By Pastors Wendell and Oriana Costa

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Estudo do Salmo 119 - Parte 2: Versículos 13 ao 24.


****/A IGREJA DO SENHOR QUE CONGREGA NA COMUNIDADE DO CORPO DE CRISTO DESEJA A VOCÊ E SUA FAMÍLIA UM ABENÇOADO 2015, CHEIO DO CONHECIMENTO DE DEUS E DA MARAVILHOSA PRESENÇA D'ELE!!!\****  

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Esta é uma continuação do estudo do salmo 119. Na parte 1 estudamos os doze primeiros versículos; na parte 2 estudaremos do décimo terceiro ao vigésimo quarto.

Versículos 13, 14 e 15:

Com os lábios repito todas as leis que promulgaste. Regozijo-me em seguir os teus testemunhos como o que se regozija com grandes riquezas. Meditarei nos teus preceitos e darei atenção às tuas veredas.
  • Versículo 13: falar a palavra de Deus não serve somente para memorizá-la, mas principalmente para que confirmemos a Deus e aos que nos cercam que desejamos obedecer ao Senhor; 
  • Versículo 14: quem procura obedecer a Deus tem uma grande satisfação nisso, porque a obediência ao Senhor traz conforto, segurança e provisão em todos os momentos, e ainda, conduz à vida eterna;
  • Versículo 15: a única maneira de provarmos a Deus que cremos verdadeiramente n'Ele é buscando entender seus decretos e considerando aquilo que Ele instituiu em todos os momentos de nossas vidas.
Na parte 1 deste estudo, ao analizarmos o décimo versículo percebemos que, ainda que saibamos muito do conteúdo bíblico decor, se Deus não nos ajudar a lembrar o que sabemos nas horas de tentação e adversidade, nós não conseguiremos colocar fielmente em prática o que conhecemos. Contudo, buscar aprender, entender e se esforçar para praticar a justiça do Reino, é a única maneira de provarmos a Deus que cremos n'Ele e desejamos agradá-lo, obedecê-lo.

O versículo 13 tem seu raciocínio complementado com o trecho onde Deus fala com Josué para que sucedesse Moisés no comando do povo de Israel, usando estas palavras:

Somente seja forte e muito corajoso! Tenha o cuidado de obedecer a toda a lei que o meu servo Moisés lhe ordenou; não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que você seja bem sucedido por onde quer que andar. Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem sucedido. Não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar. (Josué 1:7-9) 

Falar ou repetir os mandamentos de Deus, portanto, nos ajuda não só a memorizá-los, mas confirma diante de Deus e dos que nos cercam que consideramos aquilo que Ele instituiu eternamente, e estamos dispostos a cumprir.

O salmista compara a satisfação que sente em obedecer a Deus com a satisfação de quem consegue riquezas neste mundo; e, de fato, quem segue a Deus obtém d'Ele favores imensuráveis enquanto vive na terra, como curas, livramentos e provisões de uma forma que neste mundo jamais alguém poderia conseguir da mesma maneira. 

E aproveitamos para lembrar aqui que o maior favor que se pode obter de Deus ao procurarmos sempre obedecê-lo é a vida eterna, uma dádiva tal que ser humano nenhum deste mundo, por mais inteligente, rico e poderoso que possa ser, teve, tem ou terá o poder de conseguir para si ou conceder a quem quer que seja.

Os trechos a seguir apontam o verdadeiro valor que a aquisição do conhecimento da justiça de Deus tem para aqueles que o alcançam:

Meu fruto é melhor do que o ouro, do que o ouro puro; o que ofereço é superior à prata escolhida. Ando pelo caminho da retidão, pelas veredas da justiça, concedendo riqueza aos que me amam e enchendo os seus tesouros. (Provérbios 8:19-21)

Esforço-me para que eles sejam fortalecidos em seus corações, estejam unidos em amor e alcancem toda a riqueza do pleno entendimento, a fim de conhecerem plenamente o mistério de Deus, a saber, Cristo. Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:2-3) 

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Versículos 16, 17 e 18:

Tenho prazer nos teus decretos; não me esqueço da tua palavra. Trata com bondade o teu servo para que eu viva e obedeça à tua palavra. Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei.
  • Versículo 16: Não se esquecer dos mandamentos de Deus, lembrando-os sempre, é uma evidência clara de que temos prazer neles (de acordo com Salmos 1:2; 16:11; 40:8);
  • Versículo 17: Deus cuida de forma especial daqueles que o buscam verdadeiramente; 
  • Versículo 18: Só Deus pode abrir os olhos espirituais de alguém para que entenda verdadeiramente a Sua palavra (de acordo com Provérbios 2:6).
O versículo 17 tem seu raciocínio complementado por este trecho do Salmo 91:

Porque ele me ama, eu o resgatarei; eu o protegerei, pois conhece o meu nome. Ele clamará a mim, e eu lhe darei resposta, e na adversidade estarei com ele; vou livrá-lo e cobri-lo de honra. Vida longa eu lhe darei, e lhe mostrarei a minha salvação. (Salmos 91:14-16)

Sobre o versículo 18, as maravilhas da lei de Deus só podem ser vistas se Ele mesmo permitir; elas fazem parte da sabedoria de Deus e são espirituais, por isso não podem ser contempladas com olhos físicos, ou seja, não podem ser entendidas pela inteligência humana, pois não estão em conformidade com a sabedoria deste mundo.

Devemos, portanto, assim como faz o salmista, pedir a Deus que nos conceda enxergar e ouvir espiritualmente a Sua justiça, para que não tiremos conclusões acerca do que lemos ou ouvimos da Bíblia segundo nosso próprio entendimento.

O trecho a seguir, encontrado no livro de Isaías, também explica o décimo oitavo versículo do Salmo 119:

Busquem o Senhor enquanto se pode achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. Que o ímpio abandone seu caminho, e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois ele perdoará de bom grado. Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos, declara o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos. (Isaías 55:6-9)  

Deus realmente abre os olhos e os ouvidos espirituais daqueles que o buscam de todo o coração para que compreendam Sua justiça, e passem a enxergar todas as coisas de forma diferenciada. Isto também está confirmado nos trechos bíblicos a seguir:

Vocês me procurarão e me acharão quando me procurarem de todo o coração. Eu me deixarei ser encontrado por vocês, declara o Senhor. (Jeremias 29:13-14)

Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: Por que falas ao povo por parábolas? Ele respondeu: A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não. A quem tem será dado, e este terá em grande quantidade. De quem não tem, até o que tem lhe será tirado. Por essa razão eu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não vêem e, ouvindo, não ouvem nem entendem’. Neles se cumpre a profecia de Isaías: ‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria’. Mas, felizes são os olhos de vocês, porque vêem; e os ouvidos de vocês, porque ouvem. Pois eu lhes digo a verdade: Muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, mas não viram, e ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram. (Mateus 13:10-17)

Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a sua vida, for manifestado, então vocês também serão manifestados com ele em glória. (Colossenses 3:1-4)

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Versículos 19, 20 e 21:

Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. A minha alma consome-se de perene desejo das tuas ordenanças. Tu repreendes os arrogantes; malditos os que se desviam dos teus mandamentos!
  • Versículo 19: os que tem consciência da justiça de Deus e procuram andar nela vivem como estrangeiros em qualquer lugar da terra; 
  • Versículo 20: os que buscam a Deus de verdade diariamente sentem fome e sede de Sua justiça; 
  • Versículo 21: a arrogância nos faz desviar da justiça de Deus e desobedecê-lo; se dermos lugar a ela seremos diretamente repreendidos ou castigados por Deus.
Sobre o versículo 19: quando aceitamos o governo de Deus sobre nossas vidas e procuramos andar em Sua justiça, estaremos nos comportando como estrangeiros no mundo; é imprescindível lembrarmos que no momento em que nos tornamos cidadãos do Reino de Deus pela fé no Rei e justificador Jesus Cristo, as leis deste reino estarão sempre acima das leis que regem as nações no mundo em que vivemos. 

Isto significa dizer que, mesmo no país em que nascemos, devemos nos considerar estrangeiros por andarmos numa justiça diferente da que vigora nele, por temor e obediência ao Senhor dos senhores.  

Indo ao NovoTestamento, nas cartas dos apóstolos, percebemos o uso dos termos "peregrinos" ou "estrangeiros" quando eles abordam sobre que tipo de comportamento devemos ter neste mundo, principalmente com relação às leis ou aos governos dos locais onde residimos, e tudo o mais que precisamos enfrentar nele:

Todos estes ainda viveram pela fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido; viram-nas de longe e de longe as saudaram, reconhecendo que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria. Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Em vez disso, esperavam eles uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade. (Hebreus 11:13-16)

Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos eleitos de Deus, peregrinos dispersos no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia, escolhidos de acordo com a pré-conhecimento de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue: Graça e paz lhes sejam multiplicadas. (1 Pedro 1:1-2) 

Amados, insisto em que, como estrangeiros e peregrinos no mundo, vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma.Vivam entre os pagãos de maneira exemplar para que, naquilo em que eles os acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que vocês praticam e glorifiquem a Deus no dia da sua intervenção. Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei, como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos. Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus. Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, temam a Deus e honrem o rei. Escravos, sujeitem-se a seus senhores com todo o respeito, não apenas aos bons e amáveis, mas também aos maus. Porque é louvável que, por motivo de sua consciência para com Deus, alguém suporte aflições sofrendo injustamente. (1 Pedro 2:11-19)

Os trechos bíblicos acima, portanto, exibem instruções que deixam bem claro o porquê de quando nos submetemos ao governo de Deus verdadeiramente, passamos a ser como estrangeiros ou peregrinos em qualquer lugar do planeta Terra. 

O versículo 20, por sua vez, complementa o raciocínio do versículo 19, mostrando que a verdadeira fé no Criador de todas as coisas gera um desejo ardente de entender aquilo que Ele estabeleceu no intuito de obedecê-lo e agradá-lo. Esta, sem dúvida, é uma das características mais marcantes dos que creem verdadeiramente em Deus: ter fome e sede da Sua justiça. 

E como declarou o Senhor Jesus Cristo, aqueles que tem fome e sede da justiça de Deus serão saciados:

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. (Mateus 5:6)

Jesus lhe respondeu: Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva. Disse a mulher: O senhor não tem com que tirar a água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva? Acaso o senhor é maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, bem como seus filhos e seu gado? Jesus respondeu: Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. A mulher lhe disse: Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água. (João 4:10-15)

Jesus declarou: Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. (João 6:35)

Os arrogantes dos quais o versículo 21 trata são aqueles que se acham os donos da razão e humilham os outros por saberem muito das escrituras, ou ainda, se acham no direito de sentenciar julgamentos sobre as vidas dos outros (criticar e condenar) usando as escrituras como base para isso.

Assim, dar lugar à soberba ou arrogância é se desviar dos mandamentos de Deus ( o mesmo que ir de encontro à justiça de Deus ou pecar) e traz maldições (castigos ou juízos) para vida de quem se deixa levar por tal sentimento.

É bom lembrarmos que os arrogantes no trecho bíblico em questão não são os de fora da fé, mas sim aqueles que são da fé e se deixam levar por este tipo de sentimento carnal. Deus só irá corrigir ou exortar os que creem n'Ele e estão buscando encontrá-lo, e não os que não creem. Então, é muito importante prestarmos atenção para não deixarmos a soberba tomar conta de nossas mentes no processo de adquisição do conhecimento das escrituras. 

Por termos muito conhecimento do conteúdo da Bíblia, podemos achar que já sabemos demais ou já sabemos o bastante; podemos achar que somos os donos da verdade por estudarmos muito as escrituras, porém, isso é um grande engano, segundo o que encontramos nas passagens bíblicas seguintes: 

O conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica. Quem pensa conhecer alguma coisa, ainda não conhece como deveria. Mas quem ama a Deus, este é conhecido por Deus. (1 Coríntios 8:1-3)

Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor. (1 Coríntios 13:12-13)

Desta forma, sempre teremos algo mais para aprender ou do que nos arrepender, até o fim de nossas vidas neste mundo ou até a volta do Senhor.

A Bíblia dá muitos exemplos de homens de Deus que tinham muito conhecimento das escrituras e podiam ouvir Deus falar com eles claramente, contudo, também tinham a arrogância como uma de suas fraquezas. Como exemplos, podemos citar o profeta Jonas (Antigo Testamento), e, o Apóstolo Paulo (Novo Testamento). Os dois foram repreendidos ou castigados por Deus de forma severa, para que se arrependessem e obedecessem a Deus assim como foram chamados. 

