By Pastors Wendell and Oriana Costa

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Estudo do Salmo 119 - Parte 5: do versículo 49 ao 60.

Esta é uma continuação do estudo do Salmo 119. Na parte 4 estudamos dos versículos trigésimo sétimo ao quadragésimo oitavo; na parte 5, estudaremos do quadragésimo nono ao sexagésimo.

Versículos 49, 50 e 51:

(49)Lembra-te da tua palavra ao teu servo, pela qual me deste esperança. (50)Este é o meu consolo no meu sofrimento: A tua promessa dá-me vida. (51)Os arrogantes zombam de mim o tempo todo, mas eu não me desvio da tua lei. (NVI)

(49)Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar. (50)Isto é a minha consolação na minha aflição, porque a tua palavra me vivificou. (51)Os soberbos zombaram grandemente de mim; contudo não me desviei da tua lei. (ACRF)

Sobre o versículo 49:

Deus jamais esquece daquilo que nos promete, porque Ele sabe que estaremos esperando n'Ele, confiando em Sua fidelidade. Se esperamos naquilo que o Senhor estabeleceu eternamente, fazemos sabendo que Ele cumprirá o que prometeu.

Sobre o versículo 50: 

Saber que Deus cumprirá suas promessas e jamais mudará aquilo que estabeleceu, é o verdadeiro consolo daqueles que confiam n'Ele. O Senhor promete dar a Vida Eterna aos que, por crerem n'Ele, perseveram em andar conforme Sua justiça (Confira João 3:15, João 6:47, 1João 2:25), e este é o maior e melhor presente que alguém poderia receber em toda a sua existência.

O salmista deixa claro que só não sucumbe diante das adversidades por saber que Deus lhe dá a Vida Eterna que promete em Sua palavra.

Sobre o versículo 51:

É comum indivíduos que não acreditam na palavra de Deus zombarem daqueles que perseveram em cumprir os mandamentos eternos. De fato, isso é um obstáculo para minar a fé dos que confiam em Deus, pois certamente um sentimento de tristeza tenta se apoderar dos corações no momento em que são desestimulados a continuar.

O salmista testemunha que foi zombado, contudo, não deixou de andar nos caminhos do Senhor por causa disso: e isso quer dizer que ele não se deixou levar pelos seus sentimentos ou pela aparência deste mundo, pois estava consolado e fortalecido naquilo que sabia sobre Deus através de meditar em Sua palavra.

Pela própria palavra de Deus, sabemos que quem anda longe d'Ele não consegue enxergar na dimensão espiritual (dádiva concedida pelo Senhor somente aos que o buscam de todo o coração - Confira Jeremias 29:13); e sem enxergar na dimensão espiritual é impossível entender não só a existência de Deus, como também entender que existe uma justiça infalível proveniente d'Ele operando entre nós desde a eternidade.

Desta forma, o motivo da zombaria vinda daqueles que não acreditam em Deus é este: eles não conseguem visualizar as coisas espirituais, porque o próprio Deus está mantendo seus olhos e ouvidos espirituais fechados (Confira Isaías 6:9,10; João 12:37-41), como um juízo sobre a falta de interesse desses em buscá-lo (Confira Jó 34:21; Salmos 44:20, 21).

Na carta de Paulo aos cristãos coríntios, podemos ler o seguinte:

Pois, quem dentre os homens conhece as coisas do homem, a não ser o espírito do homem que nele está? Da mesma forma, ninguém conhece as coisas de Deus, a não ser o Espírito de Deus. Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente. Delas também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito, interpretando verdades espirituais para os que são espirituais. Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente. (1 Coríntios 2:11-14, NVI)     

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Versículos 52, 53 e 54:

(52)Lembro-me, Senhor, das tuas ordenanças do passado e nelas acho consolo. (53)Fui tomado de ira tremenda por causa dos ímpios que rejeitaram a tua lei. (54)Os teus decretos são o tema da minha canção em minha peregrinação. (NVI)

(52)Lembrei-me dos teus juízos antiqüíssimos, ó Senhor, e assim me consolei. (53)Grande indignação se apoderou de mim por causa dos ímpios que abandonam a tua lei. (54)Os teus estatutos têm sido os meus cânticos na casa da minha peregrinação. (ACRF)

Sobre o versículo 52:

A palavra de Deus tem poder para consolar nossos corações enquanto vivemos neste mundo mau, ainda que ela tenha sido publicada há muito tempo atrás, porque Deus tem comprovado Sua fidelidade através dela.


