By Pastors Wendell and Oriana Costa

terça-feira, 1 de julho de 2014

Seis pontos que nos ajudam a entender a importância do perdão.

Este estudo bíblico é especialmente dedicado à igreja do Senhor Jesus Cristo, para colaborar em sua santificação, expondo a todos a verdade do evangelho sobre o tema "perdão".  

Assim, nos parágrafos a seguir, vamos ler e meditar em seis pontos muito importantes sobre uma das ações fundamentais à manutenção da fé evangélica, que é perdoar. 

1-Para perdoarmos de verdade é necessário ter fé. A falta de perdão é sinal de que há falta de fé verdadeira, e é pecado, pois é desobediência a Deus. 

O verdadeiro perdão não vem de sentimentos, nem da vontade humana, mas da fé em Deus, e faz parte do mandamento de Cristo para a Nova Aliança que Ele fez com todos os homens:

Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. (Colossenses 3:12-14)

Então, percebemos que o apóstolo Paulo deixa claro aos cristãos colossenses que perdoamos o nosso próximo não porque sentimos vontade de perdoar, mas por sabermos que Deus perdoou nossas ofensas a Ele eternamente. Perdoar é, portanto, uma ordenança de Cristo para os que O seguem. 

Quando Jesus ensinou seus discípulos a orar, Ele explicou-lhes o seguinte:

Vocês, orem assim: Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu. Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia. Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal, porque teu é o Reino, o poder e a glória para sempre. Amém. Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas. (Mateus 6:9-15)

Sem crer em Deus é impossível perdoar de verdade, pois o que impulsiona o verdadeiro perdão é crer que Deus existe, que Ele é real, e que cumpre tudo o que nos promete em Sua palavra. E a promessa que Deus nos faz é que, se perdoarmos a quem nos ofendeu, Ele nos perdoa eternamente, e se não perdoamos, Ele também não nos perdôa.

Se não estivermos confiando em Deus e crendo n’Ele verdadeiramente, através do entendimento de Sua Palavra, não conseguiremos perdoar de verdade a quem nos faz mal, e vamos acabar agindo com o nosso próximo segundo o que sentimos com relação a ele, e não de acordo com o que diz a Palavra de Deus.

2-Quando não perdoamos estamos entristecendo ao Espírito Santo, e Deus nos julga por isso, pois está escrito:

Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção. Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo. (Efésios 4:30-32)

Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo. (1 Coríntios 11:28-32)

O pecado entristece a Deus. O Senhor é essencialmente bom e repudia toda a forma de injustiça, ou abomina tudo aquilo que vai de encontro a justiça instituída por Ele eternamente. Se não entendermos a vontade de Deus e continuarmos agindo contra a justiça do Seu Reino, Ele irá nos julgar, pois Deus é justo e não falha em cumprir o que promete.

O julgamento de Deus sobre o pecado é mais severo para quem se declara seguidor de Cristo, pois pelo ensino do Senhor é revelada a justiça do Reino de Deus aos homens. Um seguidor de Jesus é (ou pelo menos deveria ser) consciente da justiça de Deus, para não ir contra o que Ele promulgou para sempre.

Se, no entanto, alguém que se declare cristão verdadeiro, depois de ser exortado e avisado de seu pecado, insiste em continuar agindo segundo o que pensa ou pelo que sente, ignorando a reta justiça de Deus anuciada nas escrituras e esclarecida pelo ensino de Cristo, com o passar do tempo vai colher materialmente os frutos das injustiças que está semeando espiritualmente.

Inevitavelmente isso irá acontecer, tanto porque Deus é justo em cumprir Sua Palavra, como também porque Ele nos ama como seus filhos, e não deseja que percamos nossa salvação eternamente. Quando Deus exerce juízo sobre um Filho Seu é para lhe chamar a atenção a fim de que ele possa se arrepender e continuar anunciando o Reino de Deus na terra da forma correta.

Os frutos ou as consequências das injustiças ou dos pecados que cometemos sem arrependimento são a fraqueza (ela vai sendo provocada por intensas e repetitivas tribulações em diversas áreas da vida), a doença e, por fim, a morte, conforme observamos no trecho bíblico de 1Coríntios 11 citado alguns parágrafos acima.      

