By Pastors Wendell and Oriana Costa

terça-feira, 30 de julho de 2013

Para ter paz, preciso aprender a dizer não para mim mesmo.




Quando alguém escolhe fazer só o que deseja ou lhe dá vontade, seja em que área da vida for, pode até se satisfazer e achar que é feliz vivendo como vive, porém, num determinado momento de sua vida, ainda que não perceba, vai colher o que está semeando.

Se vivermos somente pela satisfação dos nossos desejos, agindo todo o tempo conforme o que sentimos, além de nos destruirmos aos poucos vamos destruindo a vida dos que estão próximos a nós, e também até mesmo as vidas dos que estão distantes de nós e nem conhecemos, se tivermos influência social para isso. 


A vida de quem não domina suas próprias vontades e sentimentos é instável, cheia de altos e baixos, sem paz. Por fora, parece aos outros uma felicidade plena por se estar fazendo só o que tem vontade, mas, por dentro, é uma vida cheia de incertezas por não saber exatamente onde vai terminar.

Então, não dar vazão a certos desejos da nossa alma não é ser tolo ou infeliz, não é deixar de aproveitar a vida ou não se assumir, mas, é ser prudente. Nós nos sentimos tristes quando não fazemos tudo aquilo que sentimos vontade, porém, mais triste será o final daquele que vive satisfazendo tudo o que deseja como se isso fosse o certo, e ensinando os outros a viverem da mesma maneira.
O padrão deste mundo é "siga o seu coração", ou "não vá contra a sua natureza", e isso quer dizer: quebre sua cara, mas viva intensamente e prove o que você quer; no entanto, o padrão de Deus é "siga Cristo": porque Ele tanto nos amou que nos deu o exemplo para que, seguindo seus passos, encontremos verdadeira paz e estejamos seguros no meio da maldade deste mundo. Cristo sofreu por nós no mundo, sendo insultado e perseguido, e na cruz, entregando sua vida, porque Ele não quer nos ver sofrendo eternamente.

Deus nos deixa à vontade para escolher: podemos ser materialmente livres, ou podemos ser espiritualmente livres. Para sermos materialmente livres é fácil: basta sair obedecendo a todos os impulsos da nossa alma ou do nosso corpo, e fazer tudo o que "achamos" ou "sentimos" que é bom segundo os padrões deste mundo, para no fim ficarmos afastados de Deus para sempre. Quem está materialmente livre está espiritualmente preso e separado de Deus.

Para sermos espiritualmente livres vamos precisar crer em Deus através de Jesus e entender suas palavras, pois somente desta forma podemos obedecer as leis de Seu Reino e herdarmos a vida eterna - e esta é a verdadeira liberdade que precisamos, pois antes de sermos matéria, somos espíritos! Quem está espiritualmente livre está materialmente limitado, por ter que renunciar certos desejos da alma, no entanto, está em aliança com Deus e tem o seu favor.
Nunca é tarde para aprender a dizer não para a nossa natureza (nossa alma ou nossa carne); lembre que ela é falha, e infelizmente é má. Por isso, quem se guia por desejos e sentimentos não consegue ter paz. Só há um que é perfeito e nos serve de referencial, e este é Jesus. E nenhum esforço feito segundo a verdade de Deus é em vão. Busque esta verdade.
Pastora Oriana Costa


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Entendendo a lei da semeadura

Existe uma lei eterna muito importante, que, além de estar operando no corpo de Cristo, é operante no mundo desde sua criação: é a chamada “lei da semeadura”. Na Bíblia, ela é mencionada na carta de Paulo aos cristãos da igreja de Corinto:

Aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente (2Coríntios 9:6).

E também na carta de Paulo aos cristãos gálatas:

Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá (Gálatas 6:7).

No mundo humano, esta lei é válida para qualquer um, seja cristão ou não, quer se creia que ela vem de Deus ou não. Não há como se fugir dela, porque está estabelecida eternamente.

Portanto, precisamos aprender a semear com sabedoria em todas as áreas de nossas vidas, e não só na área financeira, pois são investimentos que fazemos para a eternidade. Devemos lembrar que, a lei da semeadura está estabelecida na realidade eterna, e por isso é uma lei espiritual, irrevogável e imutável; por ela estamos sendo julgados todos os dias de nossas vidas terrenas, e por ela também seremos julgados eternamente de acordo com o que fizermos no mundo.

De acordo com essa lei, neste mundo, se eu plantar misericórdia, vou colher misericórdia; se eu plantar mentira, vou também colher mentira; se eu plantar solidariedade, vou colhê-la mais à frente. 

Nas vidas dos que se esforçam em seguir os mandamentos de Cristo, os efeitos da lei  da semeadura estão acontecendo de acordo com a obediência ao Seu ensino. Então, se vivermos de acordo com justiça do Reino, as semeaduras sempre resultarão em bençãos materialmente, que se traduzem em livramentos, curas, paz, provisão, aquisição de sabedoria e, principalmente, estarão confirmando a absolvição das suas transgressões eternamente (salvação).  

No capítulo 9 de 2Coríntios, Paulo relata a importância de semearmos boas obras, e comenta o que a generosidade traz de bom para os cristãos:

Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra. Como está escrito: Distribuiu, deu os seus bens aos necessitados; a sua justiça dura para sempre. Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e aumentará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça. Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus. O serviço ministerial que vocês estão realizando não está apenas suprindo as necessidades do povo de Deus, mas também transbordando em muitas expressões de gratidão a Deus. Por meio dessa prova de serviço ministerial, outros louvarão a Deus pela obediência que acompanha a confissão que vocês fazem do evangelho de Cristo e pela generosidade de vocês em compartilhar seus bens com eles e com todos os outros. E nas orações que fazem por vocês, eles estarão cheios de amor por vocês, por causa da insuperável graça que Deus tem dado a vocês. Graças a Deus por seu dom indescritível! (2Coríntios 9:7-15).