A justiça de Deus não varia com o passar do tempo; mesmo que se passem séculos e milênios, e as pessoas mudem de comportamento para se adaptarem às descobertas científicas e aos avanços tecnológicos, ela continua agindo e fazendo os mesmos efeitos de sempre, pois ela é SOBRENATURAL: ela tem poder para agir no mundo (seja em que época for), porém, não vem dele e não pertence a ele (Confira Isaías 55:9; João 8:23; 2Timóteo 2:13; Hebreus 4:12,13 e 13:8; Tiago 1:17).

Sobre o versículo 53:

De fato, não teríamos para quê ficarmos irados com pessoas que vivem conforme dita o mundo e nem sequer conhecem a palavra de Deus. Quem não conhece as escrituras não tem como rejeitá-las, visto que não sabe de Sua existência. Contudo, neste versículo o salmista está se referindo a pessoas que tiveram acesso ao conhecimento da justiça de Deus, mas, rejeitaram-no; e é isso o que desperta nele indignação ou ira. 

Assim como o salmista, podemos realmente ficar entristecidos e até irados ou indignados ao vermos indivíduos que, após terem acesso ao conhecimento da verdade que liberta, simplesmente desconsideram este saber tão precioso e poderoso, capaz de dar vida a quem por ele busca.

No entanto, precisamos lembrar de um detalhe importante: não podemos agir movidos por ira (ou movidos por quaisquer outros sentimentos advindos da nossa carne), ou, do contrário, estaremos indo de encontro à justiça de Deus!

Nas cartas dos apóstolos encontramos os seguintes ensinamentos:

Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apazigüem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem lugar ao diabo. (Efésios 4:26,27, NVI)

Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. (Tiago 1:19,20, NVI)

Então, podemos até ficar irados por qualquer coisa, mas não podemos agir pelo que sentimos, pois além de não andarmos na justiça de Deus, estaremos dando lugar ao diabo.

Sobre o versículo 54:

O salmista, neste trecho, nos fornece duas informações importantes: a primeira é que a palavra de Deus pode (e deve!) ser tema e conteúdo das letras de canções que comumente ouvimos e cantamos; e a segunda é que nós, os que cremos em Jesus Cristo e ainda estamos neste mundo, somos como peregrinos ou como estrangeiros nele. 

Quando cantamos trechos da palavra de Deus estamos não somente louvando e glorificando a Ele em perfeição, mas, também, proclamando ou divulgando Sua justiça onde quer que estejamos. Cantar o conteúdo das escrituras nos ajuda a  memorizá-la melhor, além de contribuir para que sempre lembremos Sua fidelidade e Seus mandamentos, a fim de cumprí-los.

Cantar a palavra de Deus também é uma declaração pública de que o amamos, de que temos prazer no Seu agir, e de que estamos felizes e satisfeitos com Sua fidelidade e justiça (Confira Salmos 1:1,2; Salmos 7:17; Salmos 30:4; Salmos 35:27; Salmos 57:9; Salmos 66:2; Salmos 101:1; Salmos 105:2; Salmos 138:4,5).

Durante o processo de crescimento espiritual dos que seguem a Cristo, portanto, é normal que, com o passar do tempo, as canções de louvor a Deus (baseadas somente nas escrituras!) substituam gradativamente as canções seculares que costumeiramente ouvem e cantam.

