By Pastors Wendell and Oriana Costa

quinta-feira, 23 de março de 2017

O pecado - Estudo bíblico - parte 5

Como já vimos nas partes anteriores deste estudo, a maldade não sai da nossa carne: ela permanece lá, mesmo após aceitarmos a Jesus Cristo como nosso Senhor e suficiente salvador; então, ela precisa ser dominada, ou irá impulsionar nossas decisões.

A maldade (ou obras da carne) só será retirada do nosso corpo físico quando formos ressuscitados na vinda de Cristo, onde receberemos um novo corpo, tranformado e sem nenhuma espécie de mal, e que não estará mais debaixo do juízo atribuído por Deus ao pecado: a morte.

Assim sendo, na nossa caminhada na fé vamos precisar viver pelo espírito para não darmos vazão ao que nosso corpo físico deseja. Por isso mesmo é que uma das virtudes que compõe o fruto do espírito se chama "domínio próprio".

O espírito recriado em Cristo tem plenas condições de dominar sobre a carne, mas, a alma (mente ou intelecto) terá de escolher isso. O nosso eu material, portanto, tem a opção de viver segundo a perfeita vontade de Deus ou não; Ele não nos criou como robôs e sim, semelhantes a Ele, com vontade própria, e nos deixa livres para escolher. E, exatamente por causa disso, nos avisa onde nossas escolhas nos levarão, tendo o cuidado de nos manter informados através das escrituras sobre as consequencias dos nossos atos.

"Quem semeia para a sua carne, da carne colherá destruição; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá a vida eterna." (Gálatas 6:8, NVI)

Muitas pessoas tem dificuldade de entender que já temos o domínio próprio em nossos espíritos, e ele é fundamental para que resistamos às tentações que normalmente surgem no nosso dia-a-dia. Quando dizemos que "não estamos conseguindo resistir às tentações", simplesmente estamos declarando que escolhemos não resistir, ou, optamos por não usar o domínio próprio que já está em nosso espírito.

É bom lembrarmos que o domínio próprio não sairá da nossa realidade espiritual sem um esforço diário de nossa parte em lembramos o que está escrito, até que um dia ele seja exercido com facilidade. Concomitantemente à meditação nas escrituras, orar pedindo a ajuda de Deus para exercê-lo é essencial quando ainda não aprendemos a externá-lo.

Precisamos conhecer e usar o poder que Deus nos disponibiliza não somente para trazer a nossa realidade material a suficiência de provisão que temos nas regiões celestiais, mas, também e principalmente, para sermos capazes de fazermos nosso espírito nascido de novo frutificar na realidade física na qual também estamos, dominando sobre a carne. A palavra de Deus nos revela o seguinte:

"Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade." (Efésios 4:22-24, NVI)

Para andarmos na plenitude do espírito em nossa realidade terrena teremos, pois, que conhecer as escrituras, meditando nelas, e buscarmos também conhecer o poder de Deus, ou como Ele age; precisamos provar desse poder, experimentá-lo, vivenciá-lo, sabendo que os relatos contidos nas escrituras em relação a Ele são verdadeiros, e acontecem realmente.

"Jesus respondeu: Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!" (Mateus 22:29, Marcos 12:24, NVI)

Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; para que Cristo habite pela fé nos vossos corações. (Efésios 3:16,17, ACRF)

O poder de Deus testifica que a mensagem de salvação anunciada ao mundo é verdadeira, assim como o que Cristo ensina a igreja também é verdadeiro. Tal poder é manifesto em nossa realidade física pela ação do Espírito Santo (ou Consolador), e é expresso através de certos sinais sobrenaturais que Cristo fala que aconteceriam sempre que o evangelho fosse anunciado:

"Quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim." (João 15:26, ACRF)

"Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão." (Marcos 16:15-18, ACRF)

"Não me atrevo a falar de nada, exceto daquilo que Cristo realizou por meu intermédio em palavra e em ação, a fim de levar os gentios a obedecerem a Deus: pelo poder de sinais e maravilhas e por meio do poder do Espírito de Deus. Assim, desde Jerusalém e arredores, até o Ilírico, proclamei plenamente o evangelho de Cristo. Sempre fiz questão de pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido (...)". (Romanos 15:18-20, NVI) - Depoimento do Apóstolo Paulo aos cristãos que se reuniam em Roma.

