By Pastors Wendell and Oriana Costa

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Convivendo com a impiedade

Busquem o Senhor enquanto se pode achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. Que o ímpio abandone seu caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois ele perdoará de bom grado. Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos. Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para ele sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, para ela produzir semente para o semeador e pão para o que come, assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: Ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei. Vocês sairão em júbilo e serão conduzidos em paz; os montes e colinas irromperão em canto diante de vocês, e todas as árvores do campo baterão palmas. (Isaías 55:6-12)

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Após iniciarmos uma caminhada com Cristo, ainda sem entender bem a justiça eterna, nós achamos que os outros tem que ser iguais a nós, que estamos aprendendo e nos esforçando para obedecer as leis do Reino de Deus. E então, começamos a exigir bondade e bom senso de ímpios, julgando-os como se estes fossem cristãos de verdade. Isso gera aborrecimento e nos faz carregar fardos que Jesus já nos livra de levar através do cumprimento de seus mandamentos.

Quando não entendemos bem as palavras de Jesus é comum exigirmos um comportamento justo de pessoas ímpias, por vários motivos; contudo, precisamos observar que os de fora da fé verdadeira em Cristo não conhecem a Deus e não o obedecem, nem estão dispostos a isto, sejam estas pessoas praticantes de alguma religião ou não. Tampouco poderemos obrigá-las a crer no Senhor e segui-lo.

É bom atentarmos que o fato de pessoas terem nascido dentro de uma religião, ou seguirem dogmas religiosos já há algum tempo, por mais gentis, cultas e bem educadas que elas sejam, não é sinônimo de que elas tenham consciência de salvação e julgamento eternos. Muitas destas pessoas religiosas estão caminhando segundo suas próprias vontades, ou segundo regras e leis humanas, achando que estão corretas porque frequentam uma religião, ou pagam suas contas e procuram fazer o bem. Assim sendo, também não vamos poder exigir de tais indivíduos um comportamento justo, porque esses levam suas vidas exatamente como os que não tem religião e não creem em Deus, sendo guiados por seus sentimentos, emoções e desejos.

Para Deus, uma pessoa que anda segundo a Sua justiça é aquela que o obedece, e esta obediência consiste em se esforçar para aprender as leis do Reino reveladas no ensino de Cristo, e andar nelas. Somente obedecendo a Deus desta maneira é que nós conseguimos discernir o corpo do Senhor realmente e assim confirmamos dia a dia nossa salvação eterna. Só damos verdadeiro testemunho de Cristo ao mundo se estivermos em submissão à autoridade de Deus!

Então, prestemos atenção: discernir o corpo do Senhor é o mesmo que estar atento aos decretos ou mandamentos de Cristo perseverando em cumpri-los, evitando agir pelos impulsos da carne! Por isso, quando estivermos participando da ceia do Senhor, devemos ter o cuidado de investigar em nossa memória se não infringimos alguma(s) das leis do Reino e, se tivermos, devemos nos arrepender e procurar não cometer mais estes erros. É por isso que está escrito:

Sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo. (1 Coríntios 11:26-32)  

A legislação eterna está cheia de articulações com seus respectivos artigos sobre diversos assuntos, não só relacionados à realidade espiritual, mas também à física. Sobre o artigo dirigido à convivência de cristãos com pessoas de fora de sua fé, podemos observar alguns parágrafos com as seguintes declarações:

Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os pecadores amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os pecadores agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os pecadores emprestam a pecadores, esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso. Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados. Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem, também será usada para medir vocês. (Lucas 6:31-38)

Quem ainda anda guiado por si mesmo, ou quem tem medo de perder alguma coisa ou de ser humilhado, não consegue cumprir estes mandamentos. Nesta lei Jesus está nos ordenando a tratar com misericórdia especialmente aos ímpios, mesmo ainda que eles nos façam mal, pois eles estão em trevas e não conhecem a justiça de Deus. Na expressão "os outros" Cristo está se referindo a qualquer pessoa, e não somente aos da fé.  Com os da fé está implícito que teremos que andar em justiça, e, segundo declara o ensino de Cristo, muito mais ainda com não cristãos ou com religiosos, por causa do testemunho que precisamos dar a eles.

O Senhor nos orienta nesta lei a fazermos o bem aos que não o conhecem sem criarmos expectativas de que eles serão bons para nós (!), ou que reconhecerão o bem que fizemos a eles, mesmo que sejam pessoas conhecidas, como amigos e familiares. 

Nossas almas não ficam satisfeitas quando vamos de encontro a elas nos esforçando para andar nesta justiça, porém o nosso espírito fica em paz e Deus se agrada por procedermos em fé, assim como mostra a Palavra:

Tu guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia. (Isaías 26:3)

É mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça que é a nossa esperança. Porque em Cristo Jesus nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor. (Gálatas 5:5-6)

Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como justo, quando Deus aprovou as suas ofertas. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala. Pela fé Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte; ele já não foi encontrado porque Deus o havia arrebatado, pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de que tinha agradado a Deus. Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam. (Hebreus 11:4-6) 

Os que vivem segundo as regras e leis do mundo julgam as coisas entre si por leis humanas ou por seus próprios achismos, porém, cristãos verdadeiros devem julgar as coisas segundo a justiça de Deus. No início deste estudo bíblico lemos que os pensamentos de Deus não são como os pensamentos do homem, e os seus caminhos não são como os caminhos humanos. Isso quer dizer que as leis que regem o Reino de Deus são totalmente diferentes das leis que constituem as jurisdições humanas.
  