Então, pegaram Jonas e o lançaram ao mar enfurecido, e este se aquietou. Ao verem isso, os homens adoraram ao Senhor com temor, oferecendo-lhe sacrifício e fazendo-lhe votos. Então o Senhor fez com que um grande peixe engolisse Jonas, e ele ficou dentro do peixe três dias e três noites. (Jonas 1:15-17)

Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. (2 Coríntios 12:7-9)  

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Versículos 22, 23 e 24:

Tira de mim a afronta e o desprezo, pois obedeço aos teus estatutos. Mesmo que os poderosos se reúnam para conspirar contra mim, ainda assim o teu servo meditará nos teus decretos. Sim, os teus testemunhos são o meu prazer; eles são os meus conselheiros.
  • Versículo 22: Aquele que obedece a Deus acaba sendo considerado e honrado, se chegar a ser afrontado ou desprezado por sua fé n'Ele;
  • Versículo 23: Aquele que crê realmente em Deus considerará a palavra d'Ele e procurará obedecê-la, ainda que pessoas muito poderosas e influentes lhe difamem, desejem seu fracasso ou até sua morte;
  • Versículo 24: Aquele que crê realmente no Senhor dará preferência aos conselhos das escrituras para guiar seus passos e tomar decisões, porque somente neles encontra plena satisfação.
A Bíblia nos mostra pessoas que foram afrontadas, desprezadas, difamadas, presas e até condenadas à morte, por causa de sua fé em Deus, porém, em seguida foram livradas e honradas pelo Senhor.

Estas pessoas não deixaram de obedecer a Deus diante da discriminação, das ameaças ou violência que poderiam sofrer, ou mesmo sofreram por causa disso. Do Antigo Testamento, os casos mais famosos são os de Abraão, Moisés, José, Jeremias, Daniel e os jovens Sadraque, Mesaque e Abdenego; do Novo Testamento, podemos citar os Apóstolos Pedro, Paulo e João, João Batista, e os cooperadores do evangelho Estevão, Silas e Timóteo. Estes homens perseveraram em buscar e obedecer a Deus, e, apesar dos sofrimentos que tiveram que passar, foram honrados e muito favorecidos pelo Senhor.

Os trechos bíblicos abaixo mostram momentos em que Abraão, Moisés e José escolheram servir ao Senhor, mesmo sabendo que poderiam ter prejuízos materiais, ser perseguidos ou discriminados, ou perder a vida neste mundo:

Então o Senhor disse a Abrão: Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem, e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados. Partiu Abrão, como lhe ordenara o Senhor, e Ló foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos quando saiu de Harã. Levou sua mulher Sarai, seu sobrinho Ló, todos os bens que haviam acumulado e os seus servos, comprados em Harã; partiram para a terra de Canaã e lá chegaram. (Gênesis 12:1-5) - Abrão recebeu estas instruções diretamente de Deus, e não podia ter certeza disso por qualquer outro meio ou pessoa, senão por sua fé n'Ele. Ele não tinha muita noção do que lhe aconteceria no futuro, pondo sua confiança totalmente no que Deus lhe dissera.

Vá, pois, agora; eu o envio ao faraó para tirar do Egito o meu povo, os israelitas. Moisés, porém, respondeu a Deus: "Quem sou eu para apresentar-me ao faraó e tirar os israelitas do Egito? Deus afirmou: Eu estarei com você. Esta é a prova de que sou eu quem o envia: quando você tirar o povo do Egito, vocês prestarão culto a Deus neste monte. Moisés perguntou: Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: ‘Qual é o nome dele? Que lhes direi? Disse Deus a Moisés: Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês. (...) Depois Moisés voltou a Jetro, seu sogro, e lhe disse: Preciso voltar ao Egito para ver se meus parentes ainda vivem. Jetro lhe respondeu: Vá em paz! Ora, o Senhor tinha dito a Moisés, em Midiã: Volte ao Egito, pois já morreram todos os que procuravam matá-lo. Então Moisés levou sua mulher e seus filhos montados num jumento e partiu de volta ao Egito. Levava na mão a vara de Deus. (Êxodo 3:10-14; 4:18-20)

Israel disse a José: Como você sabe, seus irmãos estão apascentando os rebanhos perto de Siquém. Quero que você vá até lá. Sim, senhor, respondeu ele. (...) Assim José foi em busca dos seus irmãos e os encontrou perto de Dotã. Mas eles o viram de longe e, antes que chegasse, planejaram matá-lo. Lá vem aquele sonhador!, diziam uns aos outros. É agora! Vamos matá-lo e jogá-lo num destes poços, e diremos que um animal selvagem o devorou. Veremos então o que será dos seus sonhos. (...) Chegando José, seus irmãos lhe arrancaram a túnica longa, agarraram-no e o jogaram no poço, que estava vazio e sem água. (...) Vamos vendê-lo aos ismaelitas. Não tocaremos nele, afinal é nosso irmão, é nosso próprio sangue. E seus irmãos concordaram. Quando os mercadores ismaelitas de Midiã se aproximaram, seus irmãos tiraram José do poço e o venderam por vinte peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito. (...) No Egito, os midianitas venderam José a Potifar, oficial do faraó e capitão da guarda. (...) O Senhor estava com José, de modo que este prosperou e passou a morar na casa do seu senhor egípcio. Quando este percebeu que o Senhor estava com ele e que o fazia prosperar em tudo o que realizava, agradou-se de José e tornou-o administrador de seus bens. Potifar deixou a seu cuidado a sua casa e lhe confiou tudo o que possuía. (...) Depois de certo tempo, a mulher do seu senhor começou a cobiçá-lo e o convidou: Venha, deite-se comigo! Mas ele se recusou e lhe disse: Meu senhor não se preocupa com coisa alguma de sua casa, e tudo o que tem deixou aos meus cuidados. Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus? Assim, embora ela insistisse com José dia após dia, ele se recusava a deitar-se com ela e evitava ficar perto dela. Um dia ele entrou na casa para fazer suas tarefas, e nenhum dos empregados ali se encontrava. Ela o agarrou pelo manto e voltou a convidá-lo: Vamos, deite-se comigo! Mas ele fugiu da casa, deixando o manto na mão dela. Quando ela viu que, ao fugir, ele tinha deixado o manto em sua mão, chamou os empregados e lhes disse: Vejam, este hebreu nos foi trazido para nos insultar! Ele entrou aqui e tentou abusar de mim, mas eu gritei. (...) Quando o seu senhor ouviu o que a sua mulher lhe disse: "Foi assim que o seu escravo me tratou", ficou indignado. Mandou buscar José e lançou-o na prisão em que eram postos os prisioneiros do rei. José ficou na prisão, mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade, concedendo-lhe a simpatia do carcereiro. (Gênesis 37:13; 17-20; 23,24; 27,28; 36; 39:2-4; 7-14; 19-21) - Neste trecho, José se destaca duas vezes: a primeira, por ter obedecido às ordens de seu pai quando este lhe mandou procurar seus irmãos, ainda que sabendo que eles lhe odiavam. Em vez de se queixar ao pai por este lhe mandar ir atrás de seus irmãos sabendo que eles lhe tratariam mal, simplesmente se submeteu às ordens de seu pai, honrando, com esta atitude, primeiramente ao Senhor. A segunda, ao fugir da esposa de Potifar, quando esta convidou-lhe a ter intimidades com ela; fugindo de sua senhora, ele resistiu à tentação do momento e escolheu obedecer a Deus, ainda que pudesse ser punido por sua atitude.

