By Pastors Wendell and Oriana Costa

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Como podemos saber que Deus realmente está no controle de tudo?

Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus. Fazes os homens voltarem ao pó, dizendo: Retornem ao pó, seres humanos! De fato, mil anos para ti são como o dia de ontem que passou, como as horas da noite. Como uma correnteza, tu arrastas os homens; são breves como o sono; são como a relva que brota ao amanhecer; germina e brota pela manhã, mas, à tarde, murcha e seca. Somos consumidos pela tua ira e aterrorizados pelo teu furor. Conheces as nossas iniqüidades; não escapam os nossos pecados secretos à luz da tua presença. Todos os nossos dias passam debaixo do teu furor; vão-se como um murmúrio. Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos! Quem conhece o poder da tua ira? Pois o teu furor é tão grande como o temor que te é devido. (Salmos 90:2-11)

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No mundo é comum haver dúvida e questionamentos com relação à afirmação dita pelos cristãos de que Deus está no controle de todas as coisas, e isso é bastante compreensível, visto que é melhor ignorá-lo quando não podemos vê-lo ou não compreendemos Sua forma de agir.

No entanto, há quem afirme com veemência, dentro de algumas congregações cristãs, que Deus não está no controle das nossas vidas por causa do livre arbítrio que Ele nos concede. Outros afirmam que Deus seria alguém muito mau, se realmente estivesse no controle de tudo, pois assim Ele seria o responsável por todas as coisas ruins que acontecem com as pessoas sobre a terra.

De fato, Deus jamais seria o responsável pelas coisas ruins que acontecem na terra, visto que é Ele é totalmente separado do mal, é bom e misericordioso. Então, o fato de estarem acontecendo coisas ruins em nosso planeta e Deus não ser o responsável por elas, significa dizer que Ele não está no controle de todas as coisas?

A ideia de controle que nós seres humanos temos, quando não temos entendimento da realidade eterna, fica restrita ao plano físico.

Neste mundo, segundo a visão material das coisas, entendemos que controlar alguém é ter total domínio sobre as decisões e ações de uma outra pessoa, como se ela fosse um robô, um fantoche, sem que esta possa agir de acordo com sua própria vontade. Só que esta visão de controle é limitada comparada à que a Bíblia nos revela acontecer espiritualmente.

Para entendermos como funciona um controle a partir da realidade eterna, teremos que analisar o que as escrituras nos passam sobre este assunto, primeiro porque não podemos ver a realidade espiritual, apesar de sentirmos que ela existe, e, segundo, porque só nos livros da Bíblia encontramos uma exposição da eternidade de maneira que possamos compreendê-la claramente com nossa mente humana.

Curiosamente, na Bíblia não encontraremos as frases "Deus está no controle de tudo" ou "Deus está no controle de todas as coisas", mas encontramos diversas frases declarando que Ele exerce "domínio" sobre tudo a partir da realidade eterna, tanto sobre os espíritos como sobre a matéria, como poderemos observar nos sete versículos abaixo:

O domínio e o temor pertencem a Deus; ele impõe ordem nas alturas, que a ele pertencem. (Jó 25:2)

O reino é do Senhor, e ele domina entre as nações. (Salmos 22:28)

Ele domina eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as nações. (Salmos 66:7)

O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e como rei domina sobre tudo o que existe. (Salmos 103:19)

Bendigam ao Senhor, todas as suas obras em todos os lugares do seu domínio. (Salmos 103:22)

O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura em todas as gerações. (Salmos 145:13)

Seu domínio é um domínio eterno que não acabará, e seu reino jamais será destruído. (Daniel 7:14)

Quando lemos que o reinado ou o domínio de Deus são eternos, isso quer dizer que Ele governa todas as coisas a partir da realidade espiritual, que é absolutamente real e manifesta em nosso meio, porém, a qual ainda não podemos enxergar nitidamente com nossos olhos naturais sem que o próprio Deus autorize.

Assim, pelo conteúdo das escrituras entendemos que Deus tem o controle de tudo e de todos minuciosamente e de uma forma muito poderosa, que chega a ser por vezes incompreensível ao nosso entendimento. Isso mostra porque muitas vezes nos deparamos com a existência de certas coisas e situações que a ciência não consegue explicar, ou sempre explica de maneira não muito clara.

Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e inescrutáveis os seus caminhos! Quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Quem primeiro lhe deu, para que ele o recompense? Pois dele, por ele e para ele são todas as coisas. (Romanos 11:33-36)

Um dos requisitos primordiais para se ter o controle da vida de alguém é saber tudo o que acontece com o outro ou o que ele faz através de uma vigilância incansável.

Contudo, mesmo quando colocamos câmeras escondidas, ou contratamos detetives, ou mesmo se mantivermos alguém em cativeiro, não temos condições de saber tudo o que a outra pessoa está pensando ou intentando fazer, se ela não der algum sinal antes de agir, por exemplo.

A vigilância humana é falha, apesar de toda a tecnologia e segurança de que dispomos atualmente, ou do contrário não aconteceriam fugas em presídios.

A vigilância de Deus, ao contrário da que os seres humanos conseguem realizar, é completa e infalível, pois Ele sabe realmente todas as coisas. Ele detém todo o conhecimento; sabe tudo o que acontece e o que está para acontecer com cada um de nós, e sabe, inclusive, o que estamos pensando e o que pretendemos fazer no minuto seguinte, como podemos observar nos cinco trechos bíblicos a seguir:

Ele enxerga os confins da terra e vê tudo o que há debaixo dos céus. (Jó 28:24)

Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos. Antes mesmo que a palavra me chegue à língua, tu já a conheces inteiramente, Senhor. (Salmos 139:1-4)

Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. (Mateus 10:29-30)

A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração. Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas. (Hebreus 4:12-13)

Deus é maior do que o nosso coração e sabe todas as coisas. (1 João 3:20)

Então, a concessão do livre arbítrio que nos é dada por Deus, ou o fato d'Ele nos permitir escolher obedecê-lo ou não, não significa que Ele não esteja no controle das nossas vidas, tanto com relação aos cristãos como aos de fora da fé.

O controle que Deus tem sobre nossas vidas não é como um domínio doentio que uma pessoa ciumenta ou possessiva exerce sobre a vida de outra, mas é um governo justo feito a partir da eternidade, onde antes e apesar de ter que nos julgar pelos nossos atos porque fomos criados e existimos segundo a justiça d'Ele, Ele nos dá oportunidade de escolha.