E como buscar o poder de Deus e tê-lo dentro de nós? As escrituras nos dizem o seguinte:

"Enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus." (Efésios 5:18-21, ACRF)

Então, estas são as três coisas que devemos fazer, segundo o trecho bíblico acima (e se possível diariamente!), além de ler e meditar no conteúdo das escrituras bíblicas, para que estejamos cheios do Espírito de Deus e Ele possa operar em nós e através de nós:

-Louvar a Deus usando o intelecto ou a mente (recitando e/ou cantando as escrituras ou falando/cantando palavras que glorifiquem a Deus e estejam de acordo com as escrituras e a nova aliança que Deus estabeleceu com os homens), e também louvar em espírito (falando e/ou cantando em línguas estranhas ou novas línguas; para tanto, é necessário que o indivíduo tenha recebido o resvestimento de poder ou o batismo no Espírito Santo - Atos 8:14-17, 1Coríntios 14:15);
-Orar agradecendo a Deus por tudo ou dar sempre ações de graças por tudo (isso também significa não lamentar nem reclamar pelas coisas que aparentemente não estejam indo bem ou não estejam acontecendo da maneira que gostaríamos);
-Estarmos sujeitos aos nossos irmãos (perdoá-los, sermos compreensivos, não tratá-los mal e estarmos prontos a ouví-los e socorrê-los) por causa do temor que temos a Deus.  

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Missionária Oriana Costa



quarta-feira, 15 de março de 2017

O pecado - Estudo bíblico - parte 4

A verdadeira igreja do Senhor Jesus Cristo é feita de pessoas que não desejam mais desagradar a Deus, uma vez que a mensagem do evangelho é essencialmente a pregação da salvação eterna obtida pela fé no sacrifício de Jesus Cristo; esta fé deve nos levar ao arrependimento sincero de pecados, ou ao arrependimento verdadeiro das nossas faltas diante do Criador de todas as coisas.

No entanto, as pessoas não se tornam perfeitas e param de pecar de uma hora para outra, como num passe de mágica, assim que aceitam ao Senhor Jesus como suficiente salvador e Senhor. Elas terão que aprender a não pecar, terão que substituir todo o ensino que receberam no mundo pelo ensino de Cristo.

Neste mundo, tudo é aprendido. Fisicamente, o homem foi criado por Deus para aprender, experimentar, descobrir, criar. O próprio Deus precisou passar informações e ordens para o homem, assim que o criou, para que ele pudesse ter cautela com o que havia ao seu redor e não se prejudicar:

"E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá". (Gênesis 2:16,17)

A palavra de Deus nos mostra que espiritualmente já sabemos tudo, estamos prontos, mas, materialmente, não. Isso está registrado nos livros de Mateus e Marcos, quando o Senhor Jesus ensina: "Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca". (Mateus 26:41/Marcos 14:38)

Então, da mesma forma que aprendemos a dar vazão ao que nossa carne deseja fazer, também temos que aprender a rejeitar seus desejos, e em lugar de agirmos de forma carnal, agirmos conforme a vontade do nosso espírito recriado, como explica o apóstolo Paulo:

"Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça." (Romanos 6:12,13)

"Por isso digo: vivam pelo espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao espírito; e o espírito, o que é contrário à carne." (Gálatas 5:16,17)

E falando em espírito recriado, é bom lembramos que ao crermos na obra redentora de Jesus Cristo e ao aceitarmos seu governo sobre nossas vidas, nós imediatamente recebemos um novo espírito, que na Bíblia lemos como "nascer de novo". Como já vimos e entedemos na parte 3 deste estudo, uma vez que o espírito morre, está morto para sempre. É por isso que Satanás e os anjos que com ele caíram não podem ser redimidos, e estão condenados para sempre. 

Nas escrituras podemos ler o seguinte:

"Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles." (Ezequiel 11:19)

"Digo-lhe a verdade: Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo. O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito." (João 3:5-8)

Vivemos em duas dimensões distintas, diferentemente do Criador e seus exércitos celestes. Por isso, Deus teve misericórdia da nossa situação, após a entrada do pecado, tendo em vista que não somente somos seres espirituais, mas também materiais, e, fisicamente, não sabemos de tudo como acontece com os que estão na realidade eterna.

Com a ressurreição do Cristo homem ou do Cristo físico, que foi arrebatado (subiu aos céus) e está na realidade eterna neste exato momento, agora o Pai tornou possível a existência de novos espíritos humanos, que são gerados desta nova entidade.  

Para entendermos melhor o que realmente acontece: toda vez que alguém crê verdadeiramente em Jesus Cristo como seu justificador e o aceita como Senhor de sua vida, na realidade eterna sai de Cristo um espírito humano novo, ou seja, Ele "dá à luz" dentro de Seu Reino a um novo espírito humano, totalmente limpo, puro, sem pecado, que automaticamente substitui o espírito morto desse alguém (João 14:23).