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Atenção: você pode acompanhar a continuação deste estudo na parte três. 

Pastora Oriana Costa

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Estudo do Salmo 119 - Parte 1: Do versículo 1 ao 12.

Este é o maior salmo de todos os 150 contidos na Bíblia, com 176 versículos. E não é à tôa que ele é o maior, pois é justamente nele onde encontramos explicações bem detalhadas sobre o funcionamento da justiça de Deus desde a eternidade até nossa realidade.

A intenção deste estudo é desmembrar as informações contidas dentro destes 176 versículos, para que possamos ter um melhor entendimento da vontade do Criador de todas as coisas, do Seu agir e de como devemos nos comportar para sermos favorecidos por Ele.

No trecho que vamos estudar, Deus, através da Sua maravilhosa palavra, estará nos ensinando sobre as qualidades e a integridade da Sua justiça, que é irrepreensível, fiel, verdadeira, plena; Ele também vai nos mostrar que nossa justiça não é igual a d'Ele, o que devemos fazer para que andemos nela e o que ganhamos em obedecê-lo.   

Versículos 1, 2 e 3:

Como são felizes os que andam em caminhos irrepreensíveis, que vivem conforme a lei do Senhor! Como são felizes os que obedecem aos seus estatutos e de todo o coração o buscam! Não praticam o mal e andam nos caminhos do Senhor. 

O salmo 119 tem início com três informações importantes:
  • Versículo 1: a Lei do Senhor ou a justiça de Deus é irrepreensível, no que diz respeito a sua integridade e cumprimento - não há nenhum erro nela, pois foi estabalecida eternamente; 
  • Versículo 2: estas leis proporcionam imensa satisfação aos que buscam aprende-las e andar conforme o que está declarado em seu conteúdo;
  • Versículo 3: estas leis garantem a quem anda conforme o que está escrito nelas que tal pessoa não estará praticando o mal e será parecida com Deus no modo de falar e agir.

O versículo 2 deixa bem claro que estas leis só são agradáveis a quem está buscando a Deus de todo o coração, a quem crê que Ele existe e o respeita. Quem procura aprender estas leis somente para aparentar intelectualidade às vistas dos outros não encontrará nelas o verdadeiro prazer que elas proporcionam. E quem lê estas leis sem crer em Deus não enxergará seu conteúdo espiritualmente, e por isso não concordará com elas e vai repudiá-las.

Versículos 4, 5 e 6:

Tu mesmo ordenaste os teus preceitos para que sejam fielmente obedecidos. Quem dera fossem firmados os meus caminhos na obediência aos teus decretos. Então não ficaria decepcionado ao considerar todos os teus mandamentos. 

Estes três versículos nos mostram três especiais informações:
  • Versículo 4: estas leis foram criadas por Deus, e não por homens, para serem todas obedecidas com fidelidade; 
  • Versículo 5: os caminhos dos homens não estão firmados na justiça de Deus, por causa dos desejos e sentimentos carnais que se opõem à justiça eterna. 
  • Versículo 6: quem considera a justiça de Deus e procura aprender suas leis para obedecê-las não se decepciona com as coisas da vida.
Apesar de terem sido publicadas por seres humanos neste mundo, as leis de Deus foram estabelecidas por Ele mesmo. A prova de que os mandamentos de Deus contidos na Biblia foram instituídos por Ele, e não por homens, são as suas imutabilidade e infalibilidade no cumprimento mesmo que novas circunstâncias apareçam. Deus julga todas as coisas segundo a intenção do coração humano, e não favorece a quem não se agrada de suas leis e/ou não busca obedecê-lo.

As legislações que os homens criam são imperfeitas e por isso mudam bastante para se adapatarem às novas situações que aparecem. Também, muitas vezes, as leis humanas criadas para reger a nação, para trazer ordem e manter a sociedade em segurança, deixam de ser cumpridas para que aqueles que discordam delas sejam favorecidos.

Os versículos 5 e 6 se complementam, trazendo-nos o seguinte raciocínio: Nós nos decepcionamos todas as vezes que não obedecemos a Deus. Nossas decepções e desenganos neste mundo não vem senão da nossa desconsideração ao que Deus instituiu e da nossa desobediência a Ele. 

Nós desconsideramos a Deus e não o obedecemos todas as vezes que nos deixamos levar por nossos sentimentos e desejos carnais, avaliando (admitindo ou repudiando) pessoas e coisas pela aparência que elas tem neste mundo e pelas sensações que elas nos provocam. Se confiarmos mais em nossos sentimentos e desejos do que no que Deus estabeleceu eternamente, mesmo que ainda tenhamos muito conhecimento das escrituras, infelizmente nós falharemos em obedecê-lo. 

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Versículos 7, 8 e 9:

Eu te louvarei de coração sincero quando aprender as tuas justas ordenanças. Obedecerei aos teus decretos; nunca me abandones. Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra. 

Os versiculos acima nos apontam que:
  • Versículo 7: Só conseguimos louvar a Deus de verdade, em sinceridade de coração, se conseguirmos entender a justiça d'Ele;
  • Versículo 8: Deus não abandona jamais a quem o obedece;
  • Versículo 9: Só há uma maneira de alguém ser justo, ou seja, ter uma conduta pura: é buscando viver conforme o que Deus determinou.   
Muitas pessoas se enganam achando que louvar a Deus é aprender músicas gospel para cantá-las na igreja durante os cultos ou em outros momentos do dia. Porém, Deus só pode ser verdadeiramente "homenageado" ou "prestigiado" (este é o real sentido do louvor a Deus) por quem o conhece de fato. E não há outra forma de se conhecer a Deus senão entendendo Sua justiça, que está devidamente expressa e esclarecida em Sua palavra através da pessoa de Seu Filho Jesus Cristo.

Então, o verdadeiro louvor só é dado a Deus quando, em qualquer situação que estivermos, ao procurarmos obedecê-lo de todo o coração, observamos a Sua fidelidade no cumprimento das Suas promessas em nossas vidas.

Quem procura entender a justiça de Deus e procura obedecê-la, está glorificando (exaltando, enaltecendo, colocando acima de todas as coisas) ao Senhor por sua vida e receberá sempre os favores d'Ele.  Deus jamais abandonará quem o obedece, segundo entendemos a partir do versículo 8.