No entanto, ao dizermos que Deus não tem o controle das nossas vidas por causa da nossa liberdade de escolha para agir estamos zombando do poderio d'Ele em nossa ignorância, pois com a mesma rapidez que tomamos nossas decisões também estamos sendo julgados eternamente pelos nossos atos, conforme denuncia a "lei da semeadura":

Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga. (...) Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. (Gálatas 6:4-8)

A lei da semeadura expõe claramente que Deus não deixa as coisas acontecerem sem um devido controle, ainda que tenhamos a opção de escolher entre fazer o bem e mal. Se tal controle não existisse, quem se empenhasse em fazer o mal ou em desobedecer a Deus não receberia necessariamente coisas muito ruins como resultado de seus atos, e, quem se esforçasse em fazer o bem e obedecê-lo, não receberia necessariamente coisas muito boas como resultado de seu procedimento.

Desta forma, a palavra de Deus nos revela que verdadeiramente Ele tem domínio absoluto sobre tudo e todos, pois além de nos mostrar que Ele criou todas as coisas, ela afirma que Ele sabe e pode tudo, e também nos expõe que Ele controla tudo o que existe através do cumprimento das leis que decretou eternamente, antes mesmo de nos criar.

Vejamos os oito trechos bíblicos abaixo:

O Senhor reina para sempre; estabeleceu o seu trono para julgar. Ele mesmo julga o mundo com justiça; governa os povos com retidão. (Salmos 9:7-8)

As obras das suas mãos são fiéis e justas; todos os seus preceitos merecem confiança. Estão firmes para sempre, estabelecidos com fidelidade e retidão. (Salmos 111:7-8)

A verdade é a essência da tua palavra, e todas as tuas justas ordenanças são eternas. (Salmos 119:160)

No meio dela está o Senhor, que é justo e jamais comete injustiça. A cada manhã ele ministra a sua justiça, e a cada novo dia ele não falha. (Sofonias 3:5)

Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo. (1 Coríntios 11:32) - Este versículo confirma que os cristãos estão sendo julgados por Deus.

Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos dos seus corações, para a degradação dos seus corpos entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. (Romanos 1:24-26) - Este trecho bíblico confirma que os de fora da fé também estão sendo julgados por Deus. O simples fato de pessoas estarem entregues a si mesmas para seguirem seus próprios desejos, quando não creem e não buscam se submeter a Deus, já é execução de um julgamento feito por Ele a partir da realidade espiritual, quer percebamos ou entendamos isso, ou não.

Nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. (Colossenses 1:16-17)

Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas. (Apocalipse 4:11)

Através de um julgamento infalível e perfeito, estamos submetidos à ação do poderio, senhorio ou governo eterno de Deus dia após dia enquanto estamos na terra. E Deus não nos tem deixado sem a devida explicação disso, como podemos ver nos registros bíblicos.

Dependendo de como procedemos, somos avaliados e julgados a cada fração de segundo. E por fim, a humanidade presenciará e receberá o justo juízo do Rei dos reis de uma vez por todas eternamente, pois antes de sermos matéria nós também somos espíritos, como Deus o é.

Os olhos do Senhor estão em toda parte, observando atentamente os maus e os bons. (Provérbios 15:3)

O justo e o ímpio, Deus julgará a ambos, pois há um tempo para todo propósito, um tempo para tudo o que acontece. (Eclesiastes 3:17)

Vi um grande trono branco e aquele que nele estava assentado. A terra e o céu fugiram da sua presença, e não se encontrou lugar para eles. Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele havia, e a morte e o Hades entregaram os mortos que neles havia; e cada um foi julgado de acordo com o que tinha feito. Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. O lago de fogo é a segunda morte. Se o nome de alguém não foi encontrado no livro da vida, este foi lançado no lago de fogo. (Apocalipse 20:11-15)

Concluindo: Deus detém o controle de todas as coisas ESPIRITUALMENTE. Este controle está firmado eternamente e se continua em nosso meio físico, desde a menor porção de matéria que exista até o todo do universo material, com todas as forças que nele operam e tudo o mais que haja nele, segundo nos confirma sua palavra.

Este controle eterno exercido por Deus não deve ser confundido com o controle definido pela sabedoria humana, pois se tratam de dois conceitos e ações totalmente distintos.





Pastora Oriana Costa

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Convivendo com a impiedade

Busquem o Senhor enquanto se pode achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. Que o ímpio abandone seu caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois ele perdoará de bom grado. Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos. Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para ele sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, para ela produzir semente para o semeador e pão para o que come, assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: Ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei. Vocês sairão em júbilo e serão conduzidos em paz; os montes e colinas irromperão em canto diante de vocês, e todas as árvores do campo baterão palmas. (Isaías 55:6-12)

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Após iniciarmos uma caminhada com Cristo, ainda sem entender bem a justiça eterna, nós achamos que os outros tem que ser iguais a nós, que estamos aprendendo e nos esforçando para obedecer as leis do Reino de Deus. E então, começamos a exigir bondade e bom senso de ímpios, julgando-os como se estes fossem cristãos de verdade. Isso gera aborrecimento e nos faz carregar fardos que Jesus já nos livra de levar através do cumprimento de seus mandamentos.

Quando não entendemos bem as palavras de Jesus é comum exigirmos um comportamento justo de pessoas ímpias, por vários motivos; contudo, precisamos observar que os de fora da fé verdadeira em Cristo não conhecem a Deus e não o obedecem, nem estão dispostos a isto, sejam estas pessoas praticantes de alguma religião ou não. Tampouco poderemos obrigá-las a crer no Senhor e segui-lo.

É bom atentarmos que o fato de pessoas terem nascido dentro de uma religião, ou seguirem dogmas religiosos já há algum tempo, por mais gentis, cultas e bem educadas que elas sejam, não é sinônimo de que elas tenham consciência de salvação e julgamento eternos. Muitas destas pessoas religiosas estão caminhando segundo suas próprias vontades, ou segundo regras e leis humanas, achando que estão corretas porque frequentam uma religião, ou pagam suas contas e procuram fazer o bem. Assim sendo, também não vamos poder exigir de tais indivíduos um comportamento justo, porque esses levam suas vidas exatamente como os que não tem religião e não creem em Deus, sendo guiados por seus sentimentos, emoções e desejos.