Este novo espírito não peca jamais, não deseja pecar, não há pecado nele (1João 3:9).

Ele é nascido de Cristo, é cidadão do Reino de Deus, e é totalmente igual a Cristo: está em unidade com o Pai e com o Seu Espírito (também chamado de Espírito da verdade, Consolador, ou como é mais conhecido, de Espírito Santo). O detalhe é que este novo ser humano espíritual, que é puro, passa a habitar dentro de corpos humanos que ainda estão cheios de maldade, com almas (ou mentes - ou entendimento) que ainda não tem o pleno conhecimento da verdade que liberta!

"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:1,2, ACRF) 

Por isso, vai existir uma dificuldade (que será de fato uma batalha diária) em trazermos esta nova realidade para a nossa realidade material. Teremos que aprender a não mais obedecer aos nossos desejos e passarmos a obedecer ao espírito de Cristo que está em nós. O apóstolo Paulo fala claramente sobre isso:

"Assim, encontro esta lei que atua em mim: Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. Pois, no íntimo do meu ser tenho prazer na lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente (...) De modo que, com a mente, eu próprio sou escravo da lei de Deus; mas, com a carne, da lei do pecado." (Romanos 7:21-25)

"Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gálatas 2:20)


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Uma curiosidade:

O espírito novo ou "nascido de novo" literalmente sai de Cristo, é gerado n'Ele e entregue aos que creem; em Gênesis, podemos ler como o espírito de Adão foi colocado dentro de seu corpo:

"Então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente." (Gênesis 2:7)

No trecho bíblico acima, a frase "se tornou um ser vivente" explica que Adão passou a ter consciência de existência, ou seja, passou a ter um espírito. Isso não acontece com os animais, por exemplo. Os animais tem alma, mas, não tem espírito, eles não tem consciência de que existem. São almas em corpos, ou criaturas, apenas. 

Se prestarmos bem atenção no relato existente em Gênesis 1 e 2, perceberemos que há uma distinção entre a forma como o ser humano foi feito da forma como os animais e plantas passaram a existir. Deus soprou apenas no homem, mas, não fez isso com os animais. Os animais apenas foram criados materialmente, e o homem, foi criado do pó da terra e ainda recebeu "um sopro espiritual", que é um diferencial entre ele e o animal.

Da mesma forma que o Pai soprou um espírito puro (santo, sem pecado) em Adão, Cristo foi visto soprando nos apóstolos, dando-lhes espíritos novos e puros:

"Novamente Jesus disse: "Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio". E com isso, soprou sobre eles e disse: "Recebam o Espírito Santo."" (João 20:21,22, NVI)

Este espírito santo que Jesus estava entregando naquele momento a cada um dos apóstolos não era o revestimento de poder do Espírito Santo (observe que o Consolador só foi dado à igreja (ou derramado na igreja) no Dia de pentecostes, após a ascenção de Jesus aos céus - Atos 2:1-4); mas, se tratava de espíritos recriados, espíritos que saíram de Cristo.

Obs:. abaixo, análise da palavra "espírito" a partir do escrito original em grego, constante no versículo 22 de João capítulo 20, a partir de dados do e-Sword :
















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Missionária Oriana Costa


terça-feira, 14 de março de 2017

O pecado - Estudo bíblico - Parte 3

Após a transgressão de Adão, tendo em vista que todos os seres humanos são seus descendentes, espiritualmente, ao chegarmos a este mundo todos nós já estamos separados de Deus, e em nossa carne se encontra o pecado (todas as obras da carne), ainda que ignoremos isso: "Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe." (Salmos 51:5) E o pecado já está julgado e sentenciado na realidade eterna, como está escrito em Romanos 6:23. Sua sentença, portanto, é a morte para sempre.

Pessoas que não entendem a vontade perfeita do Criador acreditam que ao morrerem fisicamente não tem mais jeito, que é o fim: e esta afirmação é, de fato, verdadeira. É a realidade delas, realmente! Para os que estão longe de Deus, esta é a sentença para sempre, com o adicional de que, espiritualmente, a morte se continuará para os tais de uma forma dolorosa, visto que todos nós somos espíritos e estes não tem fim: não param de funcionar, não sofrem decomposição, não deixam de existir.