Da mesma forma, nos versículos de Gálatas capítulo 6, ele também discorre acerca dos mesmos valores, além de exibir que o ganho obtido ao usarmos desta lei corretamente não se aplica só as nossas vidas neste mundo, mas se continua eternamente:

Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos. Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé. Vejam com que letras grandes estou lhes escrevendo de próprio punho! (Gálatas 6:8-11). 

Focando agora na especialmente na parte financeira, que constitui o lado polêmico da lei da semeadura no âmbito congregacional, não há nenhuma contestação para o ato de dizimar, ou entregar quaisquer percentual que se queira dar, desde que façamos isso entendendo o sentido de contribuir materialmente na Nova Aliança. Dizemos que é uma contribuição material, e não somente financeira, porque necessariamente não estamos presos ao dinheiro para ajudar a alguém.

Quando o apóstolo Paulo falou de generosidade na sua carta aos coríntios, ele não especificou se esta generosidade em dar era financeiramente; a ideia que ele nos passa é de necessidades supridas, e isto não obrigatoriamente acontece somente com a doação de dinheiro em espécie.

Se alguém se propõe em dar voluntariamente qualquer percentual do salário que recebe, ou do dinheiro que possui, para socorrer a obra de Deus ou a algum irmão ou irmã em especial, semanalmente, quinzenalmente, mensalmente, bimestralmente, ou no tempo que achar devido, não está agindo fora doutrina de Cristo. Quem socorre a igreja está dando ao próprio Deus; de fato, a igreja é o corpo do Senhor. Lembremos do que Jesus falou:

Se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, porque ele é meu discípulo, eu lhes asseguro que não perderá a sua recompensa. (Mateus 10:42)

Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram. Então os justos lhe responderão: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? O Rei responderá: Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram. Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram. Eles também responderão: Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos? Ele responderá: Digo-lhes a verdade: o que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo. E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna. (Mateus 25:31-46)

Deus observa as intenções dos nossos atos; veja algo interessante que o Senhor diz aos discípulos, nos versículos seguintes:

Tenham o cuidado de não praticar suas obras de justiça diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial. Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita, de forma que você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o recompensará (Mateus 6:1-4).

E falando de recompensa, é importante lembrarmos que, ao contribuirmos, saibamos que não estamos fazendo uma troca com Deus, onde por termos dado algum valor na igreja Ele tenha a obrigação de nos devolver a mais, com juros e correção monetária.

Devemos ter em mente que, primeiramente, a nossa recompensa em obedecer a Deus é receber d’Ele a melhor e mais preciosa coisa que alguém pode ter: a herança da vida eterna, para em seguida o seu favor ser manifesto materialmente segundo a Sua vontade. No Reino de Deus as coisas acontecem espiritualmente, para em seguida serem manifestas materialmente. Se realmente cremos em Deus, devemos, portanto, confiar n’Ele e descansar nisso. 

Vejamos o que Jesus ensina aos discípulos sobre sermos generosos:

Dê a todo o que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva. Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os pecadores amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os pecadores agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os pecadores emprestam a pecadores, esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso. Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados. Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem, também será usada para medir vocês. (Lucas 6:30-38)

Se resolvermos interpretar o versículo 38 (“Deem, e lhes será dado...”) isoladamente, para basearmos um comércio com Deus, nós vamos nos decepcionar, pois não é isso que Jesus está propondo em seu discurso. Se lermos atentamente todos os versículos que compõem o texto acima, vamos notar que esta generosidade a que Jesus se refere é de cristãos para não-cristãos, e principalmente, de cristãos para aqueles que lhes fazem mal.

No meio cristão o perdão, a generosidade e o cuidado de uns para com os outros deve ser uma prática natural, normal, pelo cumprimento do mandamento de Cristo. O que Jesus nos lembra, no entanto, é que este perdão, esta generosidade e este cuidado devem se estender para fora da igreja, se quisermos dar testemunho verdadeiro de Deus ao mundo!

E quando Jesus nos diz “como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles”, e “a medida que usarem, também será usada para medir vocês”, ele está lembrando que a lei da semeadura também é operante no mundo, e não somente no Reino de Deus, e nós ainda estamos no mundo. 

Da mesma maneira que os cristãos agirem com os de fora da fé, estes irão agir com eles. Amar aos inimigos não é gostar deles, e sim, tratá-los como nós gostaríamos de ser tratados, sem levar em consideração o mal que eles nos fazem, por temor a Deus.

Nesta outra passagem, Jesus direciona seu discurso aos escribas e fariseus:

Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Guias cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade. (Mateus 23:23-28)

Ali o Senhor mostrou aos judeus que eles não eram tão justos quanto se diziam ser. De fato, os escribas e fariseus procuravam fazer o que podia ser visto pelos outros como “obras de justiça”, como, por exemplo, entregarem os dízimos e as ofertas no templo, não trabalharem no sábado, se vestirem decentemente, fazerem a circuncisão, apedrejarem mulheres adúlteras e pessoas blasfemas, etc., mas, no entanto, agiam movidos por ganância e cobiça. Jesus lembrou a eles que cumprir algumas obras da lei para parecerem justos diante dos outros não justificava a maldade com a qual eles agiam às escondidas.

Pastora Oriana Costa 

domingo, 14 de julho de 2013

A restituição, o reinar em vida e a abundante graça de Deus.

De nada aproveitam as riquezas no dia da ira, mas a justiça livra da morte. A justiça do sincero endireitará o seu caminho, mas o perverso pela sua falsidade cairá. A justiça dos virtuosos os livrará, mas na sua perversidade serão apanhados os iníquos. Morrendo o homem perverso perece sua esperança, e acaba-se a expectação de riquezas. (Provérbios 11:4-7)

Será que as coisas materiais que temos são nossas mesmo? Muitas vezes, quando perdemos alguma coisa ou temos algum prejuízo materialmente falando, a ideia que primeiro nos vem à cabeça é de que Deus tem a obrigação de nos restituir a perda por causa da fidelidade d’Ele a Sua Palavra. Só que, de acordo com a Palavra de Deus, não temos nada neste mundo. Tudo é de Deus, por Ele e para Ele (Romanos 11:36).