Para Deus, uma pessoa que anda segundo a Sua justiça é aquela que o obedece, e esta obediência consiste em se esforçar para aprender as leis do Reino reveladas no ensino de Cristo, e andar nelas. Somente obedecendo a Deus desta maneira é que nós conseguimos discernir o corpo do Senhor realmente e assim confirmamos dia a dia nossa salvação eterna. Só damos verdadeiro testemunho de Cristo ao mundo se estivermos em submissão à autoridade de Deus!

Então, prestemos atenção: discernir o corpo do Senhor é o mesmo que estar atento aos decretos ou mandamentos de Cristo perseverando em cumpri-los, evitando agir pelos impulsos da carne! Por isso, quando estivermos participando da ceia do Senhor, devemos ter o cuidado de investigar em nossa memória se não infringimos alguma(s) das leis do Reino e, se tivermos, devemos nos arrepender e procurar não cometer mais estes erros. É por isso que está escrito:

Sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo. (1 Coríntios 11:26-32)  

A legislação eterna está cheia de articulações com seus respectivos artigos sobre diversos assuntos, não só relacionados à realidade espiritual, mas também à física. Sobre o artigo dirigido à convivência de cristãos com pessoas de fora de sua fé, podemos observar alguns parágrafos com as seguintes declarações:

Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os pecadores amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os pecadores agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os pecadores emprestam a pecadores, esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso. Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados. Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem, também será usada para medir vocês. (Lucas 6:31-38)

Quem ainda anda guiado por si mesmo, ou quem tem medo de perder alguma coisa ou de ser humilhado, não consegue cumprir estes mandamentos. Nesta lei Jesus está nos ordenando a tratar com misericórdia especialmente aos ímpios, mesmo ainda que eles nos façam mal, pois eles estão em trevas e não conhecem a justiça de Deus. Na expressão "os outros" Cristo está se referindo a qualquer pessoa, e não somente aos da fé.  Com os da fé está implícito que teremos que andar em justiça, e, segundo declara o ensino de Cristo, muito mais ainda com não cristãos ou com religiosos, por causa do testemunho que precisamos dar a eles.

O Senhor nos orienta nesta lei a fazermos o bem aos que não o conhecem sem criarmos expectativas de que eles serão bons para nós (!), ou que reconhecerão o bem que fizemos a eles, mesmo que sejam pessoas conhecidas, como amigos e familiares. 

Nossas almas não ficam satisfeitas quando vamos de encontro a elas nos esforçando para andar nesta justiça, porém o nosso espírito fica em paz e Deus se agrada por procedermos em fé, assim como mostra a Palavra:

Tu guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia. (Isaías 26:3)

É mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça que é a nossa esperança. Porque em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor. (Gálatas 5:5-6)

Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como justo, quando Deus aprovou as suas ofertas. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala. Pela fé Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte; ele já não foi encontrado porque Deus o havia arrebatado, pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de que tinha agradado a Deus. Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam. (Hebreus 11:4-6) 

Os que vivem segundo as regras e leis do mundo julgam as coisas entre si por leis humanas ou por seus próprios achismos, porém, cristãos verdadeiros devem julgar as coisas segundo a justiça de Deus. No início deste estudo bíblico lemos que os pensamentos de Deus não são como os pensamentos do homem, e os seus caminhos não são como os caminhos humanos. Isso quer dizer que as leis que regem o Reino de Deus são totalmente diferentes das leis que constituem as jurisdições humanas.
  
Desta maneira, vão existir situações onde vamos ter que escolher entre usar a justiça dos homens para nos vingarmos de quem cometeu injustiça contra nós, para obtermos lucro em alguma coisa, ou ressarcir algum prejuízo, ou, escolher permanecer na justiça de Deus, que nos diz que devemos amar aos nossos inimigos. Nossa decisão vai depender do quanto confiamos na fidelidade de Deus em cumprir nas nossas vidas aquilo que Ele promete em Sua Palavra.

Será que estamos confiando em Deus a ponto de deixarmos o julgamento e a vingança sobre todas as coisas más que nos acontecem com Ele mesmo, ou estamos querendo fazer justiça por nossas próprias regras ou por leis criadas por homens, retribuindo mal por mal? Prestemos atenção nas palavras do Apóstolo Paulo:

Não sejam sábios aos seus próprios olhos. Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário: Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem. (Romanos 12:16-21)

Pouco me importa ser julgado por vocês ou por qualquer tribunal humano; de fato, nem eu julgo a mim mesmo. Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga. Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação. (1 Coríntios 4:3-5)

É comum em ambientes de trabalho, por exemplo, um cristão ter que lidar com pessoas mentirosas, imorais, preconceituosas, impacientes, irreverentes, egoístas ou invejosas. Estas pessoas vão agir movidas pelo que sentem vontade de fazer, e nunca por qualquer temor a Deus, pois não o conhecem. Elas podem até falar d'Ele, ou agradecerem a Deus por qualquer coisa boa que conseguem obter, mas não o conhecem de fato. 

A atitude de um cristão verdadeiro diante de qualquer mal que estas pessoas possam fazer a seu respeito é se esforçar para manter a calma e orar a Deus, entregando a situação a Ele, e continuar tratando estes indivíduos bem, sem buscar se justificar ou se vingar. Nunca devemos agir movidos por ira, pois a ira do homem não opera a justiça de Deus:

Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. (Tiago 1:19-20)

Não há como ser sal e luz no meio de pessoas que vivem conforme seus próprios desejos se não estivermos vivendo e dando testemunho de uma justiça superior, que realmente faça a diferença neste mundo mau:

Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus. (Mateus 5:13-16)

Por este motivo, o Apóstolo Paulo faz as seguintes perguntas aos cristãos coríntios, que foram achados em contenda uns com os outros, sem exercerem o perdão:

Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem sofrer o prejuízo? (1 Coríntios 6:7)

Ele fez essas perguntas aos irmãos daquela congregação porque para obedecer a Deus vamos precisar passar por injustiças e aceitar prejuízos sem reclamar, mesmo ainda que seja em meio ao convívio cristão, SIM! Mas, se estivermos direcionados por nossas almas, de maneira nenhuma vamos querer nos submeter à justiça de Deus, que nos diz:

Vocês ouviram o que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado. Vocês ouviram o que foi dito: Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês. (Mateus 5:38-48)

O Apóstolo Pedro faz as seguintes considerações quanto ao que temos que padecer neste mundo por causa da nossa obediência aos mandamentos de Cristo:

Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria. Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso ou como quem se intromete em negócios alheios. Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome. Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador? Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar suas vidas ao seu fiel Criador e praticar o bem. (1 Pedro 4:12-19) 

Algumas pessoas, ao lerem os decretos do Rei Jesus, declarados diretamente por Ele e também divulgados e esclarecidos pelos apóstolos, costumam interpretá-los e ensiná-los segundo suas próprias sabedorias, defendendo alguns pontos e refutando os que exigem certo esforço para serem cumpridos. Com relação a elas, disse Jesus:  

Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus. (Mateus 5:19)


Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca. (Isaías 53:7)


Sendo Deus, Jesus tinha autoridade para se justificar diante dos homens por si mesmo porque não peca, e também tinha poder para derrubar quantos exércitos desejasse apenas com uma ordem Sua, mas não foi assim que Ele fez. Ele preferiu se submeter a Sua própria justiça, estabelecida eternamente antes da criação do mundo; com essa atitude Ele pagou o preço pela nossa iniquidade se entregando para ser sacrificado em nosso lugar, assim como determinava a Lei. Por isso, quem diz que crê n'Ele, mas, não obedece aos seus mandamentos, o está negando e está se auto-condenando eternamente (João 12:44-50, 1João 2:4-6).   

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Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer. Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum! A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo. (Tiago 1:22-27) 


Pra. Oriana Costa

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A mentira.

Quem pratica a fraude não habitará no meu santuário; o mentiroso não permanecerá na minha presença. (Salmos 101:7) - Este é um dos mandamentos do Reino descritos na Antiga Aliança.


Atenção: este texto é direcionado a quem deseja seguir realmente a Cristo, obedecendo de todo o coração aos seus mandamentos.

Ao observarmos o ensino de Cristo nos deparamos com os seguintes dizeres:

Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo. (Efésios 4:25)

Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira. (Apocalipse 22:15)

Por que a minha linguagem não é clara para vocês? Porque são incapazes de ouvir o que eu digo. Vocês pertencem ao pai de vocês, o diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira. No entanto, vocês não crêem em mim, porque lhes digo a verdade! (João 8:43-45)

E também com estes:

Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo. Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele. Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou. (1 João 2:1-6)

Com relação ao que está escrito em Efésios 4, 1 João 2 e Apocalipse 22, se trata de leis eternas, são mandamentos ou ordenanças espirituais. Sobre o discurso de Jesus em João 8, é um julgamento do Senhor com relação aos judeus que estavam perto dele naquele momento, pela desobediência destes às ordenanças da lei mosaica.

Infelizmente, no nosso dia-a-dia, muitas vezes não conseguimos obedecer ao Senhor e mentimos; nem sempre desejamos ou conseguimos ser realmente sinceros com os outros. E nós SEMPRE FAZEMOS ISSO MOVIDOS POR SENTIMENTOS, como medo, vergonha, inveja, culpa, pena, etc.. Um exemplo bem simples disso acontece corriqueiramente, quando somos convidados para comer na casa de alguém, e a comida que nos é servida não nos agrada. Às vezes, quando estamos comendo ainda, ou mesmo assim que terminamos a refeição, é comum a pessoa que preparou a comida perguntar se a refeição estava boa, se nós gostamos do que foi servido.

Fatalmente neste momento nossa tendência é mentir para agradar a pessoa que preparou o alimento, dizendo que gostamos, que a comida estava muito gostosa, quando na verdade nós comemos só por educação e não gostamos do que nos foi servido. No instante em que nos é feita a tal pergunta surgem diversos pensamentos em nossa mente, advindos dos nossos sentimentos; e nós nos deixamos influenciar por eles para parecermos bonzinhos ou educados com o outro. 

Alguns podem dizer que é uma mentira feita por uma boa causa, uma "mentirinha santa"(?), mas, mentira é sempre MENTIRA! E é exatamente aí que vez ou outra nós transgredimos as leis do Reino, buscando agradar pessoas, ou a nós mesmos, em vez de agradarmos primeiramente a Deus. 

Muitas vezes nós preferimos agradar aos que estão a nossa volta, dando ouvidos aos nossos próprios desejos e sentimentos, como se eles fossem muito justos, do que dar ouvidos ao que Deus diz em Sua Palavra. Porém, quando mentimos para o outro na intenção de não magoar alguém ou de sermos educados, ou de preservar uma amizade, ou mesmo de não sairmos no prejuízo, estamos desobedecendo a Deus por estarmos fora da misericórdia ou do amor d'Ele para com o nosso próximo: o que não queremos que façam conosco não devemos fazer aos outros. Ninguém se satisfaz com mentiras, ainda que a verdade não seja agradável, e Deus jamais mentiria para alguém! 

Devemos lembrar que a obediência a Deus jamais é motivada pelos nossos sentimentos e desejos carnais, mas somente e unicamente pela DECISÃO de aprender e cumprir os seus mandamentos, independentemente de sabermos que esta obediência pode nos fazer sofrer ou não.

De fato, a mentira é uma ação oriunda de comandos ou sugestões que os sentimentos e desejos advindos do conhecimento do mal que está em nossa carne nos passam. Portanto, mesmo que seja "bem intencionada", a mentira foi, é, e vai continuar sendo fruto de injustiça, porque não é uma prática proveniente da justiça de Deus. Ela é, portanto, uma perversão da justiça do Reino ou é um pecado, pois é uma transgressão de um mandamento de Cristo que se encontra descrito em Efésios, o qual citamos logo no início deste texto:     

Cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo. (Efésios 4:25)

Quem conseguir deixar de mentir completamente chegou a um nível de fé que poucos conseguem alcançar, porque exige muita perseverança, vigilância e esforço em obedecer a Jesus. Deixar de mentir totalmente vai exigir a abdicação dos sentimentos de medo de castigo ou de recriminação, de vergonha, de culpa, de inveja, de perder oportunidades de ganhar dinheiro ou bens materiais, ou ainda, perder a confiança ou a amizade de alguém, ou até mesmo a vida.