O nosso Criador não se agrada com o fato de nós estarmos condenados e de que sofreremos por isso para sempre; Ele realmente deseja que tenhamos vida na dimensão eterna. Contudo, Deus não passa por cima de Sua palavra; Ele não invalida o que já está sentenciado na eternidade, e por isso mesmo avisou a Adão o que lhe aconteceria caso resolvesse transgredir algumas das regras já antes estabelecidas pelo Senhor.

Desta forma, o Pai precisou criar uma nova realidade, com novas leis, para que pudéssemos escapar desta condenação.

A palavra de Deus assim explica:

"Aquele que pecar é que morrerá. O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho. A justiça do justo lhe será creditada, e a impiedade do ímpio lhe será cobrada. Mas, se um ímpio se desviar de todos os pecados que cometeu e obedecer a todos os meus decretos e fizer o que é justo e direito, com certeza viverá; não morrerá. Não se terá lembrança de nenhuma das ofensas que cometeu. Devido às coisas justas que tiver feito, ele viverá. Teria eu algum prazer na morte do ímpio?, palavra do Soberano Senhor. Pelo contrário, acaso não me agrada vê-lo desviar-se dos seus caminhos e viver?" (Ezequiel 18:20-23)

No trecho acima notamos claramente que, para o que estiver longe de Deus (ou, para os que são ímpios), no dia do julgamento não serão levadas em conta as bondades que praticaram, mas, somente as maldades, pois os "atos de justiça" de um "injusto" não tem poder para justificá-lo de suas ofensas ao Criador. Os justos, ou seja, os que estão perto de Deus, serão considerados de acordo com o bem que praticaram, sem que suas ofensas ao Senhor sejam levadas em consideração. É assim que a justiça de Deus funciona eternamente.

Então, como pode um pecador se justificar perante o Criador, se ele já está morto espiritualmente e esta situação é irreversível? Como pode alguém se converter totalmente de suas maldades, se não há opção, ainda que paralelamente faça o bem? É aí que Deus entra com uma nova realidade, providenciando um maravilhoso escape para toda a humanidade.

Deus tornou possível um ser humano ser recriado espiritualmente (um espírito vivo é colocado no lugar do espírito morto) e também materialmente (ressuscitação), sendo justificado de suas transgressões eternamente, tornardo-o totalmente justo, gratuitamente. 

Para tanto, o Criador envia e instala em nosso meio a realidade de Cristo. Ele é a expressa justiça de Deus, é a imagem do Deus Criador para nós. O espírito de Cristo já existia antes que os seres humanos tivessem sido criados e, quando veio à terra como ser humano, foi o único totalmente justo diante do Pai:

"O Senhor me criou como o princípio de seu caminho, antes das suas obras mais antigas; fui formada desde a eternidade, desde o princípio, antes de existir a terra." (Provérbios 8:22,23)

"No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ela estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito." (João 1:1-3)


Porém, a forma como Ele passaria a ter autoridade para justificar a humanidade é que seria muito difícil, pois iria requerer um grande sacrifício da parte d'Ele, e nisso, felizmente Ele concordou com o Pai, ainda que soubesse o gigantesco sofrimento que passaria.

A terrível condição era que Ele teria que se deixar ser rejeitado, perseguido, humilhado e morto de uma forma violenta, com a promessa de que seria ressuscitado fisicamente em seguida, e não somente Ele, mas, todos os que cressem n'Ele:

"Então ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado (...), fosse morto e três dias depois ressuscitasse. Ele falou claramente a esse respeito." (Marcos 8:31,32)

"Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. (...) Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia." (João 6:37-40)

Então, "Cristo homem" aceitou morrer para nos justificar, porque nos amou, e nos ama, assim como o Pai ama a sua criação. Precisamos entender que a condição de Cristo como ser humano era a seguinte: a Ele foi dado um corpo sem pecado e perfeito, como os que foram dados a Adão e Eva, com o detalhe de que Ele seria tentado, como Adão e Eva foram, sem, no entanto, transgredir as leis estabelecidas pelo Pai como eles fizeram.

Para nos justificar, portanto, Cristo teria que continuar na terra na mesma condição em que estava no espírito, e, desta maneira, teria que resistir TODAS as tentações e permanecer com o corpo puro (santo - sem maldade), até o dia determinado por Deus: então, neste dia, ser condenado por "crimes" que não cometeu e ser morto, pagando pelas transgressões de toda a humanidade.

Assim, Cristo homem, ou, o Filho do homem, precisou passar a vida inteira resistindo diretamente a Satanás, sem pecar (ou, se mantendo santo), proclamando ao povo a existência do Reino de Deus com palavras e sinais prodigiosos (ainda que não entendessem ou acreditassem), para depois ser condenado e sacrificado violentamente a fim de justificar pessoas impuras.