Ele criou tudo isso que vemos a nossa volta, todos os átomos que constituem as coisas que usamos, e apenas está compartilhando estas coisas conosco. É tanto que um dia vamos morrer e não vamos levar absolutamente nada do que usufruímos materialmente neste mundo; não levamos nem mesmo o nosso próprio corpo, que fica na terra após a nossa morte para ser decomposto por bactérias e vermes.

Em pregações é comum ouvirmos versículos dos livros de Joel e de Ageu quando o tema é "restituição material". Geralmente são aqueles onde Deus fala pelo profeta ao povo de Israel que vai restituir ou compensa-los dos anos em que tiveram suas lavouras destruídas por uma certa praga de gafanhotos (Joel 2:23-27), ou aqueles onde Deus fala pelo profeta Ageu que é dono da prata e do ouro, e que a glória da última casa será maior do que a da primeira (Ageu 2:8,9).

No entanto, é importante que leiamos não somente os versículos que falam desta compensação, mas todo o trecho onde eles estão inseridos, e comparemos em seguida com a doutrina de Cristo (na qual está revelada e esclarecida a justiça de Deus aos homens), para que saibamos de que tipo de restituição Deus estava falando.

Vamos começar pelo profeta Joel:   


Ó povo de Sião, alegre-se e regozije-se no Senhor, o seu Deus, pois ele lhe dá as chuvas de outono, conforme a sua justiça. Ele lhe envia muitas chuvas, as de outono e as de primavera, como antes fazia. As eiras ficarão cheias de trigo; os tonéis transbordarão de vinho novo e de azeite. Vou compensá-los pelos anos de colheitas que os gafanhotos destruíram: o gafanhoto peregrino, o gafanhoto devastador, o gafanhoto devorador e o gafanhoto cortador, o meu grande exército que enviei contra vocês. Vocês comerão até ficarem satisfeitos, e louvarão o nome do Senhor, o seu Deus, que fez maravilhas em favor de vocês; nunca mais o meu povo será humilhado. Então vocês saberão que eu estou no meio de Israel. Eu sou o Senhor, o seu Deus, e não há nenhum outro; nunca mais o meu povo será humilhado. E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões. Até sobre os servos e as servas derramarei do meu Espírito naqueles dias. Mostrarei maravilhas no céu e na terra: sangue, fogo e nuvens de fumaça. O sol se tornará em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e temível dia do Senhor. E todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo, pois, conforme prometeu o Senhor, no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento para os sobreviventes, para aqueles a quem o Senhor chamar. (Joel 2:23-32)

Hoje nós temos uma nova aliança com Deus pelo sacrifício de Jesus, e novos mandamentos para obedecer. A justiça estabelecida por Deus através de Cristo é superior a da antiga aliança, porque nos justifica do pecado, um favor que os obedientes a lei mosaica não tinham. Então,  nós precisamos saber o que a doutrina de Cristo nos diz a respeito de restituição, ou que tipo de restituição primeiramente Deus está interessado em fazer por nós.

Através do ensino de Cristo sabemos que o trigo, o vinho e o azeite aos quais Deus se refere usando o profeta Joel, na verdade, são o seu próprio Filho Jesus que veio para restituir o que perdemos no início pelo pecado de Adão:

Jesus lhes disse: Eu lhes digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo o que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Todo o que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. Este é o pão que desceu do céu. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre". Ele disse isso quando ensinava na sinagoga de Cafarnaum. Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: "Dura é essa palavra. Quem consegue ouvi-la? Sabendo em seu íntimo que os seus discípulos estavam se queixando do que ouviram, Jesus lhes disse: Isso os escandaliza? Que acontecerá se vocês virem o Filho do homem subir para onde estava antes! O Espírito dá vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida. Contudo, há alguns de vocês que não crêem". Pois Jesus sabia desde o princípio quais deles não criam e quem o iria trair. E prosseguiu: "É por isso que eu lhes disse que ninguém pode vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai". Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo. Jesus perguntou aos Doze: Vocês também não querem ir? Simão Pedro lhe respondeu: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna. (João 6:53-68)

É interessante notar que, a maioria das pessoas que estavam acompanhando a Cristo em seu ministério terreno estava mesmo interessada no que poderia receber d’Ele materialmente (curas, provisão, livramentos, etc.), e não em viver eternamente; por isso ficaram escandalizadas quando Ele falou que para terem vida elas deveriam se alimentar d’Ele (beber o sangue e comer a carne de Jesus significa seguir o seu ensino, obedecer aos seus mandamentos).

Esta passagem também nos lembra que Jesus foi traído por causa de um interesse material. Judas deu mais crédito ao lucro que poderia ter entregando Jesus às autoridades, do que nas palavras d'Ele e nos milagres que via Ele realizar diante de seus olhos. 

Toda a humanidade perdeu algo muito importante e mais precioso do qualquer coisa material: a vida eterna, e foi isso que Jesus Cristo veio restituir de fato. E muitos não entenderam naquela época, e ainda hoje não entendem. Se não fosse com este propósito a sua vinda, Ele mesmo não teria dito nos parágrafos anteriores a esta última passagem que lemos: 

Não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará. Deus, o Pai, nele colocou o seu selo de aprovação. (João 6:27)

Com relação à humilhação que Deus disse pelo profeta que já não mais passaríamos (“nunca mais o meu povo será humilhado”), Cristo nos ensina que neste mundo nós teremos aflições, passaremos por humilhações por causa d'Ele, mas precisamos aguentar firmes, ou termos bom ânimo, porque Ele venceu o mundo e voltará para nos resgatar daqui; e, então, não sofreremos mais.