E, seguindo o raciocínio do salmista, o versículo 9 deixa bem claro que não há outra maneira de sermos justos diante de Deus sem andar conforme o que Ele estabeleceu. É um grande engano pensar que somente fazer obras de caridade faz de alguém uma pessoa justa diante de Deus; se este alguém acha que já sabe o suficiente e não procura entender a justiça de Seu Criador para andar conforme, está certamente vivendo como um injusto diante de Deus sem perceber.

Aquilo que achamos certo de nossos próprios entendimentos, julgando pela aparência das coisas, ou aquilo que o mundo ou as religiões entendem ser o justo ou o certo, não é necessariamente o padrão de justiça ou de retidão para Deus. Assim, mesmo que ainda estejamos ajudando aos necessitados, por exemplo, se ao mesmo tempo direcionamos a fé espiritualmente para outras entidades que não seja a pessoa de Deus, estamos comentendo injustiça diante d'Ele: idolatria é uma transgressão ou perversão da justiça de Deus, ou ainda, é um pecado (Êxodo 20:3-5), que exige arrependimento.

Nós pecamos, nos colocamos contra ou pervertemos a justiça de Deus todas as vezes que infringimos seus mandamentos; e para irmos de encontro aos estatutos eternos basta apenas fazermos as obras da carne, ou seja, que atendamos aos nossos desejos e sentimentos, ou ao que o mundo entende ser o justo ou o certo, ao invés de lembrarmos e considerarmos o que Deus promulgou. As obras de injustiça que podemos cometer aos olhos de Deus estão devidamente listadas em 1Coríntios 9:9,10, Gálatas 5:19-21 e em Apocalipse 22:15.

Portanto, se alguém faz a caridade, contudo, é idólatra, imoral, coloca preceitos religiosos ou mundanos acima da mensagem salvadora de Cristo e de seus mandamentos (estes são os chamados "cães" - veja em Filipenses 3:2 e Apocalipse 22:15), adultera no casamento, pratica feitiçarias, mente, não tem domínio próprio, etc., e não se arrepende desta(s) transgressão(ões) no desejo e na busca de parar de praticá-las, será julgado por Deus e sofrerá as consequencias do(s) seu(s) pecado(s), exatamente de acordo com o que está publicado nas escrituras (Salmos 7:10-12, Salmos 89:31,32).

Deus é bom e misericordioso, contudo, é justo e não volta atrás em seus juízos movido por pena ou outros sentimentos, como nós seres humanos fazemos: Ele sonda os corações e nos vê como um todo, e jamais julga por aparências ou baseado em momentos isolados de nossas vidas (1Samuel 16:7).

Atenção: Não somente a idolatria como nenhuma outra injustiça que cometermos diante de Deus será anulada por fazermos obras de caridade! A caridade ou o bem devemos sempre fazer se estamos em Cristo, até mesmo para aqueles que nos querem ou nos fazem mal, porém, as injustiças que cometemos só são perdoadas se crermos em Jesus Cristo como nosso Rei e justificador: a fé n'Ele nos leva ao arrependimento sincero dos nossos pecados e a uma posterior mudança de atitude, que estará embasada no que Deus instituiu eternamente, para agrada-lo.

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Versículos 10, 11 e 12:

Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos. Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti. Bendito sejas, Senhor! Ensina-me os teus decretos.  
  • Versículo 10: Quem busca a Deus de todo o coração recebe a ajuda d'Ele para não se desviar de sua justiça;
  • Versículo 11: A única maneira de não irmos de encontro à justiça de Deus é dando especial atenção aos seus mandamentos, que é a palavra de Deus;
  • Versículo 12: Só Deus tem o poder de nos fazer entender os mandamentos d'Ele.
De acordo com o versículo 10, Deus tem poder até para permitir ou não que entendamos Sua palavra e o obedeçamos. Ele sonda os corações, e guia por suas veredas justas apenas aqueles que verdadeiramente o buscam. Assim, receber a ajuda de Deus para andarmos de acordo com sua reta justiça é um socorro especial e necessário: precisamos entender e também lembrar do que Deus estabeleceu em todos os momentos, principalmente naqueles em que estamos sendo tentados, para podermos obedecer aos seus decretos fielmente.

Ninguém é capaz de lembrar o tempo todo dos mandamentos de Deus para resistir por si mesmo às tentações, ou ser grato a Deus em qualquer situação, principalmente quando está em sofrimento (em vez de reclamar, se lamentar ou se desesperar) se o próprio Deus não ajudar, ainda que este alguém tenha muito conhecimento das escrituras. 

Então, quando nos colocarmos na presença do Rei dos reis em oração, devemos apresentar nosso desejo de obedecê-lo, para que sejamos socorridos por Ele. Não foi à tôa que em um certo momento de seus discursos, Jesus nos instrui a pedir ao Pai para "não nos deixar cair em tentação, e livrar-nos do mal" (Mateus 6:13), quando estivermos orando.

Nós, seres humanos, temos muita facilidade de esquecer aquilo que Deus instituiu em meio às situações do dia-a-dia; nossa inteligência ou nossa memória não tem poder algum para nos ajudar a combater o mal, se o Espírito Santo da verdade não nos socorrer nisso: e foi especialmente para esta finalidade que Ele foi enviado (João 16:7-15)

O mal que está dentro de nós e no mundo é algo espiritual, e não pode ser combatido por forças, conhecimento ou habilidades físicas e mentais: a maldade só pode ser combatida pela sabedoria do alto, que também é espiritual, porém, este combate só terá êxito se o próprio Deus nos fizer lembrar do Seu conhecimento e executá-lo na hora da adversidade; assim, percebemos que é desta maneira que o Senhor vai nos livrando da influencia que o mal tem sobre nós.   


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Atenção: você pode acompanhar a continuação deste estudo na parte dois. 


Pastora Oriana Costa. 

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

No mundo somos livres...

Quando nós somos os donos das nossas próprias vidas, podemos fazer delas o que bem quisermos. Não há lei neste mundo que nos impeça de nada; e, ainda que haja, nós acabamos burlando-a, ou fazemos com que ela mude, ou que mesmo uma outra seja criada para favorecer aos nossos interesses.

No mundo não há limites para realizarmos desejos, sonhos e atingirmos as metas que desejarmos, mesmo que passemos por cima das vidas e dos ideiais de outras pessoas, porque na competição do mundo lucram somente "os mais espertos".

No mundo podemos dar as nossas vidas o sentido que bem entendermos, e vivermos do jeito que nos pareça mais agradável, desde que sejamos "bons pagadores". Se não ficarmos em dívida com ninguém, se conseguirmos pagar todas as nossas contas e formos eficientes em conseguir dinheiro, podemos ser felizes da maneira como desejarmos e ninguém tem o direito de se intrometer.