Assim sendo, observamos que esta é uma dentre outras mudanças que acontecem quando começamos a viver conforme a justiça de Deus; também, é um dos sinais de que a consciência que não pertencemos mais a este mundo foi gerada dentro do coração, e de que agora estamos vivendo na terra como peregrinos ou estrangeiros, e trabalhando nela como embaixadores do Reino (Confira em 2Coríntios 5:20).

A consciência de que não pertencemos mais a este mundo e estamos nele como estrangeiros, não chega ao nosso entendimento imediatamente após o início do processo de conversão, mas, pode levar anos para se concretizar.

À medida que vamos meditando nas escrituras, aos poucos o conhecimento do alto vai descendo ao nosso coração e vai fazendo sentido; desta forma, Deus nos capacita a perceber que fomos "parcialmente retirados" deste mundo mau (retirados em espírito), e agora estamos nele só por algum tempo (com nossos corpos físicos), até que aconteça o tão esperado dia do nosso resgate total (Confira em João 14:1-4, 2Coríntios 4:14, 1Tessalonisensses 4:15-18).

Quem vive longe de Deus, ou vive segundo sua própria justiça, não é capaz de perceber que um seguidor de Cristo foi retirado do mundo (espiritualmente) e entrou no Reino de Deus. Por isso, vemos o Senhor Jesus Cristo dizer estas palavras:

Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem. Pois nos dias anteriores ao dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem. Dois homens estarão no campo: um será levado e o outro deixado. Duas mulheres estarão trabalhando num moinho: uma será levada e a outra deixada. (Mateus 24:37-41, NVI) - Assim como Noé e sua família entraram na arca sem que os outros percebessem, os verdadeiros cristãos estão sendo retirados do mundo e entrando no Reino de Deus, sem que o mundo possa perceber. No Dia que o Senhor vier e mostrar Sua face, os que vivem de acordo com o mundo verão o que aconteceu, porém, será tarde demais para eles, por não terem crido e entrado no Reino de Deus pela fé antes da vinda d'Ele

Vocês serão meus amigos, se fizerem o que eu lhes ordeno. Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido. Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome. Este é o meu mandamento: amem-se uns aos outros. Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes odiou a mim. Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia. (João 15:14-19, NVI)

Eu revelei teu nome àqueles que do mundo me deste. Eles eram teus; tu os deste a mim, e eles têm guardado a tua palavra. Agora eles sabem que tudo o que me deste vem de ti. Pois eu lhes transmiti as palavras que me deste, e eles as aceitaram. Eles reconheceram de fato que vim de ti e creram que me enviaste. Eu rogo por eles. Não estou rogando pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus. Tudo o que tenho é teu, e tudo o que tens é meu. E eu tenho sido glorificado por meio deles. Não ficarei mais no mundo, mas eles ainda estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um. Enquanto estava com eles, eu os protegi e os guardei pelo nome que me deste. Nenhum deles se perdeu, a não ser aquele que estava destinado à perdição, para que se cumprisse a Escritura. "Agora vou para ti, mas digo estas coisas enquanto ainda estou no mundo, para que eles tenham a plenitude da minha alegria. Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou. Não rogo que os tires do mundo, mas que os protejas do Maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. (João 17:6-17, NVI)

Também podemos ler o seguinte sobre nossa peregrinação na terra:

Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar. Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade. (Hebreus 11:12-16, NVI)

Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam. Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma. Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção. (1 Pedro 2:9-12, NVI)

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Versículos 55, 56 e 57:

(55)Lembrei-me do teu nome, ó Senhor, de noite, e observei a tua lei. (56)Isto fiz eu, porque guardei os teus mandamentos. (57)O Senhor é a minha porção; eu disse que observaria as tuas palavras. (ACRF)

(55)De noite lembro-me do teu nome, Senhor! Vou obedecer à tua lei. (56)Esta tem sido a minha prática: Obedecer aos teus preceitos. (57)Tu és a minha herança, Senhor; prometi obedecer às tuas palavras. (NVI)

Os três versículos desse trecho estão formando um só raciocínio. No versículo 57 o salmista diz que Deus é a sua herança ou a sua porção, e isso quer dizer que Deus é para ele a coisa mais importante de sua vida, em que coloca toda sua esperança e confiança; por causa disso, ele prometeu ao Senhor observar Seus mandamentos, ou seja, ele está desejando aprender a justiça eterna para em seguida obedecê-la. 