Deus fará justiça a nosso respeito e a respeito dos que não creem n'Ele definitivamente na eternidade, e não aqui na terra. Lembremos que, por enquanto, Ele faz cair a sua chuva para os bons e também para os maus (Mateus 5:45). Vejamos os versículos seguintes:

É justo da parte de Deus retribuir com tribulação aos que lhes causam tribulação, e dar alívio a vocês, que estão sendo atribulados, e a nós também. Isso acontecerá quando o Senhor Jesus for revelado lá do céu, com os seus anjos poderosos, em meio a chamas flamejantes. Ele punirá os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão a pena de destruição eterna, a separação da presença do Senhor e da majestade do seu poder. Isso acontecerá no dia em que ele vier para ser glorificado em seus santos e admirado em todos os que creram, inclusive vocês que creram em nosso testemunho. Conscientes disso, oramos constantemente por vocês, para que o nosso Deus os faça dignos da vocação e, com poder, cumpra todo bom propósito e toda obra que procede da fé. Assim o nome de nosso Senhor Jesus será glorificado em vocês, e vocês nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. (2 Tessalonicenses 1:6-12)

O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor. Se o dono da casa foi chamado Belzebu, quanto mais os membros da sua família! Portanto, não tenham medo deles. Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido. O que eu lhes digo na escuridão, falem à luz do dia; o que é sussurrado em seus ouvidos, proclamem dos telhados. Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno. (Mateus 10:24-28)

Enquanto estivermos seguindo a Jesus no mundo nós estamos sujeitos a perder coisas, a sofrermos prejuízos como qualquer outra pessoa. Por isso Jesus nos diz:

Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração. (Mateus 6:19-21)

Não estamos livres de sermos roubados, de perdermos coisas enquanto estivermos no mundo, por isso Jesus falou para não acumularmos tesouros na terra.  Ele nos ensina que não devemos buscar riquezas materiais, mas somente o suficiente para sobrevivermos dignamente neste mundo. Segundo Cristo, devemos buscar primeiramente as bênçãos eternas. 

Agora vamos entender o que está escrito no livro do profeta Ageu. Vejamos alguns trechos dos dois capítulos deste livro:

Assim diz o Senhor dos Exércitos: Este povo afirma: Ainda não chegou o tempo de reconstruir a casa do Senhor. Por isso, a palavra do Senhor veio novamente por meio do profeta Ageu: Acaso é tempo de vocês morarem em casas de fino acabamento, enquanto a minha casa continua destruída? Agora, assim diz o Senhor dos Exérci­tos: Vejam aonde os seus caminhos os leva­ram. Vocês têm plantado muito, e colhido pouco. Vocês comem, mas não se fartam. Bebem, mas não se satisfazem. Vestem-se, mas não se aquecem. Aquele que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa bolsa furada. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Vejam aonde os seus caminhos os levaram! Subam o monte para trazer madeira. Constru­am o templo, para que eu me alegre e nele seja glorificado, diz o Senhor. Vocês esperavam muito, mas, eis que veio pouco. E o que vocês trouxeram para casa eu dissipei com um sopro. E por que o fiz?, pergunta o Senhor dos Exércitos. Por causa do meu templo, que ainda está destruído, enquanto cada um de vocês se ocupa com a sua própria casa. (Ageu 1:2-9)

Quem de vocês viu este templo em seu primeiro esplendor? Comparado a ele, não é como nada o que vocês vêem agora? Coragem, Zorobabel, declara o Senhor. Coragem, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque. Coragem! Ao trabalho, ó povo da terra!, declara o Senhor. Porque eu estou com vocês, declara o Senhor dos Exércitos. Esta é a aliança que fiz com vocês quan­do vocês saíram do Egito: Meu espírito está entre vocês. Não tenham medo. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Dentro de pouco tempo farei tremer o céu, a terra, o mar e o continente. Farei tremer todas as nações, as quais trarão para cá os seus tesouros, e encherei este templo de glória, diz o Senhor dos Exércitos. Tanto a prata quanto o ouro me pertencem, declara o Senhor dos Exércitos. A glória deste novo templo será maior do que a do antigo, diz o Senhor dos Exércitos. E neste lugar estabelecerei a paz, declara o Senhor dos Exércitos. (Ageu 2:3-9)

Deus fala ao povo de Israel pelo profeta Ageu que não estava contente com a desconsideração deles na reconstrução do templo que havia sido destruído quando foram levados cativos por outros povos. Deus libertou o povo das mãos dos babilônicos e dos persas, mas, ao vê-los em desobediência a Sua Palavra, castigou-os com pragas em suas lavouras.  

Isso aconteceu porque, em vez de reconstruírem o templo do jeito que era antes para continuarem obedecendo a Deus segundo as ordenanças da Lei, os israelitas estavam usando a prata e o ouro que conseguiam na construção de suas próprias casas. Como desculpa para não reconstruírem o templo que Deus lhes ordenara, diziam que ainda não era tempo de fazer aquele trabalho. Assim, eles deixaram de honrar a Deus para satisfazerem seus desejos materiais.

Desta forma, por terem usado todas as riquezas conforme suas próprias vontades, já não tinham material suficiente para reconstruírem o templo da maneira que Deus lhe havia dito. Então, depois que Deus chamou a atenção dos israelitas pelo profeta, o templo foi reconstruído com o que eles tinham à disposição: madeira. É por isso que Deus fala no capítulo 2 que aquele templo que eles estavam construindo não chegaria nem perto do esplendor que o primeiro tinha. 

A prata e o ouro que os israelitas usaram na construção de suas casas, na verdade, deveria ter sido usada na construção do templo; foi por isso que Deus falou "tanto a prata como o ouro (que vocês se apropriaram e usaram ao bel prazer) me pertencem (e deveriam ter sido usados naquilo que lhes mandei)". 

Porém, logo em seguida, o Senhor deixou claro que isso não tinha mais importância, pois Ele mesmo iria construir um novo templo, feito de pessoas (de todas as nações), e não mais feito de metais preciosos ou de madeira: Farei tremer todas as nações, as quais trarão para cá os seus tesouros, e encherei este templo de glória (...) A glória deste novo templo será maior do que a do antigo, diz o Senhor dos Exércitos. E neste lugar estabelecerei a paz.