Podemos inventar e reinventar qualquer coisa a hora que quisermos, e isso não tem fim. Podemos usar e abusar da beleza, da educação, da eloquencia, da autoridade, da força, e de tantos outros recursos para realizar nossos desejos.  

Nós podemos manipular pessoas e situações, para que tudo saia do jeito que queremos e ninguém fique sabendo que foi enganado. E quando alguém consegue descobrir que foi enganado, aquele que engana já "lucrou" e se "divertiu" muito sem que fosse percebido.

Estamos livres para viver da maneira que quisermos e ninguém pode nos impedir. Somos incentivados a aproveitar bem o presente, por nunca sabermos como será o nosso amanhã e também sabermos que nesse mundo nada é para sempre; tudo está mudando constantemente: a aparência, a tecnologia, as opiniões, os amigos, os trabalhos, os sentimentos, os gostos, as situações, as leis, etc..

A natureza do mundo é inconstante, e quem vive segundo o mundo precisa ser inconstante como ele para se adaptar as suas constantes mudanças. No mundo criado pelos homens as coisas não tem um sentido único de ser, pois ele foi criado separado da justiça do Criador de todas as coisas; assim, quem dá o sentido que quiser ou não a todas as coisas somos nós mesmos.

Quando somos nós que administramos nossas próprias vidas, estabelecendo de nós mesmos o que achamos que é certo ou errado, fazemos isso de acordo com o que sentimos e observamos acontecer ao nosso redor. Assim, quem vive a liberdade do mundo estabelece sua justiça de acordo com o que as aparências das pessoas e das coisas lhe provocam.

Contudo, esta liberdade tem um preço: incerteza e insegurança constantes, somadas a medos e decepções em todas as áreas da vida, que nunca nos deixam em paz. Quando tudo aparentemente está sob controle, acontece uma adversidade que nos aflige e desespera. E especialmente nessas ocasiões, a liberdade sedutora do mundo nos convida sempre a provar o novo, porque nunca sabemos o que vai acontecer no próximo minuto, e, se não provarmos, nunca saberemos se aquilo seria melhor para nós ou nos traria algum lucro na vida.

De fato, o mundo concebido à moda humana nada mais é do que uma prisão bem colorida e espaçosa, de onde não se pode ser liberto sem a ajuda do Criador do universo. Ele é feito de aparências e ilusões que nos fazem acreditar que estamos ou podemos ser muito felizes nele algum dia, levando nossas vidas ao sabor das sensações que ele provoca em nossas mentes e em nossos corpos.

Longe de Deus nossos sentimentos sempre nos induzirão a crer que, se investirmos todo o nosso tempo e esforço em fazer aquilo que gostamos neste mundo, e em ter uma boa aparência ou condição física, especialmente conseguindo dinheiro suficiente para levar uma vida confortável, somos vencedores. Porém, isso é um grande engano, porque este mundo não oferece garantia alguma de que amanhã as coisas acontecerão da mesma forma que acontecem hoje. Um dia tudo pode mudar de repente, e sermos pegos de surpresa.

Ao contrário do mundo e dos nossos sentimentos, Deus não muda, é sempre o mesmo. Sua justiça não se executa baseada em um só momento ou em situações isoladas; ela também não acontece baseada em aparências e sentimentos.

A justiça de Deus está fundamentada na realidade eterna. Tudo o que Ele determinou é válido também para a nossa realidade física, e tudo o que foi estabelecido continua a acontecer da mesma maneira, desde o princípio.

As leis concebidas por Deus são irrevogáveis e infalíveis, e é por causa delas que o universo tem se mantido equilibrado, com todas as coisas em seus lugares funcionando sem falhar ao longo dos milênios. É por causa dessas leis que sempre temos ar para respirar, chão para pisar, estações climáticas, vemos o tempo passar, e temos matéria-prima para usarmos e produzirmos o que nossas necessidades pedem; é por elas que nossos corpos funcionam e podem viver na terra.

Quando nos recusamos a aceitar o governo de Deus sobre nossas vidas e obedecer as suas leis, simplesmente ficamos à mercê de aparências e sensações, sem entender muitas coisas que nos acontecem, e tentando solucionar problemas da forma que nos parece mais conveniente. Este é o motivo de tantas incertezas, decepções e sofrimentos nas vidas de muitas pessoas: elas escolhem viver segundo o que sentem e desejam, e não segundo o que Deus diz em Sua Palavra. 

Aceitar o governo do Rei Jesus Cristo sobre nossas vidas e buscar obedecê-lo, portanto, não significa perder a liberdade, e sim estar livre da incerteza do que pode nos acontecer no próximo segundo e dos sofrimentos que isso venha nos causar. Obedecendo a Deus estamos seguros, pois sabemos que tudo o que Ele decretou acontece sem falhar. Aprender a justiça de Deus revelada no ensino de Cristo e buscar vivê-la nos livra do medo do que possa nos acontecer de ruim no futuro, nos livra do medo da morte, e da insegurança que as injustiças e a maldade do mundo nos passam. 

Entender que Deus está no controle de tudo e favorece aos que n'Ele creem e obedecem é uma grande dádiva para a vida de qualquer pessoa. Quem busca a Deus de todo o coração o encontra, e com Ele muitos e maravilhosos presentes que este mundo jamais poderá nos dar, e estes são três deles: no mundo, uma segurança e uma paz que execedem a inteligência humana, e na eternidade, morada garantida e perpétua no Reino de Deus, o lugar onde não há sofrimentos nem morte.




Pastora Oriana Costa.




quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Por que minha oração não está sendo atendida? Por que minha benção não está chegando?

Para respondermos as perguntas que intitulam nosso estudo bíblico, vamos começar abordando um assunto talvez não muito agradável para a nossa alma, que é o arrependimento de pecados. 

É verdadeiramente impossível(!) reconhecermos nossos erros quando não conseguimos vê-los. Ainda que as pessoas mais próximas nos digam que estamos errando, nós não acreditamos, achando que nós somos as vítimas e as pessoas ao nosso redor estão contra nós. 

Quando erramos com os outros, não estamos somente fazendo mal a uma ou outra pessoa, mas também estamos fazendo mal a nós mesmos, pois estamos indo contra a justiça de Deus. E quando nós nos colocamos contra a justiça de Deus, que é o nosso Criador, Ele nos julga e nos aplica castigos para que venhamos reconhecer onde estamos falhando e possamos nos arrepender especialmente às vistas dele.