Porém, sem a ajuda de Deus, mesmo que nós tenhamos acesso ao conhecimento da palavra através do conteúdo bíblico, não conseguimos cumprí-lo de nossas próprias forças e inteligências. 

Nossas capacitações naturais pertencem à realidade física, e nos foram dadas pelo Criador para sobrevivermos na terra, enquanto os mandamentos de Deus pertencem à realidade espiritual, e nos foram dados por Ele para que possamos viver espiritualmente. 

Ao sondar nossos corações e ver que nossa intenção é realmente obedecê-lo, que não estamos fingindo a fé ou não estamos duvidando de sua existência ou promessas, o Senhor se revela a nós e nos capacita a andar em Seus caminhos, para que possamos ser dignos de cidadania em Seu Reino e assim tenhamos vida no espírito.

Nos trechos bíblicos a seguir vemos a confirmação das afirmações acima:   

O Senhor sonda todos os corações e conhece a motivação dos pensamentos. Se você o buscar, o encontrará, mas, se você o abandonar, ele o rejeitará para sempre. (1 Crônicas 28:9, NVI)

Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança está em ti o tempo todo. (Salmos 25:4,5, NVI)

Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor. Como poderia alguém discernir o seu próprio caminho? (Provérbios 20:24, NVI)

Vocês clamarão a mim, virão orar a mim, e eu os ouvirei. Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. Eu me deixarei ser encontrado por vocês", declara o Senhor. (Jeremias 29:12-14, NVI)

Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam. (Hebreus 11:6, NVI)

Aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá coisa alguma do Senhor; é alguém que tem mente dividida e é instável em tudo o que faz. (Tiago 1:6-8, NVI)

Então, foi exatamente isso que Deus fez com o salmista: sondou seu coração, julgou-o, observando se seu discurso correspondia às suas reais intenções, e o abençoou para que as palavras do versículo 56 se tornassem realidade em sua vida: "Esta tem sido a minha prática: Obedecer aos teus preceitos."

E o salmista deixa claro que o Senhor o ajuda a andar em Seus caminhos até de noite; isso quer dizer que, até na hora do dia em que ele se encontra muito cansado e com sono, precisando realmente parar e descansar, ainda é plenamente capaz de lembrar do Senhor e obedecer aos Seus mandamentos. 

Muitas vezes, usamos como desculpas para dizer que falhamos em seguir o ensino de Cristo as situações que passamos, ou as limitações do nosso corpo; no entanto, ao lermos estes três versículos do Salmo 119, somos confrontados por Deus de maneira que se estamos colocando desculpas para não cumprir Sua palavra, é porque não estamos fazendo do Senhor a nossa herança, assim como declarou o salmista.

Se não desejarmos de todo o coração e buscarmos antes de qualquer coisa o Reino de Deus e Sua justiça, logo, de modo algum receberemos ajuda de Deus para entendermos e cumprirmos Seus mandamentos, porque Ele sonda nossos corações e sabe exatamente aquilo que intentamos fazer. Escrito está:  

Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração. Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas. (Hebreus 4:12,13, NVI) 

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Versículos 58, 59 e 60:

(58)Roguei deveras o teu favor com todo o meu coração; tem piedade de mim, segundo a tua palavra. (59)Considerei os meus caminhos, e voltei os meus pés para os teus testemunhos. (60)Apressei-me, e não me detive, a observar os teus mandamentos. (ACRF)

(58)De todo o coração suplico a tua graça; tem misericórdia de mim, conforme a tua promessa. (59)Refleti em meus caminhos e voltei os meus passos para os teus testemunhos. (60)Eu me apressarei e não hesitarei em obedecer aos teus mandamentos. (NVI)


Novamente, o raciocínio dos três versículos acima estão interligados. A palavra de Deus nos diz que Ele favorece de forma especial aqueles que se humilham diante d'Ele, que buscam ver Sua face Naquele Dia e estarem com Ele para sempre. No entanto, o favor do qual fala o salmista no versículo 58 é a salvação eterna, e só Deus pode conceder tal graça aos homens.