Vejamos o que está escrito em 2Coríntios e 1Pedro sobre isto:

Somos santuário do Deus vivo. Como disse Deus: Habitarei com eles e entre eles andarei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. (2Coríntios 6:16)

À medida que se aproximam dele, a pedra viva — rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele — vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo. Pois assim é dito na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa, e aquele que nela confia jamais será envergonhado. Portanto, para vocês, os que creem, esta pedra é preciosa; mas para os que não creem, a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular, e, pedra de tropeço e rocha que faz cair. Os que não creem tropeçam, porque desobedecem à mensagem; para o que também foram destinados. Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1Pedro 2:4-9)

Hoje, a paz que Deus disse que ia estabelecer neste novo templo, Ele o fez por meio de seu Filho Jesus Cristo:

Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo. (João 14:27)

Portanto, Deus não está se referindo a nenhuma restituição material ao dizer "vou compensá-los pelos anos de colheitas que os gafanhotos destruíram" e que "a glória deste novo templo será maior do que a do antigo". Ele simplesmente está falando de uma compensação espiritual, infinitas vezes maior do que quaisquer restituição material, que se dá pela fé em Seu Filho.  
      
Precisamos nos apoiar na verdade para não nos entristecermos com as adversidades que inevitavelmente acontecem, a ponto de esquecermos da promessa de vida eterna.

Vamos falar agora sobre reinar em vida e sobre a superabundante graça de Deus segundo o ensino de Cristo.

Se pela transgressão de um só a morte reinou por meio dele, muito mais aqueles que recebem de Deus a imensa provisão da graça e a dádiva da justiça reinarão em vida por meio de um único homem, Jesus Cristo. Consequentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens. Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos. A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. (Romanos 5:17-21)

Reinar em vida é, portanto, a obtenção da graça da justificação eterna pela fé no sacrifício de Jesus e pela obediência a Sua justiça; em outras palavras, reinar em vida é viver segundo a justiça de Deus no mundo, por causa da fé, na esperança de herdar a vida eterna! E a justificação é chamada graça porque ela nos foi dada como um presente, sem sermos merecedores dela: Deus se sacrificou para nos justificar diante d’Ele mesmo porque nos ama, e ama a sua criação (João 3:16).

Há um grande equívoco de interpretação quando dizem que reinar em vida é ser materialmente abastado, ou mesmo ter todas as orações atendidas.  O apóstolo Paulo revela através das cartas que fez às igrejas de sua época, que chegou a passar necessidade (Filipenses 4:10-18) enquanto servia a Deus, e que algumas vezes nós não sabemos orar como convém (Romanos 8:26,27), porque não somos perfeitos. Inclusive, mais à frente, veremos que certa vez Paulo orou e não recebeu de Deus o que pediu.  Então, prestemos atenção no que está escrito na Bíblia.

Também é um grande erro confundir a superabundante graça de Deus em nos justificar eternamente de algo que não tínhamos merecimento, com o receber d'Ele coisas materiais ou sermos prósperos materialmente falando, pois o mundo é quem se apega a estas coisas.

O Apóstolo Paulo falou algo interessante sobre a graça:

Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte. (2Coríntios 12:7-10)

Deus permitiu que especificamente aquele apóstolo fosse atormentado por um mensageiro de satanás para não se ensoberbecer, devido à enorme quantidade de conhecimento concedida a Ele. Isso fazia Paulo sofrer de tal maneira que chegou a clamar três vezes ao Senhor para que aquilo parasse. No entanto, Deus não concedeu o que Paulo lhe pediu, mas apenas o lembrou: "minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza".

De fato, a graça da justificação é o suficiente para qualquer um, pois é por ela que herdamos a vida eterna. Ter consciência do maravilhoso favor que recebemos de Deus eternamente nos dá consolo e refrigério verdadeiros na hora de qualquer sofrimento; por isso Paulo diz: "regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte".  

Paulo se alegrava em seus sofrimentos por saber que exatamente nestas horas o poder de Deus estava se manifestando com mais intensidade pela sua vida, confirmando sua própria salvação e levando salvação à outras pessoas. Nos momentos de adversidades, então, ele estava materialmente fraco, mas, espiritualmente forte.  

Concluindo, não só como foi para o Apóstolo Paulo de Tarso, mas como deve ser para todos os que estão em Cristo, a palavra válida para necessidades materiais supridas ou para uma restituição material quando Deus julgar que ela é necessária, sempre foi e sempre será esta:

Não se preocupem, dizendo: Que vamos comer? ou que vamos beber? ou que vamos vestir? Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo. Basta a cada dia o seu próprio mal. (Mateus 6:31-34)

Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamente e não conforme a tradição que vocês receberam de nós. Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, não porque não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês. Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranquilamente e comam o seu próprio pão. (2Tessalonicenses 3:6-12)
Pastora Oriana Barros

PARA ACESSAR O ESTUDO COMPLETO SOBRE FÉ CRISTÃ NO GOOGLE DRIVE CLIQUE AQUI - SE PREFERIR NO SCRIBD, CLIQUE AQUI - O DOWNLOAD É GRATUITO!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Estamos obedecendo mesmo a Deus?

A coisa que mais desagrada a Deus é a desobediência a Ele. Foi por causa da desobediência que Adão foi condenado, e hoje todas as gerações após ele pagam o preço de seu pecado contra Deus. O Senhor não se agrada da desobediência pelo fato de isso ocorrer devido à incredulidade em Sua Palavra. Realmente, nós só desobedecemos a Deus quando não damos o devido crédito ou o devido respeito que devíamos dar às coisas que Ele instituiu. E se não damos crédito a Deus e o desobedecemos, é o mesmo que estarmos chamando a Ele de mentiroso.
João 3:16 diz: Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que n'Ele creia não pereça, mas tenha vida eterna. Desta forma, hoje, nós podemos conseguir salvação pela fé em Jesus, apesar de não sermos merecedores de tamanha graça por causa da transgressão que nos condena eternamente. Assim como na Antiga Aliança Deus fez ordenanças para serem seguidas pelo povo de Israel, na Nova Aliança novas ordenanças foram feitas para aqueles que desejam herdar a vida eterna em Cristo. Quando nos esforçamos em cumprir estes mandamentos estamos provando que cremos realmente em Deus e estamos em desacordo com o mal que impera neste mundo. 
Jesus instituiu um novo mandamento e novas regras para aqueles que realmente o seguissem na esperança de alcançarem salvação na eternidade. Então, obviamente, muito mais do que a lei mosaica, é preciso que os cristãos hoje conheçam a fundo a doutrina de Cristo para poderem obedecer e agradar a Deus de fato. E observando que, assim como Deus foi severo com os que descumpriram as ordenanças da lei mosaica, Ele também será rigoroso com os que desobedecerem os mandamentos de Cristo.