Examine-se o homem a si mesmo, e então coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem discernir o corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por isso há entre vocês muitos fracos e doentes, e vários já dormiram. Mas, se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo. Quando, porém, somos julgados pelo Senhor, estamos sendo disciplinados para que não sejamos condenados com o mundo. (1 Coríntios 11:28-32) 

Deus nos castiga porque é nosso Pai e não quer nos perder. Se Ele não nos corrigir, seremos condenados por Sua justiça para sempre, e não entraremos definitivamente em Seu Reino no Dia do Senhor. Porém, quando somos muito atribulados, seja em qual área da vida for e não sabemos o porquê, é possível que Deus retire tal julgamento se houver um arrependimento sincero de pecados. 

Meus filhinhos, escrevo-lhes estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo. (1 João 2:1-2)

E para saber onde estamos falhando é simples: basta perguntar a Ele onde estamos errando e Ele nos falará de uma forma bem clara. Mas, não podemos esperar que Ele desça do céu e venha em pessoa nos dizer onde estamos errando; para nos mostrar o erro, muitas vezes Ele vai fazer a(s) situação(ões) se repetir(em) de uma forma mais forte, para que sejamos tocados e possamos sentir o peso da culpa.

Suponhamos que um homem diga a Deus: Sou culpado, mas não vou mais pecar. Mostra-me o que não estou vendo; se agi mal, não tornarei a fazê-lo. Quanto a você, deveria Deus recompensá-lo quando você nega a sua culpa? É você que tem que decidir, não eu; conte-me, pois, o que você sabe. (Jó 34:31-33)

Muitas vezes oramos e não somos atendidos logo, exatamente porque ainda estamos errando em algumas coisas; estes errinhos sem arrepedimento, por acharmos que temos razão em continuar a fazer o que estamos fazendo, é o que impede de chegar mais rápido até nós as bençãos que pedimos a Deus. 

Somente a oração do "justo" é atendida, e uma pessoa justa diante de Deus é aquela que não peca, e que, se peca contra Ele, logo reconhece seu erro e se arrepende de todo o coração buscando não cometer novamente a mesma falta. E o Senhor Jesus, que sonda os nossos corações, só nos justifica diante do Pai se nos arrependermos sinceramente dos nossos pecados na intenção de não cometê-los mais. 

É imprescindível entendermos que a verdadeira fé salvadora está baseada no arrependimento sincero de pecados durante toda a vida, e não apenas numa confissão momentânea de  "eu aceito Jesus como meu Senhor e salvador" seguida de muitas idas à igreja, onde não são dados frutos oriundos de arrependimentos sinceros.

Entre vocês há alguém que está sofrendo? Que ele ore. Há alguém que se sente feliz? Que ele cante louvores. Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. E a oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado. Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. (Tiago 5:13-16)

Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos estão atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal. (1 Pedro 3:11-12) 

Deus está pronto para nos perdoar, retirar qualquer julgamento, e em seguida nos abençoar abundantemente, desde que nos arrependamos sinceramente dos nossos pecados. Foi para nos justificar deles diante do Pai que Cristo, o Seu Filho unigênito, se entregou para morrer na cruz. Se perdirmos perdão a Deus ou às pessoas, mas, continuarmos infringindo a justiça d'Ele, Ele continuará nos castigando e nós continuaremos sofrendo e nos decepcionando. 

Devemos lembrar que um arrependimento sincero é aquele que realmente procura mudar de atitude, considerando o que o Rei Jesus nos ensinou, buscando obedecer e agradar primeiramente ao Senhor, e não a si mesmo ou aos outros.

Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-nos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia. Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus. (Hebreus 10:23-27)

Ouve, Senhor, a minha justa queixa; atenta para o meu clamor. Dá ouvidos à minha oração, que não vem de lábios falsos. Venha de ti a sentença em meu favor; vejam os teus olhos onde está a justiça! Provas o meu coração e de noite me examinas, tu me sondas, e nada encontras; decidi que a minha boca não pecará como fazem os homens. Pela palavra dos teus lábios eu evitei os caminhos do violento. Meus passos seguem firmes nas tuas veredas; os meus pés não escorregaram. Eu clamo a ti, ó Deus, pois tu me respondes; inclina para mim os teus ouvidos e ouve a minha oração. (Salmos 17:1-6)

Tu mesmo ordenaste os teus preceitos para que sejam fielmente obedecidos. Quem dera fossem firmados os meus caminhos na obediência aos teus decretos. Então não ficaria decepcionado ao considerar todos os teus mandamentos. (Salmos 119:4-6)

Através do reconhecimento e arrependimento sincero dos nossos pecados estamos adorando o Pai em espírito e em verdade. Nós nos rendemos para adorá-lo verdadeiramente quando reconhecemos nossas faltas diante d'Ele, pois somente Ele é totalmente justo e santo.

No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura. Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade. (João 4:23-24) 

Adorem ao Senhor no esplendor da sua santidade; tremam diante dele todos os habitantes da terra. (Salmos 96:9) 

Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador; pois ele é o nosso Deus, e nós somos o povo do seu pastoreio, o rebanho que ele conduz. Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como em Meribá, como aquele dia em Massá, no deserto, onde os seus antepassados me tentaram, pondo-me à prova, apesar de terem visto o que eu fiz. Durante quarenta anos fiquei irado contra aquela geração e disse: Eles são um povo de coração ingrato; não reconheceram os meus caminhos. Por isso jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso. (Salmos 95:6-11)

É necessário lembrarmos que antes de Jesus iniciar seu ministério, João batista foi enviado para lhe preparar o caminho, anunciando em Israel que as pessoas deveriam se arrepender de suas faltas diante de Deus, para serem perdoadas e entrarem no Reino. E o Senhor Jesus deu continuidade a esta mensagem. 

Por onde Cristo passava, ia avisando as pessoas que o Pai estava disposto a perdoá-las mediante um arrependimento sincero de pecados e favorecê-las grandemente, livrando-as da condenação à morte eterna. Os milagres aconteciam e acontecem ainda hoje exatamente para sinalizar que isso é verdade.

Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna. Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus. (João 3:14-21)

Todos os que se renderam aos pés de Jesus para adorá-lo naquele tempo, antes ouviram a mensagem de arrependimentos de pecados da boca de João Batista, e de Sua própria boca. Quando as pessoas acreditavam que Jesus era o messias, o seu Rei, elas se arrependiam de suas faltas diante de Deus e, ao procurarem por Ele, todas eram curadas, libertas de possessão demoníca e tinham até parentes ressuscitados, como prova de que Deus as estava perdoando realmente. 

Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer. Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores, para que os pecadores se voltem para ti. Livra-me da culpa dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação! E a minha língua aclamará à tua justiça. Ó Senhor, dá palavras aos meus lábios, e a minha boca anunciará o teu louvor. Não te deleitas em sacrifícios nem te agradas em holocaustos, se não eu os traria. Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás. (Salmos 51:12-17)

Na história da mulher do fluxo de sangue (doença que a fazia ficar menstruada, sangrando além dos dias normais), por exemplo, isso foi uma realidade. Quando ela decidiu tocar em Jesus, crendo que ao fazer isso seria curada, na verdade era por já estar se arrependendo de seus pecados. 

Ela sabia que, mesmo não conseguindo falar com Cristo, se ao menos sinalizasse a Ele de alguma maneira que estava crendo que Ele era o messias e por isso estava realmente arrependida, Ele lhe favoreceria. E ela fez isso se esforçando para se aproximar do Senhor e ao menos tocar num cantinho da roupa d'Ele.  

Quando Jesus voltou, uma multidão o recebeu, pois todos o esperavam. Então um homem chamado Jairo, dirigente da sinagoga, veio e prostrou-se aos pés de Jesus, implorando-lhe que fosse à sua casa porque sua única filha, de cerca de doze anos, estava à morte. Estando Jesus a caminho, a multidão o comprimia. E estava ali certa mulher que havia doze anos vinha sofrendo de uma hemorragia e gastara tudo o que tinha com os médicos; mas ninguém pudera curá-la. Ela chegou por trás dele, tocou na borda de seu manto, e imediatamente cessou sua hemorragia. "Quem tocou em mim? ", perguntou Jesus. Como todos negassem, Pedro disse: "Mestre, a multidão se aglomera e te comprime". Mas Jesus disse: "Alguém tocou em mim; eu sei que de mim saiu poder". Então a mulher, vendo que não conseguiria passar despercebida, veio tremendo e prostrou-se aos seus pés. Na presença de todo o povo contou por que tinha tocado nele e como fora instantaneamente curada. Então ele lhe disse: "Filha, a sua fé a curou! Vá em paz". (Lucas 8:40-48)  

E todas aquelas pessoas que se aproximavam de Jesus crendo que Ele era o seu Rei, antes ou depois de receberem seus milagres, se rendiam inclinando-se para adora-lo, assim como aquela mulher do fluxo de sangue fez. 

Certamente, a primeira coisa que aqueles indivíduos diziam adorando-o era "Meu Senhor, eu me arrependo sinceramente dos meus pecados, me arrependo por ter ido contra Sua justiça; obrigado(a) por me fazer reconhecer que sou falho(a), me fazendo agora enxergar onde estou falhando, e também por me perdoar".    

Ao saber que Jesus estava comendo na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma
‘pecadora’, trouxe um frasco de alabastro com perfume, e se colocou atrás de Jesus, a seus pés. Chorando, começou a molhar-lhe os pés com as suas lágrimas. Depois os enxugou com seus cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume. Ao ver isso, o fariseu que o havia convidado disse a si mesmo: Se este homem fosse profeta, saberia quem nele está tocando e que tipo de mulher ela é: uma ‘pecadora’. Respondeu-lhe Jesus: "Simão, tenho algo a lhe dizer". "Dize, Mestre", disse ele. "Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinqüenta. Nenhum dos dois tinha com que lhe pagar, por isso perdoou a dívida a ambos. Qual deles o amará mais?" Simão respondeu: "Suponho que aquele a quem foi perdoada a dívida maior". "Você julgou bem", disse Jesus. Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: "Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com as suas lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Você não me saudou com um beijo, mas esta mulher, desde que entrei aqui, não parou de beijar os meus pés. Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas ela derramou perfume nos meus pés. Portanto, eu lhe digo, os muitos pecados dela lhe foram perdoados, pelo que ela amou muito. Mas aquele a quem pouco foi perdoado, pouco ama". Então Jesus disse a ela: "Seus pecados estão perdoados". Os outros convidados começaram a perguntar: "Quem é este que até perdoa pecados?" Jesus disse à mulher: "Sua fé a salvou; vá em paz". (Lucas 7:37-50) 

Quem acha que, por ter aceitado Jesus como Seu Senhor, vai parar de pecar instantaneamente, está enganado. Nós, os que seguimos a Cristo, pecamos todos os dias (claro, que, não mais intensionalmente) e na maioria das vezes não percebemos, pois nossa alma é falha e não se lembra a todo tempo de tudo o que Jesus ensinou para cumprir; em algumas ocasiões, ainda que o Espírito de Deus nos lembre o que Jesus ensinou, escolhemos fazer as coisas a nossa maneira, movidos por desejos e sentimentos e sem nos arrependermos disso. 

É por isso que os apóstolos Paulo e João, respectivamente, dizem:

Sabemos que a lei é espiritual; eu, contudo, não o sou, pois fui vendido como escravo ao pecado. Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio. E, se faço o que não desejo, admito que a lei é boa. Neste caso, não sou mais eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros. Miserável homem eu que sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado. (Romanos 7:14-25)

Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (1 João 1:8-10)

Portanto, são os nossos pecados que muitas vezes nos impedem de termos nossas petições atendidas, de recebermos bençãos e de termos paz. Precisamos diariamente pedir a Deus que nos mostre (se não estamos conseguindo ver) onde estamos errando, para que possamos reconhecer nossas pendências diante d'Ele e nos arrependermos delas de todo o coração. 

Seres humanos não tem poder de convencer ninguém de pecados, mas o Espírito de Deus tem esta autoridade, e a executa se lhe for solicitado. O Senhor Jesus nos enviou Seu Espírito para nos aconselhar e nos guiar em toda a verdade:

Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei. Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Do pecado, porque os homens não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e vocês não me verão mais; e do juízo, porque o príncipe deste mundo já está condenado. Tenho ainda muito que lhes dizer, mas vocês não o podem suportar agora. Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e o tornará conhecido a vocês. (João 16:7-14)  


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Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: Confessarei as minhas transgressões ao Senhor, e tu perdoaste a culpa do meu pecado. Portanto, que todos os que são fiéis orem a ti enquanto podes ser encontrado; quando as muitas águas se levantarem, elas não os atingirão. (Salmos 32:1-6)

Por eu ter pecado contra o Senhor, suportarei a sua ira, até que ele apresente a minha defesa e estabeleça o meu direito. Ele me fará sair para a luz; contemplarei a sua justiça. (Miquéias 7:9)

Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados, para que venham tempos de descanso da parte do Senhor, e ele mande o Cristo, o qual lhes foi designado, Jesus. (Atos 3:19-20)





Pastora Oriana Costa