Se não conseguimos atingir ainda este nível de fé, mas reconhecemos que estamos pecando e nos esforçamos para abandonar este mal completamente, já estamos no caminho certo, e Deus conhece nossos corações. Desta forma, se orarmos "confessando nossos pecados a Deus", para que Ele nos purifique das injustiças que cometemos, e para que em outras ocasiões sejamos fortes o suficiente para que não nos deixemos mais levar por nossa carne, também estamos cumprindo mais um dos mandamentos de Cristo, pois escrito está:

Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (1 João 1:8-10)

O trecho bíblico acima nos passa uma informação interessante: ao confessarmos nossas fraquezas ou nossos pecados a Deus na intenção de nos vermos livres deles, de não mais agirmos impulsionados pelas sugestão da nossa carne em determinada área, Ele não só nos perdoa, como promete NOS PURIFICAR DE TODA A INJUSTIÇA que apresentarmos a Ele. Isso quer dizer que Ele nos libertará da influência da maldade na(s) área(s) que lhe expusermos, se realmente quisermos isso de todo o coração.

Não adianta ficarmos pedindo o perdão e a ajuda de Deus para vencermos as tentações, se não confessarmos mesmo a Ele nossos pecados e fraquezas a fim de nos libertarmos completamente deles, ou a fim de nos santificarmos realmente.

Atenção: ocultar e mentir são duas coisas distintas. Ocultar é não apresentar algo em público, não revelar uma informação, escolher não falar sobre determinado assunto, sem, no entanto, negar ou confirmar que a coisa existe ou está acontecendo. Mas, ocultar um fato ou uma informação pode ser pecado ou não, dependendo do que nos motiva a  fazer isso. Se estivermos embasados na justiça de Deus para ocultarmos alguma coisa, então não estaremos pecando. Porém, se estivermos baseados em algum sentimento ou desejo nosso, estaremos cometendo injustiça diante de Deus. Há casos e casos; na dúvida, não devemos nos precipitar e sim procurar o conselho dos mais sábios, e, concomitantemente, orar pedindo discernimento a Deus.  

Outra coisa importante: há maneiras e maneiras de se dizer a verdade. A melhor maneira é com sabedoria. E esta Deus nos dá se a pedirmos:

Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida. Peça-a, porém, com fé, sem duvidar, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, levada e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá coisa alguma do Senhor; é alguém que tem mente dividida e é instável em tudo o que faz. (Tiago 1:5-8) 


Pastora Oriana Costa    


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O poder da Palavra na minha vida.

Se hoje perguntassem para mim "o que você acha de você mesma?", ou, pedissem para que eu falasse um pouco de mim mesma, eu daria uma resposta mais ou menos assim: Bem, eu sei que sou uma pessoa mentirosa, egoísta, gananciosa, egocêntrica, soberba, impaciente, mesquinha, rude, mal-educada, imprestável, irreverente, imprudente, arrogante, desatenciosa, inconsequente, suja, imoral, adultera, indecente, assassina, e mais alguns outros adjetivos ruins que seja possível lembrar; e isso sem exagerar em nada nesta lista horrível.

Se esta pergunta fosse feita num teste de seleção para conseguir um emprego, certamente que depois desta resposta tão sincera eu estaria desclassificada, com todas as letras da palavra maiúsculas.  

A pessoa que estivesse me ouvindo também poderia questionar porque eu me auto-discrimino desta forma se ela não consegue ver (pelo menos no momento) eu me comportar de maneira a confirmar todos estes defeitos. Ao que eu responderia: Sou uma pessoa impiedosa, pecadora, transgressora de leis eternas, e na minha carne não há bem algum. Se agora você e os outros não conseguem ver os frutos do mal que está em mim, é porque conheci a justiça de Deus e resolvi não ser mais eu mesma, decidi não obedecer mais às sugestões da minha alma.

Eu realmente descobri, meditando nas escrituras e me comparando à justiça de Deus, que sou realmente ruim, má, e que bons mesmo são os mandamentos de Cristo, aos quais eu resolvi seguir.  

Depois que conheci algo realmente perfeito e bom, que eu pudesse praticar sem medo de estar sendo má para mim mesma e para os outros, me senti como se tivesse encontrado um tesouro precioso. Porém, ainda assim, mesmo com este tesouro preciosíssimo ao meu alcance, vez ou outra eu não consigo andar na justiça do Reino por minhas falhas falarem mais alto do que os mandamentos de Cristo que eu aprendi. Assim, colho segundo aquilo que estou plantando, e nestes momentos não consigo ficar em paz de verdade. 

Quando me dou conta que desobedeci alguma das leis do Reino ao qual pertenço, vem o arrependimento, e ele pesa demais, porque eu não quero ser má, e não quero entristecer o meu Deus. Mas, dou graças a Ele que seja assim, porque nessas horas posso ver quando estou sendo eu mesma, e então Ele me dá a oportunidade de me arrepender e voltar a seguir a justiça do Reino novamente. Esta tem sido minha rotina de fé. E é isso que significa verdadeiramente "andar no sobrenatural", para quem não sabia... (risos...).

Uma coisa eu aprendi: se nós fôssemos perfeitos depois que aceitássemos a Cristo como nosso Senhor e salvador, não continuaríamos fazendo coisas que Jesus não mandou fazer, ainda que não queiramos desobedecê-lo. Quem se acha muito justo, e diz que não peca e é perfeito só porque "aceitou Jesus" e está indo para igreja, ou está pregando e profetizando lá, ou ajudando em quaisquer trabalhos eclesiásticos e fazendo uma boa ação aqui e ali, não conhece a verdade. 

A justiça de Deus está descrita na Bíblia exatamente para que aprendendo-a possamos "errar menos" e "acertar mais" ao nos esforçarmos para praticá-la. A verdade é que a proposta de Deus para nós é que não pequemos mais neste mundo ao cumprirmos as leis de Seu Reino, porém, enquanto estivermos coabitando com nossa carne, não estaremos livres de errarmos uns com os outros aqui e ali.

Não é à toa que está escrito assim: "Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou". (Colossenses 3:13)- Esta frase denuncia que na igreja não existe ninguém perfeito, de outra maneira ela não estaria na Bíblia. 

A famosa frase do apóstolo João "Todo aquele que nele permanece não está no pecado" (1 João 3:6), não está se referindo a nossa realidade material, e sim a nossa realidade espiritual. Espiritualmente, após crermos em Jesus, nossos espíritos são justificados do pecado, ou seja, são santificados, nascem de novo, e somos feitos santos "eternamente", ou espiritualmente; no entanto, fisicamente, nossos corpos continuam no pecado. E isso é tão verdadeiro que nós ainda continuamos meros mortais, sujeitos à morte física, como qualquer outra pessoa, mesmo estando na fé. Se isso não fosse verdade, tão logo aceitássemos Jesus seríamos arrebatados, não morreríamos físicamente.