Contudo, isso não quer dizer que devamos obedecer os mandamentos de Cristo por causa da punição que será aplicada aos desobedientes. Deus deseja que sejamos obedientes a Ele por conhecermos a verdade da Sua Palavra. Ao conhecermos a verdade que liberta, seremos submissos a Deus não por medo, e sim por consideração e respeito verdadeiros, assim como Ele nos considera e nos respeita em verdade. 
Muitas vezes, nós cristãos achamos que uma ou outra coisa que fazemos não é desobediência a Deus, pelo simples fato de julgarmos as coisas a partir de nossas vivências no mundo, sem estarmos embasados na Palavra. Nós esquecemos que Deus nos leva a sério, e pensamos que Ele até se agrada que façamos coisas movidos pela nossa própria justiça, porque não vemos a ira d'Ele se derramar de imediato assim como acontecia no Antigo Testamento.

Um bom exemplo disso é sobre o cumprimento daqueles versículos onde Jesus nos ensina a fazer o bem a quem nos fizer mal, a emprestar sem esperar receber devolução, a perdoar, a dar a outra face para bater, sermos santos como o Pai é santo, etc.. A desculpa que muitos cristãos dão para não cumpri-los é que não devemos ser tão tolos a ponto de deixar os outros nos fazerem sofrer sem que haja vingança. Com isso, eles estão declarando publicamente que Jesus foi um grande tolo, e seu sacrifício foi em vão!

A obediência às ordenanças de Cristo é perda para mundo, é humilhação para quem vive conforme seus próprios desejos. Porém, para Deus, é sinal de que cremos n'Ele, de que queremos estar ao Seu lado eternamente, e, de que estamos dispostos a divulgar o evangelho da salvação. A divulgação da mensagem de reconciliação com Deus só pode ser ouvida se andarmos numa justiça diferente da que o mundo costuma andar! Então, se dizemos que somos cristãos mas não obedecermos a Cristo, estaremos dificultando a pregação do verdadeiro evangelho da salvação, e Deus nos julgará por causa disso.

No entanto, Deus tem sido muito paciente conosco, apesar de sermos tão teimosos às vezes. Hoje, depois  do sacrifício e ressurreição de seu Filho, ao invés de nos aplicar punições severas como fazia na antiga aliança, Ele está apenas castigando (corrigindo) aqueles que ama, e deixando para punir eternamente todos os desobedientes de uma vez por todas, no Dia do Juízo.

Os desobedientes que serão punidos no Dia do Senhor são aqueles que, se dizendo cristãos, passam por cima do ensino de Cristo e ensinam um evangelho distorcido, que distancia as pessoas do foco da vida eterna. O interesse destes falsos cristãos é lucrar neste mundo, em vez de ver pessoas salvas. Estes serão julgados e condenados igualmente a todas as outras pessoas que não fizeram aliança com Deus, que entraram na eternidade sem se reconciliarem com Ele.
Hoje todos os que cremos em Cristo somos reis e sacerdotes diante de Deus por causa desta fé, e precisamos entender que isso requer de nós atenção (1Pedro2:5) e responsabilidade. Vamos mostrar rapidamente aqui uma passagem bíblica onde Deus julgou dois sacerdotes severamente pela desobediência deles.

Estes sacerdotes foram os primeiros da linhagem de Arão a serem ordenados logo depois de Deus ter entregue a Moisés as ordenanças para que fossem rigorosamente seguidas por eles. Então, antes de oferecerem a Deus os sacrifícios pelo pecado do povo, os sacerdotes (Arão e seus filhos) tinham que oferecer a Deus sacrifícios por seus próprios pecados, tinham que se consagrar, conforme explica o trecho bíblico abaixo:

Assim, pois, farás a Arão e a seus filhos conforme a tudo o que eu te tenho ordenado; por sete dias os consagrarás. Também cada dia prepararás um novilho por sacrifício pelo pecado para as expiações, e purificarás o altar, fazendo expiação sobre ele; e o ungirás para santificá-lo. Sete dias farás expiação pelo altar, e o santificarás; e o altar será santíssimo; tudo o que tocar o altar será santo. Isto, pois, é o que oferecereis sobre o altar: dois cordeiros de um ano, cada dia, continuamente. Um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro cordeiro oferecerás à tarde. Com um cordeiro a décima parte de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e para libação a quarta parte de um him de vinho, e o outro cordeiro oferecerás à tarde, e com ele farás como com a oferta da manhã, e conforme à sua libação, por cheiro suave; oferta queimada é ao SENHOR. Este será o holocausto continuo por vossas gerações, à porta da tenda da congregação, perante o SENHOR, onde vos encontrarei, para falar contigo ali. (Êxodo 29:35-42, ACRF) - percebe-se aqui que no ritual manipulava-se vinho na oferta da tarde, durante aqueles sete dias de consagração; mas, em nenhum momento, Deus havia autorizado que este vinho deveria ser bebido pelos sacerdotes, e sim apenas oferecido para ser queimado junto com o cordeiro sacrificado. 

