By Pastors Wendell and Oriana Costa

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Entendendo a lei da semeadura

Existe uma lei eterna muito importante, que, além de estar operando no corpo de Cristo, é operante no mundo desde sua criação: é a chamada “lei da semeadura”. Na Bíblia, ela é mencionada na carta de Paulo aos cristãos da igreja de Corinto:

Aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente (2Coríntios 9:6).

E também na carta de Paulo aos cristãos gálatas:

Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá (Gálatas 6:7).

No mundo humano, esta lei é válida para qualquer um, seja cristão ou não, quer se creia que ela vem de Deus ou não. Não há como se fugir dela, porque está estabelecida eternamente.

Portanto, precisamos aprender a semear com sabedoria em todas as áreas de nossas vidas, e não só na área financeira, pois são investimentos que fazemos para a eternidade. Devemos lembrar que, a lei da semeadura está estabelecida na realidade eterna, e por isso é uma lei espiritual, irrevogável e imutável; por ela estamos sendo julgados todos os dias de nossas vidas terrenas, e por ela também seremos julgados eternamente de acordo com o que fizermos no mundo.

De acordo com essa lei, neste mundo, se eu plantar misericórdia, vou colher misericórdia; se eu plantar mentira, vou também colher mentira; se eu plantar solidariedade, vou colhê-la mais à frente. 

Nas vidas dos que se esforçam em seguir os mandamentos de Cristo, os efeitos da lei  da semeadura estão acontecendo de acordo com a obediência ao Seu ensino. Então, se vivermos de acordo com justiça do Reino, as semeaduras sempre resultarão em bençãos materialmente, que se traduzem em livramentos, curas, paz, provisão, aquisição de sabedoria e, principalmente, estarão confirmando a absolvição das suas transgressões eternamente (salvação).  

No capítulo 9 de 2Coríntios, Paulo relata a importância de semearmos boas obras, e comenta o que a generosidade traz de bom para os cristãos:

Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra. Como está escrito: Distribuiu, deu os seus bens aos necessitados; a sua justiça dura para sempre. Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e aumentará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça. Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus. O serviço ministerial que vocês estão realizando não está apenas suprindo as necessidades do povo de Deus, mas também transbordando em muitas expressões de gratidão a Deus. Por meio dessa prova de serviço ministerial, outros louvarão a Deus pela obediência que acompanha a confissão que vocês fazem do evangelho de Cristo e pela generosidade de vocês em compartilhar seus bens com eles e com todos os outros. E nas orações que fazem por vocês, eles estarão cheios de amor por vocês, por causa da insuperável graça que Deus tem dado a vocês. Graças a Deus por seu dom indescritível! (2Coríntios 9:7-15).

Da mesma forma, nos versículos de Gálatas capítulo 6, ele também discorre acerca dos mesmos valores, além de exibir que o ganho obtido ao usarmos desta lei corretamente não se aplica só as nossas vidas neste mundo, mas se continua eternamente:

Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos. Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé. Vejam com que letras grandes estou lhes escrevendo de próprio punho! (Gálatas 6:8-11). 

Focando agora na especialmente na parte financeira, que constitui o lado polêmico da lei da semeadura no âmbito congregacional, não há nenhuma contestação para o ato de dizimar, ou entregar quaisquer percentual que se queira dar, desde que façamos isso entendendo o sentido de contribuir materialmente na Nova Aliança. Dizemos que é uma contribuição material, e não somente financeira, porque necessariamente não estamos presos ao dinheiro para ajudar a alguém.

Quando o apóstolo Paulo falou de generosidade na sua carta aos coríntios, ele não especificou se esta generosidade em dar era financeiramente; a ideia que ele nos passa é de necessidades supridas, e isto não obrigatoriamente acontece somente com a doação de dinheiro em espécie.