É por isso que, nos versículos seguintes, o salmista declara que considerou ou refletiu em sua conduta e preferiu seguir apressadamente (sem mais demoras, sem colocar empecilhos) e sem hesitação (sem duvidar) a justiça de Deus; ele preferiu dar testemunho de Deus, em vez de satisfazer seu ego ou realizar os seus próprios desejos. Somente através desta escolha, que vem da fé em Jesus Cristo, é que obtemos a vida eterna.  

Os versículos seguintes confirmam as afirmações do trecho em questão:  

Obedeçam aos meus decretos e ordenanças, pois o homem que os praticar viverá por eles. Eu sou o Senhor. (Levítico 18:5, NVI)

Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás. (Salmos 51:17, NVI)

Deus "retribuirá a cada um conforme o seu procedimento". Ele dará vida eterna aos que, persistindo em fazer o bem, buscam glória, honra e imortalidade. Mas haverá ira e indignação para os que são egoístas, que rejeitam a verdade e seguem a injustiça. (Romanos 2:6-8, NVI)

Atenção: É importante observar que existe uma grande diferença entre fé bíblica e a que pertence ao mundo! A fé exposta na Bíblia é proveniente da realidade espiritual, e sempre nos leva a observar os mandamentos estabelecidos por Deus (ela não existe independente da justiça de Deus, que é imutável e infalível); logo, é uma fé sobrenatural, que é gerada no coração do homem a partir da realidade eterna e não baseada em acontecimentos físicos, e que, por isso, não muda e não acaba com o passar do tempo ou com mudança de situações.

À medida que o tempo passa, a fé que vem de Deus amadurece no coração do homem e não morre, ou seja, ela cresce e se fortalece até o último dia de vida na terra. Ela leva o homem a dar os frutos do espírito (Confira Gálatas 5:22,23), e possui um só alvo, que é a salvação das almas, ou a herança da vida eterna em Cristo.

Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo. Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos. Aquele que diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou. (...) E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna. (1 João 2:2-6;  2:25, NVI)

A fé que vem do mundo ou gerada no coração do homem pela realidade física, no entanto, é aquela proveniente das experiências vividas no mundo, ou das aparências das coisas terrenas; ela fala no que acredita, contudo, nem sempre leva a algum tipo de compromisso, além de mudar constantemente, conforme mudam as situações.

Ela só dura enquanto aquilo que a está motivando existe, por isso, está sempre começando e terminando, de acordo com a mudança da motivação. Quando está ligada a leis ou regras (sempre estabelecidas por homens), é incerta e inconstante, geradora de confusão e violência, porque leis e regras estabelecidas por seres humanos estão sempre mudando e deixando de serem cumpridas por eles mesmos.

A fé que vem do mundo vai sempre diminuindo e morrendo no coração do homem conforme passa o tempo, ou seja, ela é finita. Ela acaba se transformando em muitas angústias, desilusões e decepções, pois possui vários alvos, todos materiais, nascidos dos desejos e sentimentos que afloram na alma no percurso da vida na terra.

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Missionária Oriana Costa







terça-feira, 7 de julho de 2015

Será que a volta de Jesus é mesmo conto da carochinha?

Muita gente acha que é conto da carochinha a volta de Jesus, porque é um evento que parece impossível de acontecer de tão "mirabolante" que parace ser para a nossa concepção humana das coisas. Contudo, neste mundo, ninguém de si mesmo tem certeza absoluta de como as coisas espirituais funcionam, de como este universo foi criado, de como a terra foi feita e de como a vida existe.


Todas as premissas que a ciência propõe são baseadas em aparências, a partir da observação de coisas que já existem muito antes de nós, e não no testemunho ocular de como as coisas aconteceram desde o início da criação. As aparências podem nos enganar!