Logo depois de cumprido todo o ritual de consagração dos sacerdotes, e todos os rituais pelos pecados do povo (Leia em Levítico capítulos 8 e 9), e estarem completamente finalizados os rituais naquela temporada, aconteceu este inusitado e, ao mesmo tempo, triste episódio: 

Nadabe e Abiú, filhos de Arão, pegaram cada um o seu incensário, nos quais acenderam fogo, acrescentaram incenso, e trouxeram fogo profano perante o Senhor, sem que tivessem sido autorizados. Então saiu fogo da presença do Senhor e os consumiu. Morreram perante o Senhor. Moisés então disse a Arão: Foi isto que o Senhor disse: Aos que de mim se aproximam santo me mostrarei; à vista de todo o povo glorificado serei. Arão, porém, ficou em silêncio. Então Moisés chamou Misael e Elzafã, filhos de Uziel, tio de Arão, e lhes disse: Venham cá; tirem os seus primos da frente do santuário e levem-nos para fora do acampamento. Eles foram e os puxaram pelas túnicas, para fora do acampamento, conforme Moisés tinha ordenado. Então Moisés disse a Arão e a seus filhos Eleazar e Itamar: Não andem descabelados, nem rasguem as roupas em sinal de luto, senão vocês morrerão e a ira do Senhor cairá sobre toda a comunidade. Mas os seus parentes, e toda a nação de Israel, poderão chorar por aqueles que o Senhor destruiu pelo fogo. Não saiam da entrada da Tenda do Encontro, senão vocês morrerão, porquanto o óleo da unção do Senhor está sobre vocês. E eles fizeram con­forme Moisés tinha ordenado. Depois o Senhor disse a Arão: Você e seus filhos não devem beber vinho nem outra bebida fermentada antes de entrar na Tenda do Encontro, senão vocês morrerão. É um decreto perpétuo para as suas gerações. Vocês têm que fazer separação entre o santo e o profano, entre o puro e o impuro, e ensinar aos israelitas todos os decretos que o Senhor lhes deu por me­io de Moisés. (Levítico 10:1-11)
Vê-se que os dois sacerdotes (que já tinham feito o ritual de consagração) foram julgados diretamente por Deus, sem passarem pelos trâmites da lei que Ele próprio havia entregue a Moisés.
Significado da palavra profanar: Violar ou tratar com irreverência ou desprezo alguma coisa sagrada ou venerável (Fonte: Dicionário on-line Uol Michaelis)

Porém, Deus explicou a Arão porque consumiu no fogo os seus filhos Nadabe e Abiú: eles beberam vinho e tinham agido movidos por embriaguez. Os filhos de Arão provavelmente beberam da sobra do vinho usado durante a consagração deles, e embriagados, sem observarem os mandamentos de Deus, entraram na tenda do encontro e queimaram incenso num momento em que não tinham sido autorizados pelo Senhor para fazerem aquilo, numa hora indevida, de uma maneira que Deus não tinha ordenado. Eles desobedeceram a Deus. Desta forma, foram julgados ali. O fogo que eles ofereceram naquele momento a Deus era profano ou estranho, pois desrespeitava os Seus mandamentos.
Alguns podem pensar: "Mas, para que tanta rigorosidade da parte de Deus com aquelas pessoas? Deus não poderia ter simplesmente deixado a situação passar, e ter castigado aqueles sacerdotes de uma outra maneira, sem tirar a vida deles?"
Deus poderia simplesmente não ter feito nada com relação aquilo, e eles terem saído ilesos do local, contudo, o Senhor não tolera desobediência - eles sabiam que Deus era fiel ao que falava e era rigoroso em seu juízo! Se Deus não tivesse agido com rigor ali as pessoas não dariam crédito as ordenanças da lei, para com zelo cumpri-las. E ainda assim, mesmo testemunhando a fidelidade de Deus em cumprir o que promete, tanto para abençoar como para castigar, aquelas pessoas teimavam em desobedece-lo. A passagem dos sacerdotes fulminados por oferecerem fogo estranho a Deus é apenas uma das muitas em que observamos Deus julgar pessoalmente aqueles que desobedeciam aos seus decretos na Antiga Aliança. 
Na Nova Aliança esta fidelidade de Deus não muda. Senão, vejamos o que o Apóstolo Paulo relata:
Quem rejeitava a Lei de Moisés morria sem misericórdia pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Quão mais severo castigo, julgam vocês, merece aquele que pisou aos pés o Filho de Deus, profanou o sangue da aliança pelo qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? Pois conhecemos aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei; e outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Terrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo! (Hebreus 10:28-31)
Quando nos declaramos seguidores de Jesus ou cristãos, mas desobedecemos as Leis do Reino de Deus (que se encontram reveladas no ensino de Cristo) sem reverência, sem respeito ao que Ele instituiu e ordenou, Deus nos julga para que não venhamos a perder a salvação na eternidade. Isso podemos ver em 1Coríntios 11:
Recebi do Senhor o que também lhes entreguei: Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim”. Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isso sempre que o beberem em memória de mim”. Porque, sempre que comerem deste pão e beberem deste cálice, vocês anunciam a morte do Senhor até que ele venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor. Examine-se cada um a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós tivéssemos o cuidado de examinar a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo. (1Coríntios 12:23-32)
É necessário que aprendamos o que Cristo ensinou através dos evangelhos e das cartas feitas pelos apóstolos para não desobedecermos a Deus por uma ignorância que não tem desculpas para existir. Na verdade, é nosso dever buscar entender os ensinamentos do Senhor e obedecê-los por amor a Ele, e pela tamanha graça que Ele nos concedeu eternamente!

Está escrito:

Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa. (João 15:10,11)

Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos. Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados. (1João 5:2,3)
Se realmente cremos n'Ele, levemos, pois, Deus e a Sua Palavra a sério!
Pastora Oriana Costa


PARA ACESSAR O ESTUDO COMPLETO - IDOLATRIA NAS VISÕES DA ANTIGA E DA NOVA ALIANÇA - CLIQUE AQUI
DOWNLOAD GRATUITO.


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Entenda a Doutrina de Cristo e preste atenção para não ser enganado!

Cuidado: O fato de algo ser bíblico não necessariamente quer dizer que é a vontade perfeita de Deus para o corpo de Cristo. Se assim fosse, teríamos de cumprir todas as coisas descritas na Lei de Moisés hoje! 