Assim, é para santificar nossos corpos que a instrução de Cristo está escrita na Bíblia. Precisamos fazer um esforço diário para buscar aprender a justiça de Deus revelada em Cristo e andar nela até o último dia de vida na terra. Quem continua no pecado espiritualmente, não vê nem conhece a Deus, nem muito menos verá nem conhecerá. E, quem continua transgressor espiritualmente, de fato não se esforçará para aprender a justiça de Deus e andar nela neste mundo, porque vai achar que já sabe de tudo e que é perfeito, experiente, e não precisa de correção. Por isso, quatro versículos após esse que citei a pouco, está escrito assim:

"Desta forma sabemos quem são os filhos de Deus e quem são os filhos do diabo: quem não pratica a justiça não procede de Deus; e também quem não ama seu irmão". (1 João 3:10)

Muitos vão dizer que creem em Deus, que são evangélicos, que trabalham na obra de Deus assim e assado, que já leram a Bíblia toda 50 vezes ou mais, que são formados em teologia e ensinam em faculdades, que profetizam e que milagres fantásticos acontecem por suas vidas, mas, no entanto, não aprenderam e não compreendem a justiça do Reino de Deus para andarem verdadeiramente nela. 

Então, atenção: seguir regras de instituições religiosas, pregar muito, sair falando coisas da vida dos outros que podem acontecer em seguida, participar do círculo de oração e cantar no coral, ou defender e seguir dogmas religiosos, definitivamente, "não é andar na justiça de Deus"!

Estas coisas aprendi meditando na Palavra de Deus, ao longo destes 19 anos de caminhada no Senhor. 

Ai de mim se não anunciar a Verdade!

Um grande abraço a todos,

Pastora Oriana Costa.


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Como faço para andar na justiça de Deus segundo a Nova Aliança?

Para viver como um justo segundo a Nova Aliança que foi estabelecida entre Deus e os homens, oficializada eternamente pela morte e ressurreição de Cristo, precisamos seguir as instruções de Jesus, obedecer aos seus estatutos eternos.

O ensino de Cristo nos revela as leis, ordenanças ou mandamentos que estão de acordo com a justiça do Reino de Deus. É se referindo a estes mandamentos (e não às ordenanças da lei mosaica) que Jesus declara:

Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus. Pois eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus. (Mateus 5:19-20)

No capítulo 5 do evangelho de Mateus, Jesus declara as bem-aventuranças aos seus discípulos:

Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados.
Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.
Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.
Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus.
Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.
Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. (Mateus 5:3-11)

Estas bem-aventuranças declaradas por Jesus são, na verdade, a exposição das leis do Reino de Deus. O que o Senhor estava ensinando ali, por conseguinte, é a base dos seus mandamentos, cuja finalidade é nos orientar como devemos fazer para andarmos segundo a Justiça do Reino, e o que nós vamos ganhar com isso. Então, segundo ensina Cristo, receberemos o favor de Deus neste mundo e eternamente, ou seja, seremos bem-aventurados, se:
  • Formos pobres em espírito, ou seja, reconhecermos diariamente nossa dependência de Deus para existirmos, e também que somos pecadores, e sermos por causa disso submissos às Suas leis eternas;
  • Formos quebrantados, ou seja, estarmos abertos à correção e escolhermos obedecer ao Senhor em vez dos nossos próprios desejos, ainda que isso nos faça sofrer e chorar;
  • Formos humildes, ou seja, não agirmos movidos por ganância, soberba ou orgulho, e sim pelo que nos ordena a justiça de Deus;
  • Buscarmos alimentar especialmente o nosso espírito em vez de priorizarmos nossa alma (saciar a fome e a sede de justiça é saciar o espírito);
  • Formos misericordiosos, ou seja, procurarmos fazer o bem, ainda que os outros nos façam mal;
  • Purificarmos nossos corações, ou seja, procurarmos rejeitar todos os pensamentos e desejos maus sugeridos pela nossa carne e pela maldade do mundo ao nosso redor; 
  • Formos pacificadores, ou seja, buscarmos sempre promover a paz onde estivermos;
  • Não buscarmos vingança, mas deixarmos a vingança de toda a maldade feita contra nós por conta da justiça de Deus (assim devem agir os perseguidos por causa da fé verdadeira em Deus);
  • Não termos medo de assumirmos que somos seguidores de Jesus e de anunciarmos as boas novas do evangelho, ainda que isso gere perseguição e violência contra nós.
Seguindo adiante no capítulo 5 de Mateus, verificamos outros mandamentos sendo expostos por Jesus:
  • Não agir movido por ira (Mateus 5:22);
  • Perdoar as pessoas de suas ofensas e sempre buscar entrar em acordo com elas, sem ficar tentando impor nossos pontos de vista o tempo todo, mas procurando respeitar as limitações e os ponto de vista dos outros (Mateus 5:23-26);
  • Evitar procurar ou se expor a coisas que sabemos que nos farão sair fora da justiça de Deus, ou nos farão pecar (Mateus 5:27-30);
  • Não buscar separação conjugal por qualquer motivo, mas somente em casos graves, como imoralidade sexual (ou violência física, pois nesse caso o cônjuge mais fraco corre risco de morte) - (Mateus 5:31,32);
  • Assumirmos nossas responsabilidades sem envolver outros em nossos compromissos, pois estaremos manchando a reputação destes se falharmos em cumprir aquilo que empenhamos nossa palavra. Só devemos prometer aquilo que podemos cumprir. (Mateus 5:33-37)
  • Não retribuir mal com mal, não procurar vingança nem fazer justiça por si mesmo, mas confiar no julgamento de Deus. (Mateus 5:38-41);
  • Ser generoso (Mateus 5:42);
  • Fazer o bem a todos, até mesmo aqueles que nos fazem mal (Mateus 5:43-48).
É importante observarmos que estas palavras não são regras para serem praticadas quando sentirmos vontade, mas são leis que devem ser cumpridas independentemente dos sentimentos, emoções ou desejos vindos da nossa carne.

Todo o Novo testamento, portanto, expõe e explica as leis do Reino de Deus para que possamos perseverar em praticá-las; é obedecendo a este ensino que verdadeiramente vestimos a armadura de Deus por completo. 