Podemos acreditar ou não no que os cientistas dizem, e podemos acreditar ou não nos testemunhos bíblicos, como também podemos chegar num consenso entre as duas fontes de informação.

No entanto, acreditar somente nos cientistas não faz de alguém uma pessoa mais sensata do que outra que acredita mais nas sagradas escrituras: por causa do mistério que há na existência das coisas, estamos livres para crer no que quisermos no âmbito espiritual. Até mesmo os cientistas estão livres para crer em Deus, e isso não faz deles pessoas menos úteis à sociedade, menos inteligentes ou menos sensatas!

Quem estiver convicto do que crê, que permaneça na sua fé, pois sempre chega o dia na vida de cada ser humano em que a certeza das coisas aparece diante dos olhos.

Contudo, quem não tem poder para dar vida a si mesmo, nem tem poder para impedir sua própria morte, não tem propriedade alguma para se fazer dono da verdade e dizer que uma coisa ou outra pode acontecer ou não espiritualmente, somente baseado em suas experiências no mundo, ou no que pode ver com os olhos naturais.

Se a certeza que temos sobre determinado assunto vem somente do que podemos observar ao nosso redor, ainda não estamos seguros sobre o que sabemos.

Missionária Oriana Costa.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Por que Jesus precisou morrer sacrificado, e quem está representando o Reino de Deus na terra hoje?


Deus ama os homens que criou, ainda que estejam longe d'Ele. E tanto ama, que provou isso se fazendo um ser humano como nós para pagar o preço por cada um, entregando sua vida em sacrifício. Nosso Rei quis nos dar a chance de ficarmos perto d'Ele para sempre, no Dia em que Ele mostrar Sua face às nações da terra. 


O pagamento pela transgressão da lei de Deus é a morte espiritual e física; porém, nenhum ser humano tem como pagar este preço, porque o próprio Deus já condenou todas as pessoas a estas mortes. Assim, toda a humanidade está condenada à morte eterna, porque todo aquele que não consegue se justificar por si mesmo de sua transgressão está morto para Ele. 

"Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus." (Romanos 3:23, NVI)

"Da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram." (Romanos 5:12, NVI)

"O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. "(Romanos 6:23, NVI)

Da mesma maneira que Adão, ninguém consegue obedecer à lei de Deus totalmente, porque infelizmente nós nos deixamos levar pelos impulsos dos nossos sentimentos e desejos carnais. Nós transgredimos a lei de Deus o tempo todo, sem perceber e sem nos arrepender disso (o arrependimento verdadeiro de pecados só vem ao nosso coração se o próprio Deus permitir que nos enxerguemos como transgressores de Sua lei).    

"Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós." (1 João 1:8-10, NVI)

Então, a única maneira de justificar a cada um de nós, pecadores, seria alguém que ainda estivesse "vivo eternamente", e jamais transgredisse a lei de Deus, morresse espiritualmente e fisicamente em sacrifício no lugar de todos. Se o único que sobrou vivo e fiel a Deus foi Ele mesmo, então Ele teria que ser sacrificado para dar a chance de justificação a todos. 

"Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai." (Filipenses 2:5-11, NVI)

Desta maneira, por muito nos considerar e querer, Ele escolheu deixar seu trono na eternidade e veio até nós como um ser humano, para obedecer a si mesmo sem falhar e depois entregar sua vida para ser sacrificada por Seu próprio povo: os israelitas tinham sido separados desde a antiguidade para representar o Reino de Deus no mundo, obedecendo a mandamentos que lhes tinham sido entregues pelo Senhor através de Moisés (contudo, nem eles mesmos conseguem obedecer sem falhar!). 

"Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir." (Mateus 5:17, NVI)

Através de Sua obediência infalível a Sua própria Lei e Sua morte, a vida de Jesus foi suficiente para justificar diante d'Ele mesmo não só os israelitas, mas, todas as vidas de todas as pessoas do mundo, em todas as épocas. Portanto, hoje, o Reino de Deus está representado na terra por todos aqueles que creem em Jesus Cristo, em todas as nações, e não mais exclusivamente pela nação de Israel:

"O que acham? Havia um homem que tinha dois filhos. Chegando ao primeiro, disse: ‘Filho, vá trabalhar hoje na vinha’. E este respondeu: ‘Não quero!’ Mas depois mudou de idéia e foi. O pai chegou ao outro filho e disse a mesma coisa. Ele respondeu: ‘Sim, senhor!’ Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? - O primeiro, responderam eles. Jesus lhes disse: Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. Porque João veio para lhes mostrar o caminho da justiça, e vocês não creram nele, mas os publicanos e as prostitutas creram. E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele. Ouçam outra parábola: Havia um proprietário de terras que plantou uma vinha. Colocou uma cerca ao redor dela, cavou um tanque para prensar as uvas e construiu uma torre. Depois arrendou a vinha a alguns lavradores e foi fazer uma viagem. Aproximando-se a época da colheita, enviou seus servos aos lavradores, para receber os frutos que lhe pertenciam. Os lavradores agarraram seus servos; a um espancaram, a outro mataram e apedrejaram o terceiro. Então enviou-lhes outros servos em maior número, e os lavradores os trataram da mesma forma. Por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: A meu filho respeitarão. Mas quando os lavradores viram o filho, disseram uns aos outros: Este é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo e tomar a sua herança. Assim eles o agarraram, lançaram-no para fora da vinha e o mataram. Portanto, quando vier o dono da vinha, o que fará àqueles lavradores? Responderam eles: Matará de modo horrível esses perversos e arrendará a vinha a outros lavradores, que lhe dêem a sua parte no tempo da colheita. Jesus lhes disse: Vocês nunca leram nas Escrituras? A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isso vem do Senhor, e é algo maravilhoso para nós. Portanto eu lhes digo que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino. Aquele que cair sobre esta pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó. Quando os chefes dos sacerdotes e os fariseus ouviram as parábolas de Jesus, compreenderam que ele falava a respeito deles." (Mateus 21:28-45, NVI)   

Mas, o trabalho de Deus não para somente na Sua morte; após morrer, Jesus voltou à vida ressuscitando, para mostrar a todos que Ele tem todo o poder e não pode ser destruído. Ele prometeu ressuscitar da mesma forma e fazer indestrutíveis assim como Ele, dando cidadania em Seu Reino, a todos aqueles que, por crerem n'Ele, se arrependerem de todo o coração dos seus pecados e decidirem obedecer aos Seu mandamentos. 

"Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia". (João 6:37-40, NVI)

O ensino de Cristo, contido no Novo testamento, revela os mandamentos de Deus para todos aqueles que querem adquirir cidadania permanente em Seu Reino. Através do conteúdo dos evangelhos e das cartas dos apóstolos às igrejas de sua época, ficamos cientes de como funciona o Reino do Senhor e de como nós devemos nos comportar diante dos desafios e adversidades deste mundo até o Dia da Sua vinda. 

O Espírito de Cristo opera sobrenaturalmente através do Seu ensino, com poder para convencer do pecado a quem o buscar verdadeiramente; Ele também faz com que este alguém não obedeça mais aos impulsos advindos de seus próprios sentimentos e desejos carnais, e passe a obedecer Sua palavra. 

Ser humano algum tem capacidade de obedecer à palavra de Deus se Ele mesmo não interferir para que isso aconteça, pois Deus é espírito e Sua palavra é espiritual, não pertencendo, portanto, a este mundo material.  

No Dia em que o Rei das nações, Jesus Cristo, mostrar seu rosto para todos os habitantes da terra, quem não tiver se arrependido de suas transgressões de todo o coração, e não estiver buscando viver de acordo com Seu ensino, ficará para sempre fora de Seu Reino; isso implicará num intenso sofrimento, que não terá fim, denominado "morte eterna" ou "segunda morte". 

Leia a Bíblia, e ore, pedindo a Deus que revele Sua vontade!

Missionária Oriana Costa.