, como está escrito: Por isso, eu te louvarei entre os gentios; Cantarei louvores ao teu nome. E também diz: Cantem de alegria, ó gentios, com o povo dele. E mais: Louvem o Senhor, todos vocês, gentios; cantem louvores a ele todos os povos. E Isaías também diz: Brotará a raiz de Jessé, aquele que se levantará para reinar sobre os gentios; estes colocarão nele a sua esperança. (Romanos 15:8-12)

Para concluir nosso estudo sobre interpretações e pontos de vista bíblicos, vamos analizar um assunto que sempre causa grande polèmica no meio cristão: Quem vai entrar no Reino de Deus ou não, no Dia da vinda de Cristo. A seguir, três versículos bem conhecidos nos mostrarão quem entrará no Reino de Deus definitivamente, e quem ficará fora d'Ele para sempre:

Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. (1 Coríntios 6:9-10)

Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; odio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. (Gálatas 5:19-21)

Felizes os que lavam as suas vestes, para que tenham direito à árvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas. Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira. (Apocalipse 22:14-15)

Os trechos bíblicos acima são contundentes no que diz respeito ao julgamento de Deus sobre certas práticas, as quais o apóstolo Paulo deixa claro se tratarem de "perversidades", pois chama os seus praticantes de "perversos". O problema está exatamente aí, pois, muitos alcoólatras, homossexuais, adúlteros, idólatras, avarentos, imorais, feiticeiros, etc., não se acham pessoas perversas vivendo como vivem. 

No entanto, quando o apóstolo Paulo fala que "os perversos não herdarão o Reino de Deus", não está falando de perversidade segundo o que este mundo a entende ser, e sim da "perversão da justiça eterna ou da justiça de Deus, que é ESPIRITUAL". Segundo este mundo, se alguém adultera sem que seu conjuge saiba (para não machucá-lo e manter o casamento), mas paga todas as suas contas, não deixa nada faltar em casa, é um bom pai ou uma boa mãe, faz a caridade, então, este alguém é uma boa pessoa. 

Porém, essa é a visão física, humana, da situação. Espiritualmente, o(a) adúltero(a), por mais bonzinho ou boazinha que aparente ser, está transgredindo a justiça eterna em vários pontos, pois, para mater sua infidelidade conjugal tal pessoa se vê obrigada a mentir para sua família constantemente, deixando de dar a atenção e o cuidado que deveria aos filhos e ao conjuge para manter sua satisfação num outro relacionamento. Então, tal pessoa precisa se arrepender e deixar de adulterar, ou do contrário, Deus não lhe salvará da condenação eterna, e consequentemente, ela não entrará no Reino.

Espiritualmente, nossos atos de bondade não tem poder para cobrir nossas transgressões diante de Deus! Eternamente, nossas transgressões só são apagadas pela fé em Jesus Cristo, e aquilo que é injustiça ou perversidade aos olhos de Deus deve ser abandonado como prova de que estamos crendo realmente n'Ele, ou do contrário nossa fé será vã. Por isso, o apóstolo Tiago fala:

De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo? Se um irmão ou irmã estiver necessitando de roupas e do alimento de cada dia e um de vocês lhe disser: Vá em paz, aqueça-se e alimente-se até satisfazer-se, sem porém lhe dar nada, de que adianta isso? Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta. Mas alguém dirá: Você tem fé; eu tenho obras. Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras. Você crê que existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios crêem — e tremem! Insensato! Quer certificar-se de que a fé sem obras é inútil? Não foi Abraão, nosso antepassado, justificado por obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar? Você pode ver que tanto a fé como as suas obras estavam atuando juntas, e a fé foi aperfeiçoada pelas obras. Cumpriu-se assim a Escritura que diz: Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça, e ele foi chamado amigo de Deus. Vejam que uma pessoa é justificada por obras, e não apenas pela fé. (Tiago 2:14-24) 

Então, quem crê verdadeiramente em Cristo, entenderá espiritualmente os trechos bíblicos referentes a quem vai e quem não vai herdar o Reino de Deus, e provará isso a Ele e aos homens, se arrependendo e deixando toda e qualquer prática que se enquadre dentro daquilo que Deus intitula como perversidade ESPIRITUALMENTE ou ETERNAMENTE. Jesus pagou um preço muito alto entregando sua vida em sacrifício para nos dar chance de SERMOS JUSTIFICADOS DE NOSSAS TRANSGRESSÕES DIANTE DO CRIADOR E LIVRADOS OU SALVOS DA CONDENAÇÃO À MORTE ETERNA, e o preço que pagamos é provar que estamos crendo nisso de todo o coração. Sobre isso o apóstolo Paulo fala:

Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória. Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria. É por causa dessas coisas que vem a ira de Deus sobre os que vivem na desobediência, as quais vocês praticaram no passado, quando costumavam viver nelas. Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar. Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador. (Colossenses 3:1-10)

Se analisada materialmente, a Bíblia não passa de mais um livro religioso, que até contém alguns bons valores morais e éticos, algumas palavras sábias, mas que também irá conter um monte de afirmações sem sentido, contradições e acontecimentos totalmente loucos e fictícios, que se parecerão com coisas de contos de fadas.

Enfim, sem termos noção da realidade eterna é fácil tirar conclusões equivocadas das escrituras, e chegarmos até a pensar que elas contém erros de interpretação, ou que as pessoas que a escreveram eram sonhadoras, insanas, radicais, masoquistas, etc..

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Disse Jesus: "Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair." (João 6:44)


Pastora Oriana Barros.