
Se só levarmos em consideração o fato de que a Lei de Moisés é bíblica, e que foi instituída por Deus, teríamos, dentre outras coisas, que apedrejar todos os que forem pegos adulterando no casamento e também fazer sacrifícios de animais em expiação pelas transgressões que não forem punidas com morte.
Então, a pergunta que devemos fazer atualmente quando nos depararmos com uma situação duvidosa pelo caminho é: está de acordo com os mandamentos do Senhor Jesus? E isto deve ser assim porque a justiça estabelecida por Jesus Cristo é superior a da Antiga Aliança, como Ele mesmo declara aos discípulos nos versículos abaixo:
Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. (Mateus 5:17-20)
Os mandamentos da lei que foram entregues a moisés por Deus, se fossem cumpridos à risca, podiam justificar os israelitas de suas transgressões fisicamente diante de Deus, mas não eternamente.
Periodicamente, aquele povo tinha que repetir os mesmos rituais de sacrifício descritos nesses mandamentos, pois não conseguiam parar de transgredir a justiça de Deus. E mesmo que cumprissem toda a lei, aquelas pessoas ainda continuavam separadas de Deus espiritualmente e fora de Seu Reino.
Por isso, Jesus cumpriu em si mesmo toda aquela Lei, uma coisa que só mesmo Deus poderia fazê-lo. Homem nenhum, por mais que se esforce, consegue cumpri-la em sua totalidade sem que escorregue em algum ponto dela.
Deus fez assim para que reconheçamos que somos falhos e que não temos condições de pagar a dívida eterna que temos com Ele de nós mesmos, tentando cumprir as obras da Lei. Este é um dos motivos pelos quais o Apóstolo Paulo diz que ninguém pode ser justificado (espiritualmente) pelas obras da Lei (Veja Gálatas 2:16; 5:1-6).
Desta forma, quando Jesus fala "qualquer que violar um destes mandamentos", Ele não está se referindo aos mandamentos da Lei mosaica, e sim, aos mandamentos que estavam sendo ensinados por Ele naquele momento aos discípulos!
Senão, vejamos o conteúdo do capítulo 5 de Mateus que se encontra antes do trecho que mostramos há pouco (versículo 19), dos versículos primeiro ao décimo sexto:
E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós. Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Vê-se claramente, depois da leitura desses versículos, que Jesus estava ensinando algo que não estava na Lei mosaica.
Quando Jesus fala "se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus", Ele está querendo dizer que há algo maior e melhor para seguirmos, e é justamente o que Ele estava ensinando naquele momento.
De fato, os escribas e fariseus eram cumpridores da lei mosaica por tradição, por isso sabemos que não era dos mandamentos da Lei que Jesus falava quando citou a violação do mandamentos, no versículo 19.
Para os escribas e fariseus, Cristo direcionou seu discurso da seguinte maneira:
Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: “Não matarás”, e “quem matar estará sujeito a julgamento”. Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: “Racá”, será levado ao tribunal. E qualquer que disser: “Louco!”, corre o risco de ir para o fogo do inferno. Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta. Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão. Eu lhe garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo. Vocês ouviram o que foi dito: “Não adulterarás”. Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno. Foi dito: “Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio”. Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério. Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: “Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor”. Mas eu lhes digo: Não jurem de forma alguma: nem pelos céus, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo. (Mateus 5:21-36)
Com estas palavras Jesus estava mostrando aos escribas e fariseus que eles não eram tão justos quanto se achavam ser. Cristo apontou coisas erradas que eles estavam fazendo normalmente e sem se arrependerem, procurando justificar com sacrifícios apenas as falhas descritas na Lei.
Foi como se Jesus dissesse a eles: vocês se consideram muito justos, mas estão agindo movidos por ira e não pedem perdão, nem na hora de entregarem suas ofertas diante do altar do sacrifício; vocês acham que não estão adulterando, mas estão desejando as mulheres dos outros, e isso já é pecado; vocês estão se divorciando de suas mulheres por qualquer motivo; vocês estão prometendo coisas a bel prazer, e não são capazes de cumprir todos os juramentos ou promessas que fazem.
Após o trecho Mateus 5:17-20 exposto aqui, também percebemos que Jesus segue fazendo comparações entre as coisas da lei mosaica e as coisas que Ele estava ensinando naquele momento, mostrando às pessoas que há uma justiça superior a qual devemos observar, se realmente quisermos dar frutos que glorifiquem a Deus neste mundo. E o discurso do Senhor neste capítulo termina com as seguintes palavras:
(...) Seja o seu “sim”, “sim”, e o seu “não”, “não”; o que passar disso vem do Maligno. Vocês ouviram o que foi dito: “Olho por olho e dente por dente”. Mas eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa. Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas. Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir-lhe algo emprestado. Vocês ouviram o que foi dito: “Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo”. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! E se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês. (Mateus 5:37-48)
O Senhor nos ensina que se cremos realmente n'Ele devemos andar diferentes da justiça deste mundo. No entanto, para andar na justiça que Jesus nos apresenta precisamos renunciar o nosso ego, e isso é algo que requer esforço de nossa parte.
Não é tarefa fácil para ninguém se humilhar quando tudo a sua volta incentiva a fazer o contrário, mas é somente dessa maneira que agradaremos a Deus.
Como vemos, Jesus nos mostra todo o tempo que Ele é o caminho. Ele tem as palavras de vida eterna, e por isso devemos seguir os seus mandamentos.
Em comparação com os mandamentos da Lei, dados por Deus ao povo de Israel, os de Jesus não são pesados.
Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30)
Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos. Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados. (1João 5:2,3)
Resta a nós, cristãos, procurar estudar e entender estes mandamentos, e nos esforçar para cumpri-los, se realmente quisermos entrar no Reino de Deus eternamente.
Pastora Oriana Costa
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