Se só levarmos em consideração o fato de que a Lei de Moisés é bíblica, e que foi instituída por Deus, teríamos, dentre outras coisas, que apedrejar todos os que forem pegos adulterando no casamento e também fazer sacrifícios de animais em expiação pelas transgressões que não forem punidas com morte. 

Então, a pergunta que devemos fazer atualmente quando nos depararmos com uma situação duvidosa pelo caminho é: está de acordo com os mandamentos do Senhor Jesus? E isto deve ser assim porque a justiça estabelecida por Jesus Cristo é superior a da Antiga Aliança, como Ele mesmo declara aos discípulos nos versículos abaixo:

Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. (Mateus 5:17-20)

Os mandamentos da lei que foram entregues a moisés por Deus, se fossem cumpridos à risca, podiam justificar os israelitas de suas transgressões fisicamente diante de Deus, mas não eternamente.  

Periodicamente, aquele povo tinha que repetir os mesmos rituais de sacrifício descritos nesses mandamentos, pois não conseguiam parar de transgredir a justiça de Deus. E mesmo que cumprissem toda a lei, aquelas pessoas ainda continuavam separadas de Deus espiritualmente e fora de Seu Reino.  

Por isso, Jesus cumpriu em si mesmo toda aquela Lei, uma coisa que só mesmo Deus poderia fazê-lo. Homem nenhum, por mais que se esforce, consegue cumpri-la em sua totalidade sem que escorregue em algum ponto dela. 

Deus fez assim para que reconheçamos que somos falhos e que não temos condições de pagar a dívida eterna que temos com Ele de nós mesmos, tentando cumprir as obras da Lei. Este é um dos motivos pelos quais o Apóstolo Paulo diz que ninguém pode ser justificado (espiritualmente) pelas obras da Lei (Veja Gálatas 2:16; 5:1-6).

Desta forma, quando Jesus fala "qualquer que violar um destes mandamentos", Ele não está se referindo aos mandamentos da Lei mosaica, e sim, aos mandamentos que estavam sendo ensinados por Ele naquele momento aos discípulos! 

Senão, vejamos o conteúdo do capítulo 5 de Mateus que se encontra antes do trecho que mostramos há pouco (versículo 19), dos versículos primeiro ao décimo sexto:

E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;  Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. 

Vê-se claramente, depois da leitura desses versículos, que Jesus estava ensinando algo que não estava na Lei mosaica. 

Quando Jesus fala "se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus", Ele está querendo dizer que há algo maior e melhor para seguirmos, e é justamente o que Ele estava ensinando naquele momento.

De fato, os escribas e fariseus eram cumpridores da lei mosaica por tradição, por isso sabemos que não era dos mandamentos da Lei que Jesus falava quando citou a violação do mandamentos, no versículo 19.

Para os escribas e fariseus, Cristo direcionou seu discurso da seguinte maneira:

Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: “Não matarás”, e “quem matar estará sujeito a julgamento”. Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: “Racá”, será levado ao tribunal. E qualquer que disser: “Louco!”, corre o risco de ir para o fogo do inferno. Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta. Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão. Eu lhe garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo. Vocês ouviram o que foi dito: “Não adulterarás”. Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno. Foi dito: “Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio”. Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério. Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: “Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor”. Mas eu lhes digo: Não jurem de forma alguma: nem pelos céus, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo. (Mateus 5:21-36)

Com estas palavras Jesus estava mostrando aos escribas e fariseus que eles não eram tão justos quanto se achavam ser. Cristo apontou coisas erradas que eles estavam fazendo normalmente e sem se arrependerem, procurando justificar com sacrifícios apenas as falhas descritas na Lei. 

Foi como se Jesus dissesse a eles: vocês se consideram muito justos, mas estão agindo movidos por ira e não pedem perdão, nem na hora de entregarem suas ofertas diante do altar do sacrifício; vocês acham que não estão adulterando, mas estão desejando as mulheres dos outros, e isso já é pecado; vocês estão se divorciando de suas mulheres por qualquer motivo; vocês estão prometendo coisas a bel prazer, e não são capazes de cumprir todos os juramentos ou promessas que fazem.   

Após o trecho Mateus 5:17-20 exposto aqui, também percebemos que Jesus segue fazendo comparações entre as coisas da lei mosaica e as coisas que Ele estava ensinando naquele momento, mostrando às pessoas que há uma justiça superior a qual devemos observar, se realmente quisermos dar frutos que glorifiquem a Deus neste mundo. E o discurso do Senhor neste capítulo termina com as seguintes palavras:

(...) Seja o seu “sim”, “sim”, e o seu “não”, “não”; o que passar disso vem do Maligno. Vocês ouviram o que foi dito: “Olho por olho e dente por dente”. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado. Vocês ouviram o que foi dito: “Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo”. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! E se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês.  (Mateus 5:37-48)

O Senhor nos ensina que se cremos realmente n'Ele devemos andar diferentes da justiça deste mundo. No entanto, para andar na justiça que Jesus nos apresenta precisamos renunciar o nosso ego, e isso é algo que requer esforço de nossa parte. 

Não é tarefa fácil para ninguém se humilhar quando tudo a sua volta incentiva a fazer o contrário, mas é somente dessa maneira que agradaremos a Deus.  

Como vemos, Jesus nos mostra todo o tempo que Ele é o caminho. Ele tem as palavras de vida eterna, e por isso devemos seguir os seus mandamentos. 

Em comparação com os mandamentos da Lei, dados por Deus ao povo de Israel, os de Jesus não são pesados.

Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30)

Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos. Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados. (1João 5:2,3)

Resta a nós, cristãos, procurar estudar e entender estes mandamentos, e nos esforçar para cumpri-los, se realmente quisermos entrar no Reino de Deus eternamente.


Pastora Oriana Costa

PARA ACESSAR O ESTUDO COMPLETO SOBRE JUSTIÇA DE DEUS (PARTE 1) CLIQUE AQUI - O DOWNLOAD É GRATUITO!