Somente andando em obediência a estas regras conseguimos resistir ao diabo e viver neste mundo glorificando a Deus verdadeiramente, tendo consciência de que a obediência à justiça de Deus não é um esforço vão, mas resultará na herança da vida eterna. Em suma, obedecendo a este ensino estaremos andando no amor de Deus e adorando ao Pai em espírito e em verdade.

O Rei Davi disse palavras interessantes sobre o "andar na justiça de Deus":

Como são felizes os que andam em caminhos irrepreensíveis, que vivem conforme a lei do Senhor! Como são felizes os que obedecem aos seus estatutos e de todo o coração o buscam! Não praticam o mal e andam nos caminhos do Senhor. Tu mesmo ordenaste os teus preceitos para que sejam fielmente obedecidos. Quem dera fossem firmados os meus caminhos na obediência aos teus decretos. Então não ficaria decepcionado ao considerar todos os teus mandamentos. Eu te louvarei de coração sincero quando aprender as tuas justas ordenanças. Obedecerei aos teus decretos; nunca me abandones. Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra. Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos. Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti. Bendito sejas, Senhor! Ensina-me os teus decretos. Com os lábios repito todas as leis que promulgaste. Regozijo-me em seguir os teus testemunhos como o que se regozija com grandes riquezas. Meditarei nos teus preceitos e darei atenção às tuas veredas. Tenho prazer nos teus decretos; não me esqueço da tua palavra. (Salmos 119:1-16)

Com estas palavras, Davi está declarando o seguinte:

  • Ao andarmos conforme as leis do Reino de Deus e realmente procurarmos obedecer aos estatutos eternos de todo o coração, podemos ter a certeza e a confiança de que não estaremos praticando o mal;
  • Quem anda na justiça de Deus, considerando, ou seja, escolhendo obedecê-la em vez de obedecer a si mesmo, não vai se decepcionar por fazer isso;
  • Só é possível louvar a Deus com sinceridade, ou seja, só conseguimos louvá-lo verdadeiramente quando entendemos a justiça de Deus;
  • Só é possível manter uma conduta pura aos olhos de Deus se vivermos conforme a Sua justiça;
  • Vamos pecar contra Deus se não procurarmos entender mesmo a vontade d'Ele, e isso se faz através da leitura e meditação da Palavra;
  • Devemos sempre avivar nossa memória falando ou declarando as leis do Reino de Deus, para que não esqueçamos de cumpri-las;
  • Conseguir renunciar aos nossos sentimentos e desejos carnais e obedecer as leis do Reino nos deixa tão felizes e satisfeitos quanto se ganhássemos na "mega-sena".


Pastora Oriana Costa.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A armadura de Deus e a declaração dos nossos direitos e deveres segundo a justiça do Reino.

É muito comum ouvirmos em pregações que devemos vestir a armadura de Deus, para podermos ficar firmes contra as ciladas do diabo, como está escrito:

Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. (Efésios 6:10-17)

Assim como só podemos dar o fruto do espírito por inteiro, a armadura de Deus só pode ser vestida inteira, não podemos vestir só algumas partes dela. Assim como o fruto do espírito ela é espiritual, e vestí-la é o mesmo que nos revestirmos do poder de Deus. 

Estando revestidos do poder de Deus, ficamos capacitados para vencer a luta contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais, ou para ficarmos firmes contra as ciladas do diabo, assim como decalara Paulo aos cristãos efésios. E ficar firme contra as ciladas do diabo é o mesmo que resistí-lo. 

Mas, para vestirmos todos os itens dessa armadura, e sermos capazes de resistir a Satanás, precisamos atentar para certos detalhes, como podemos observar no capítulo 4 da carta do Apóstolo Tiago aos cristãos daquela época:

Portanto, submetam-se a Deus. Resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês. Aproximem-se de Deus, e ele se aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o coração. Entristeçam-se, lamentem e chorem. Troquem o riso por lamento e a alegria por tristeza. Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará. Irmãos, não falem mal uns dos outros. Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão, fala contra a Lei e a julga. Quando você julga a Lei, não a está cumprindo, mas está se colocando como juiz. Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo? Ouçam agora, vocês que dizem: Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa. Ao invés disso, deveriam dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo. Agora, porém, vocês se vangloriam das suas pretensões. Toda vanglória como essa é maligna. Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado. (Tiago 4:7-17)

Ao lermos o trecho bíblico acima percebemos que não há como resistir ao diabo se não estivermos nos submetendo a Deus! E se submeter a Deus é atentar para o que Cristo ensinou e procurar cumprir, pois todas as admoestações feitas após o versículo 7 fazem parte do ensino de Cristo exposto nos evangelhos, que é purificar o coração, se arrepender (que é o mesmo que trocar o riso por lamento), não falar mal uns dos outros, não julgar o próximo, etc.

Devemos também observar que a resistência ao diabo que devemos oferecer pela obediência a Deus não é expulsar demônios! Expulsar demônios ou ordenar ao diabo que saia de onde está, é um sinal que damos por estarmos crendo em Cristo, como nos explica o Senhor:

Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados. (Marcos 16:16-18)    

Não é à toa que o próprio Cristo declara estas palavras aos seus discípulos:

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça. (Mateus 6:33)

Desta forma, estaremos vestidos com a armadura de Deus se nos submetermos a Ele, ou seja, se obedecermos aos mandamentos de Cristo (o mesmo que buscar Reino de Deus e a Sua justiça): esta é a única forma de estarmos fortalecidos no Senhor e no seu forte poder, e estarmos capacitados para resistir no dia mau e permanecermos inabaláveis. Esta também é a única maneira de resistirmos ao diabo, e permanecermos firmes contra as suas ciladas, de modo que ele fuja de nós.