3-O rastro mais forte da falta de perdão é que ela nos impede de “amar aos nossos inimigos”, assim como Jesus nos ensina:

Vocês ouviram o que foi dito: Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos. Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! (Mateus 5:43-46)

Atenção:
  • "Ame ao seu próximo e odeie ao seu inimigo" é um dos lemas das ordenaças da lei mosaica, porque os inimigos do povo de Deus e os desobedientes à lei eram também considerados por Deus como seus inimigos pessoais; então, podemos observar Deus ordenando ao povo de Israel a agir sem misericórdia, matando por apedrejamento qualquer um que idolatrasse no meio deles, ou matando ao fio da espada a povos inimigos, que insistiam em permanecer na maldade e se recusaram a ouvir e obedecer a Deus, por exemplo. Podemos ver isso nos capítulos 13 e  20 do livro de Deuteronômio. No entanto, Deus cumpriu a lei que entregara a Moisés enviando-se a si mesmo (ou enviando Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, que é a segunda pessoa de Deus) para morrer em justificação pelos pecados de toda a humanidade; por considerar a Sua criação, Ele fez-se inimigo de si mesmo quando assumiu as ofensas de toda a humanidade, e assim, não teve misericórdia de si mesmo se entregando na cruz para morrer em nosso lugar, perdoando a todos e abrindo a porta de Seu Reino para nos receber de volta. Ele está nos dizendo que, quem crê nisso, deve andar em misericórdia com o seu próximo, porque Ele tem amado a todos e perdoado nossas ofensas a Ele para nos livrar da condenação à morte eterna. 
  • Os publicanos eram os judeus nomeados pelo império romano para trabalhar cobrando impostos de seus compatriotas israelitas; eles eram considerados ladrões, pois, tentados pela busca por lucro, muitos cobravam além do valor estipulado pelo imperador. Por isso eles eram renegados e julgados apóstatas ou incrédulos pela sociedade judaica. No evangelho de Lucas, capítulo 17, em vez da palavra "publicanos", no discurso de Jesus é falada a palavra "pecadores":  
Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. Se alguém lhe bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica. Dê a todo o que lhe pedir, e se alguém tirar o que pertence a você, não lhe exija que o devolva. Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Que mérito vocês terão, se amarem aos que os amam? Até os pecadores amam aos que os amam. E que mérito terão, se fizerem o bem àqueles que são bons para com vocês? Até os pecadores agem assim. E que mérito terão, se emprestarem a pessoas de quem esperam devolução? Até os pecadores emprestam a pecadores, esperando receber devolução integral. Amem, porém, os seus inimigos, façam-lhes o bem e emprestem a eles, sem esperar receber nada de volta. Então, a recompensa que terão será grande e vocês serão filhos do Altíssimo, porque ele é bondoso para com os ingratos e maus. Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso. Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados. (Lucas 6:27-37)

No meio daqueles que não se importam em viver segundo a vontade de Deus, ou dos que não creem n'Ele, é comum haver vingança, agir por sentimentos (simpatia, antipatia, etc) ou julgar as coisas pela aparência delas, sem misericórdia. Nos trechos bíblicos acima Jesus está lembrando a Sua igreja que esta precisa viver numa justiça diferente da que conhece no mundo, se quiser realmente ser reconhecida como filha de Deus, porque Ele mesmo tem sido bom para os seus inimigos, que são os ingratos e maus que há no mundo.

4-A falta de perdão é sinal de que ainda não entendemos que a nossa luta não é contra carne e nem sangue.

Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. (Efésios 6:10-13)

Se tivermos consciência que nossos verdadeiros inimigos não são os que nos fazem mal, mas sim, poderes e autoridades espirituais que constituem as forças malignas na eternidade, certamente perdoaremos qualquer pessoa que porventura nos faça qualquer tipo de mal, ainda que nossas almas estejam indignadas, iradas ou entristecidas.  

5-Podemos pedir a Deus que nos dê fé suficiente para perdoar os que nos ofenderam, os que nos fizeram mal, e Ele nos atenderá.

Foi exatamente isso que os discípulos pediram a Jesus, e em resposta a isso Ele falou aquela famosa frase da "fé do tamanho de uma semente de mostarda (que é bem pequena) que ordena a amoreira (uma árvore grande) que arranque-se e plante-se no mar" a eles.