Desta maneira, vão existir situações onde vamos ter que escolher entre usar a justiça dos homens para nos vingarmos de quem cometeu injustiça contra nós, para obtermos lucro em alguma coisa, ou ressarcir algum prejuízo, ou, escolher permanecer na justiça de Deus, que nos diz que devemos amar aos nossos inimigos. Nossa decisão vai depender do quanto confiamos na fidelidade de Deus em cumprir nas nossas vidas aquilo que Ele promete em Sua Palavra.

Será que estamos confiando em Deus a ponto de deixarmos o julgamento e a vingança sobre todas as coisas más que nos acontecem com Ele mesmo, ou estamos querendo fazer justiça por nossas próprias regras ou por leis criadas por homens, retribuindo mal por mal? Prestemos atenção nas palavras do Apóstolo Paulo:

Não sejam sábios aos seus próprios olhos. Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário: Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem. (Romanos 12:16-21)

Pouco me importa ser julgado por vocês ou por qualquer tribunal humano; de fato, nem eu julgo a mim mesmo. Embora em nada minha consciência me acuse, nem por isso justifico a mim mesmo; o Senhor é quem me julga. Portanto, não julguem nada antes da hora devida; esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação. (1 Coríntios 4:3-5)

É comum em ambientes de trabalho, por exemplo, um cristão ter que lidar com pessoas mentirosas, imorais, preconceituosas, impacientes, irreverentes, egoístas ou invejosas. Estas pessoas vão agir movidas pelo que sentem vontade de fazer, e nunca por qualquer temor a Deus, pois não o conhecem. Elas podem até falar d'Ele, ou agradecerem a Deus por qualquer coisa boa que conseguem obter, mas não o conhecem de fato. 

A atitude de um cristão verdadeiro diante de qualquer mal que estas pessoas possam fazer a seu respeito é se esforçar para manter a calma e orar a Deus, entregando a situação a Ele, e continuar tratando estes indivíduos bem, sem buscar se justificar ou se vingar. Nunca devemos agir movidos por ira, pois a ira do homem não opera a justiça de Deus:

Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. (Tiago 1:19-20)

Não há como ser sal e luz no meio de pessoas que vivem conforme seus próprios desejos se não estivermos vivendo e dando testemunho de uma justiça superior, que realmente faça a diferença neste mundo mau:

Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus. (Mateus 5:13-16)

Por este motivo, o Apóstolo Paulo faz as seguintes perguntas aos cristãos coríntios, que foram achados em contenda uns com os outros, sem exercerem o perdão:

Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem sofrer o prejuízo? (1 Coríntios 6:7)

Ele fez essas perguntas aos irmãos daquela congregação porque para obedecer a Deus vamos precisar passar por injustiças e aceitar prejuízos sem reclamar, mesmo ainda que seja em meio ao convívio cristão, SIM! Mas, se estivermos direcionados por nossas almas, de maneira nenhuma vamos querer nos submeter à justiça de Deus, que nos diz:

Vocês ouviram o que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado. Vocês ouviram o que foi dito: Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! E se vocês saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês. (Mateus 5:38-48)

O Apóstolo Pedro faz as seguintes considerações quanto ao que temos que padecer neste mundo por causa da nossa obediência aos mandamentos de Cristo:

Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria. Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso ou como quem se intromete em negócios alheios. Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome. Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador? Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar suas vidas ao seu fiel Criador e praticar o bem. (1 Pedro 4:12-19) 

Algumas pessoas, ao lerem os decretos do Rei Jesus, declarados diretamente por Ele e também divulgados e esclarecidos pelos apóstolos, costumam interpretá-los e ensiná-los segundo suas próprias sabedorias, defendendo alguns pontos e refutando os que exigem certo esforço para serem cumpridos. Com relação a elas, disse Jesus:  

Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus. (Mateus 5:19)


Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca. (Isaías 53:7)


Sendo Deus, Jesus tinha autoridade para se justificar diante dos homens por si mesmo porque não peca, e também tinha poder para derrubar quantos exércitos desejasse apenas com uma ordem Sua, mas não foi assim que Ele fez. Ele preferiu se submeter a Sua própria justiça, estabelecida eternamente antes da criação do mundo; com essa atitude Ele pagou o preço pela nossa iniquidade se entregando para ser sacrificado em nosso lugar, assim como determinava a Lei. Por isso, quem diz que crê n'Ele, mas, não obedece aos seus mandamentos, o está negando e está se auto-condenando eternamente (João 12:44-50, 1João 2:4-6).   

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Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando-se a si mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho e, depois de olhar para si mesmo, sai e logo esquece a sua aparência. Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita que traz a liberdade, e persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu mas praticando-o, será feliz naquilo que fizer. Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum! A religião que Deus, o nosso Pai aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo. (Tiago 1:22-27) 


Pra. Oriana Costa

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