Ainda com relação à justiça do Reino, o apóstolo Paulo nos confirma:

No evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito:"O justo viverá pela fé". (Romanos 1:17) 

Paulo diz isso porque é através do evangelho de Jesus Cristo que aprendemos as leis do Reino de Deus (reino que ainda não vemos, por isso precisamos ter fé) para podermos obedecê-las. E é obedecendo-as que não somente temos o favor de Deus neste mundo, mas eternamente, na herança da vida eterna; por isso está escrito que "o justo viverá pela fé". É por este motivo que também encontramos trechos no antigo testamento declarando o seguinte:

Não pervertam a justiça nem mostrem parcialidade. Não aceitem suborno, pois o suborno cega até os sábios e prejudica a causa dos justos. Siga única e exclusivamente a justiça, para que tenham vida. (Deuteronômio 16:19-20)

O Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento. Ele reserva a sensatez para o justo; como um escudo protege quem anda com integridade, pois guarda a vereda do justo e protege o caminho de seus fiéis. (Provérbios 2:6-8)

No caminho da justiça está a vida; essa é a vereda que preserva da morte. (Provérbios 12:28)

Quem segue a justiça e a lealdade encontra vida, justiça e honra. (Provérbios 21:21)

Assim diz o Senhor, o seu redentor, o Santo de Israel: "Eu sou o Senhor, o seu Deus, que lhe ensina o que é melhor para você, que o dirige no caminho em que você deve ir. Se tão-somente você tivesse prestado atenção às minhas ordens, sua paz seria como um rio, sua retidão, como as ondas do mar. (Isaías 48:17-18)

Assim diz o Senhor: Mantenham a justiça e pratiquem o que é direito, pois a minha salvação está perto, e logo será revelada a minha retidão. (Isaías 56:1)

Quando lemos a passagem bíblica que relata a tentação de Jesus no deserto, logo observamos que o maligno não tentou ao Senhor de qualquer maneira, mas o fez na hora em que este se encontrava fisicamente vulnerável, para que ficasse mais fácil Ele DESOBEDECER ÀS LEIS DO REINO DE DEUS. 

Na tentativa de fazer o Senhor burlar as leis que Ele mesmo criou, satanás as expôs de uma forma a persuadi-lo a se deixar levar pela situação, pelas circunstâncias, e não por Sua Justiça. O resultado, nós já sabemos: Jesus o resistiu não obedecendo aos impulsos que sua carne poderia ter tido por estar enfraquecida no momento, mas declarou e obedeceu as Leis de Seu Reino. Ele continuou em Sua Justiça, ainda que as circunstâncias apontassem que Ele poderia morrer fisicamente por estar mal acomodado, sem comer e sem qualquer pessoa por perto que pudesse socorrê-lo!

Vejamos o referido trecho:

Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. Depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O tentador aproximou-se dele e disse: Se você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães. Jesus respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Então o diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui para baixo. Pois está escrito: Ele dará ordens a seus anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra. Jesus lhe respondeu: Também está escrito: Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus. Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E lhe disse: Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar. Jesus lhe disse: Retire-se, Satanás! Pois está escrito: Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto. Então o diabo o deixou, e anjos vieram e o serviram. (Mateus 4:1-11)

A seguir estão as palavras que Deus falou ao sucessor de Moisés, Josué:

Somente seja forte e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem sucedido por onde quer que andar. Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedido. Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar. (Josué 1:7-9)

Devemos prestar atenção nisto: precisamos falar ou declarar as escrituras para não esquecermos nossos direitos e, principalmente, nossos deveres revelados no ensino de Cristo; assim manteremos a Palavra acesa na mente, para que na hora das tentações e fraquezas não caiamos no engano das emoções, desejos e vaidades da alma, e possamos colocar realmente em prática a justiça de Deus. Foi exatamente isso que o Senhor falou para Josué, quando disse para ele "falar" a Lei (toda) e "meditar" nela (toda) de dia e de noite: falar para não esquecê-la, e meditar para colocá-la em prática não como um leigo, mas entendendo com clareza o que estava fazendo.

Josué tinha apenas a lei mosaica para ler e meditar. Hoje, temos a revelação desta lei em Cristo. Ele já decretou eternamente que na vida daquele que busca em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua justiça será acrescentado tudo quanto for preciso materialmente. Está implícito, portanto, que aquele que anda na justiça de Deus será por Ele abençoado, terá sempre o seu favor. Isto confirma o que já constava na Lei:

Se vocês obedecerem fielmente ao Senhor, ao seu Deus, e seguirem cuidadosamente todos os seus mandamentos que hoje lhes dou, o Senhor, o seu Deus, os colocará muito acima de todas as nações da terra. Todas estas bênçãos virão sobre vocês e os acompanharão, se vocês obedecerem ao Senhor, ao seu Deus: Vocês serão abençoados na cidade e serão abençoados no campo (...) Se obedecerem aos mandamentos do Senhor, do seu Deus, que hoje lhes dou e os seguirem cuidadosamente, vocês estarão sempre por cima, nunca por baixo. Não se desviem, nem para a direita nem para a esquerda, de qualquer dos mandamentos que hoje lhes dou, para seguir outros deuses e prestar-lhes culto. (Deuteronômio 28:1-14)  

Então, de fato, as bençãos que temos direito por permanecermos na fé em Cristo nós devemos conhecer, lembrar e declarar, mas também precisamos conhecer, lembrar e declarar diariamente os nossos deveres de cidadãos do Reino, para não esquecermos de cumpri-los devidamente, seja qual for a situação que estejamos passando. Então, assim como declaramos que somos sarados pelas pisaduras de Cristo, também devemos declarar que devemos amar os nossos inimigos; assim como afirmamos que o Senhor é o nosso pastor e não deixará nada nos faltar, também afirmemos que devemos perdoar a todos assim como nosso Pai nos perdoa. 

Somente desta forma seremos prósperos e bem sucedidos como nos promete o Senhor, e não somente isso, mas, estaremos revestidos do poder de Deus, vestidos com a armadura dele, e seremos capazes de resistir ao diabo, e por fim alcançaremos a vida eterna no Dia do Senhor.

Nós, seres humanos, somos tendenciosos a esquecer dos nossos deveres e só lembrarmos dos nossos direitos, e por isso desobedecemos a Deus com muita facilidade. Por este motivo é importante que mantenhamos acesa em nossa memória toda a palavra, e não somente o que Deus pode nos dar. 

Quando estamos obedecendo a Deus de fato, por conhecermos e entendermos os seus mandamentos, as circunstâncias no plano físico não se tornam mais grandes obstáculos para que perseveremos na fé.    

É por este motivo que os apóstolos Paulo e Tiago, respectivamente, falam estas palavras:

Aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece. (Filipenses 4:11-13) 

Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer. (Tiago 1:22-25)



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Você já aprendeu quais são os seus deveres como cidadão do Reino e está perseverando em pratica-los? Preste atenção no ensino de Cristo e observe como devemos proceder neste mundo! 

Pastora Oriana Costa