Se alguém se propõe em dar voluntariamente qualquer percentual do salário que recebe, ou do dinheiro que possui, para socorrer a obra de Deus ou a algum irmão ou irmã em especial, semanalmente, quinzenalmente, mensalmente, bimestralmente, ou no tempo que achar devido, não está agindo fora doutrina de Cristo. Quem socorre a igreja está dando ao próprio Deus; de fato, a igreja é o corpo do Senhor. Lembremos do que Jesus falou:

Se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, porque ele é meu discípulo, eu lhes asseguro que não perderá a sua recompensa. (Mateus 10:42)

Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, assentar-se-á em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que lhes foi preparado desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram. Então os justos lhe responderão: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar? O Rei responderá: Digo-lhes a verdade: o que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram. Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos. Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram; necessitei de roupas, e vocês não me vestiram; estive enfermo e preso, e vocês não me visitaram. Eles também responderão: Senhor, quando te vimos com fome ou com sede ou estrangeiro ou necessitado de roupas ou enfermo ou preso, e não te ajudamos? Ele responderá: Digo-lhes a verdade: o que vocês deixaram de fazer a alguns destes mais pequeninos, também a mim deixaram de fazê-lo. E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna. (Mateus 25:31-46)

Deus observa as intenções dos nossos atos; veja algo interessante que o Senhor diz aos discípulos, nos versículos seguintes:

Tenham o cuidado de não praticar suas obras de justiça diante dos outros para serem vistos por eles. Se fizerem isso, vocês não terão nenhuma recompensa do Pai celestial. Portanto, quando você der esmola, não anuncie isso com trombetas, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem honrados pelos outros. Eu lhes garanto que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você der esmola, que a sua mão esquerda não saiba o que está fazendo a direita, de forma que você preste a sua ajuda em segredo. E seu Pai, que vê o que é feito em segredo, o recompensará (Mateus 6:1-4).

E falando de recompensa, é importante lembrarmos que, ao contribuirmos, saibamos que não estamos fazendo uma troca com Deus, onde por termos dado algum valor na igreja Ele tenha a obrigação de nos devolver a mais, com juros e correção monetária.

Devemos ter em mente que, primeiramente, a nossa recompensa em obedecer a Deus é receber d’Ele a melhor e mais preciosa coisa que alguém pode ter: a herança da vida eterna, para em seguida o seu favor ser manifesto materialmente segundo a Sua vontade. No Reino de Deus as coisas acontecem espiritualmente, para em seguida serem manifestas materialmente. Se realmente cremos em Deus, devemos, portanto, confiar n’Ele e descansar nisso. 

Vejamos o que Jesus ensina aos discípulos sobre sermos generosos:

Dê a todo o que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva. Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os pecadores amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os pecadores agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os pecadores emprestam a pecadores, esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso. Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados. Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem, também será usada para medir vocês. (Lucas 6:30-38)

Se resolvermos interpretar o versículo 38 (“Deem, e lhes será dado...”) isoladamente, para basearmos um comércio com Deus, nós vamos nos decepcionar, pois não é isso que Jesus está propondo em seu discurso. Se lermos atentamente todos os versículos que compõem o texto acima, vamos notar que esta generosidade a que Jesus se refere é de cristãos para não-cristãos, e principalmente, de cristãos para aqueles que lhes fazem mal.

No meio cristão o perdão, a generosidade e o cuidado de uns para com os outros deve ser uma prática natural, normal, pelo cumprimento do mandamento de Cristo. O que Jesus nos lembra, no entanto, é que este perdão, esta generosidade e este cuidado devem se estender para fora da igreja, se quisermos dar testemunho verdadeiro de Deus ao mundo!

E quando Jesus nos diz “como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles”, e “a medida que usarem, também será usada para medir vocês”, ele está lembrando que a lei da semeadura também é operante no mundo, e não somente no Reino de Deus, e nós ainda estamos no mundo. 

Da mesma maneira que os cristãos agirem com os de fora da fé, estes irão agir com eles. Amar aos inimigos não é gostar deles, e sim, tratá-los como nós gostaríamos de ser tratados, sem levar em consideração o mal que eles nos fazem, por temor a Deus.

Nesta outra passagem, Jesus direciona seu discurso aos escribas e fariseus:

Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Guias cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça. Fariseu cego! Limpe primeiro o interior do copo e do prato, para que o exterior também fique limpo. Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade. (Mateus 23:23-28)

Ali o Senhor mostrou aos judeus que eles não eram tão justos quanto se diziam ser. De fato, os escribas e fariseus procuravam fazer o que podia ser visto pelos outros como “obras de justiça”, como, por exemplo, entregarem os dízimos e as ofertas no templo, não trabalharem no sábado, se vestirem decentemente, fazerem a circuncisão, apedrejarem mulheres adúlteras e pessoas blasfemas, etc., mas, no entanto, agiam movidos por ganância e cobiça. Jesus lembrou a eles que cumprir algumas obras da lei para parecerem justos diante dos outros não justificava a maldade com a qual eles agiam às escondidas.

Pastora Oriana Costa 

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