Jesus disse aos seus discípulos: É inevitável que aconteçam coisas que levem o povo a tropeçar, mas ai da pessoa por meio de quem elas acontecem. Seria melhor que ela fosse lançada no mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço, do que levar um desses pequeninos a pecar. Tomem cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe. Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: Estou arrependido, perdoe-lhe. Os apóstolos disseram ao Senhor: Aumenta a nossa fé! - Ele respondeu: Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: Arranque-se e plante-se no mar, e ela lhes obedecerá. (Lucas 17:1-6)

As amoreiras são árvores de porte médio, contudo, podem chegar a 15 metros de altura. Jesus usou-a como exemplo por ser uma das árvores corriqueiras na flora do lugar onde eles estavam naquele momento, que era Jerusalém, em Israel. 

Provavelmente, ao lermos o trecho bíblico acima, nossa mente humana ache impossível alguém que esteja seguindo a Cristo há pouco tempo e ainda tenha pouco conhecimento da palavra (e até mesmo que tenha muito tempo de evangelho e também tenha muito conhecimento das escrituras), ordene a uma árvore que ela se arranque da terra e se plante no fundo mar e ela simplesmente obedeça e continue viva. 

Contudo, Deus está nos dizendo com esta afirmação que, assim como a fé verdadeira, ainda que inicial e pequena, tem poder para fazer com que uma planta obedeça a uma ordem dada por uma pessoa para que ela se arranque sozinha do seu lugar e replante-se no fundo do mar (claro que, com o consentimento de Deus), por esta mesma fé também somos capazes de perdoar qualquer um que nos faça mal.  

Jesus atendeu prontamente ao pedido de seus discípulos, quando estes lhe pediram para lhes aumentar a fé, dando a eles conhecimento acerca do poder que a fé verdadeira em Deus tem. Ele revela que este poder para agir em perdão está disponível para qualquer um que crê, ainda que o indivíduo tenha começado a viver em Cristo há pouco tempo, e também que, este poder vem da decisão de obedecer a Deus andando em Sua justiça, aconteça o que acontecer, independentemente de sentimentos.

6-Antes de falar do perdão, Jesus falou de escândalo. Vamos conferir relendo o trecho bíblico do ponto anterior:

Jesus disse aos seus discípulos: É inevitável que aconteçam coisas que levem o povo a tropeçar, mas ai da pessoa por meio de quem elas acontecem. Seria melhor que ela fosse lançada no mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço, do que levar um desses pequeninos a pecar (...). (Lucas 17:1-3)

Com isso, Ele falou que, aqueles que tem um pouco mais de experiência na vivência do evangelho, devem ter cuidado para não confundir a mente dos que ainda são iniciantes na fé, ou tem ainda pouco conhecimento das escrituras e estão em processo de aprendizado, vigiando seus procedimentos para não irem de encontro à justiça de Deus especialmente na frente deles. 

Cristo adverte que nós escandalizamos os mais fracos na fé quando estes descobrem que não estamos conseguindo andar na justiça de Deus, pecando deliberadamente, sem nos arrependermos do mal que fazemos aos outros e nem perdoarmos os que nos fazem mal. A falta de perdão é pecado, e quando fica aparente por nossas palavras e ações, é motivo de escândalo para os pequenos seguidores de Cristo.

Concluindo, a falta de perdão não é o testemunho verdadeiro do Reino de Deus. Quando nos dizemos seguidores de Jesus Cristo e não perdoamos, e agimos conforme o que sentimos, estamos dizendo aos nossos irmãos e também aos de fora da fé que no Reino de Deus não há perdão, e que o Rei Jesus Cristo, que governa este lugar, também não perdôa. 

A igreja do Senhor Jesus Cristo, que é composta por cada pessoa que crê n'Ele de todo o coração, é embaixadora do Reino de Deus na terra e tem a responsabilidade de representá-lo verdadeiramente onde quer que vá. E para conseguirmos representar o Reino de Deus corretamente na terra, precisamos conhecer Sua justiça; e não há outra forma de conhecê-la, senão, lendo e meditando na Palavra de Deus, até que esta fique plenamente entendida.

Se desejar ouvir a pregação embasada neste mesmo conteúdo, feita pela pastora Oriana Costa, clique aqui: A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO.

Pastora Oriana Costa.



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Empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude; à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor. Porque, se essas qualidades existirem e estiverem crescendo em suas vidas, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos. Todavia, se alguém não as tem, está cego, só vê o que está perto, esquecendo-se da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão, e assim vocês estarão ricamente providos quando entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. (2 Pedro 1:5-11)




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