Além de tudo isso, Ele teria que iniciar a "Sua nação" (ou a sua igreja), escolhendo e treinando alguns homens (que eram pecadores(!), e que somente depois de sua ressurreição iniciaram o genuíno processo de arrependimento de pecados), dentre os que estavam em Israel, para darem continuidade à proclamação da mensagem de salvação na terra.

Ele trabalhou bastante e de uma forma intensa, sem dúvida alguma, e teve de executar tudo minuciosamente (de acordo com o que já estava predito nas escrituras) dentro de apenas três anos.

O destino da existência humana foi colocado todo nas mãos do Filho do homem. Se não fosse o amor verdadeiro a Sua criação que tivesse motivado o Senhor desde o princípio, realmente este escape não existiria. Ele teria desistido se não nos amasse de verdade; e teve a opção de desistir, se quisesse. Mas, para nossa felicidade, Ele foi até o fim, abrindo para nós uma maravilhosa e única porta para a vida eterna:

"Levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes então: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal. Fiquem aqui e vigiem comigo. Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: "Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, NÃO SEJA COMO EU QUERO, MAS SIM COMO TU QUERES". Então, voltou aos seus discípulos e os encontrou dormindo." (Mateus 26:37-40)

"Os chefes dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas. Então Pilatos lhe perguntou novamente: "Você não vai responder? Veja de quantas coisas o estão acusando". Mas Jesus NÃO RESPONDEU NADA, e Pilatos ficou impressionado." (Marcos 15:3-5)


Missionária Oriana Costa - 14/03/2017

O pecado - Estudo bíblico - Parte 2

Em se tratando de convívio dentro da igreja, a instrução contida na palavra de Deus com relação a discriminação de pecados, ou seja, rejeitar pessoas que cometam certos tipos de pecados (excetuando-se, obviamente, o convívio de cristãos com os de fora da fé), diz o seguinte:


"Já lhes disse por carta que vocês não devem associar-se com pessoas imorais. Com isso não me refiro aos imorais deste mundo, nem aos avarentos, aos ladrões ou aos idólatras. Se assim fosse, vocês precisariam sair deste mundo. Mas agora estou lhes escrevendo que não devem associar-se com qualquer que, dizendo-se irmão, seja imoral, avarento, idólatra, caluniador, alcoólatra ou ladrão. Com tais pessoas vocês nem devem comer. Pois, como haveria eu de julgar os de fora da igreja? Não devem vocês julgar os que estão dentro? Deus julgará os de fora. "Expulsem esse perverso do meio de vocês"". (1 Coríntios 5:9-13, NVI)


O apóstolo Paulo chamou de imoralidade a promiscuidade sexual, aqui conotada como incesto, que foi o ato de um filho ter relações sexuais com a própria mãe, ou um enteado ter relações sexuais com a madrasta. Este pecado foi cometido por um dos homens que frequentava a igreja de Corinto. O texto sugere que a mulher não se entregou ao homem, mas, que provavelmente sofreu violencia, pois, do contrário, Paulo certamente teria ordenado para que os dois fossem expulsos da congregação.

Então, a instrução bíblica deixa bem claro que não devem estar no convívio da igreja pessoas que aceitaram Jesus e se batizaram para confirmar a fé, porém, vivem como indivíduos que não tem o Espírito Santo dentro de seus corações, levando uma vida semelhante aos que andam longe de Deus.

A presença do Espírito Santo dentro de nós é que nos direciona a rejeitar as obras da carne e nos leva ao arrependimento genuíno de pecados, nos impulsionando a andar de acordo com a justiça de Deus e dar o fruto do espírito. É o Espírito de Deus que convence os seres humanos do pecado, da justiça e do juízo, e testifica que a mensagem do evangelho é verdadeira (João 16:8-15).

Pessoas que se dizem evangélicas ou crentes, e assumem serviços eclesiásticos, mas, contudo: se comportam de forma imoral ou são irreverentes, não são generosas, são místicas (colocam tradições religiosas ou mundanas acima da verdade da palavra de Deus), se satisfazem em falar mal dos outros (críticos e fofoqueiros), insistem em continuar na bebedeira e nas farras ou são pessoas desonestas (que mentem ou se corrompem facilmente), devem ser destituídas do exercício de seus serviços, e, se for o caso, expulsas da igreja pela liderança.

Claro que, antes que tomem decisões extremas, as lideranças devem conversar com essas pessoas, e orar, apresentando ao Senhor a situação, para que sejam guiados pelo Espírito de Deus e não pela indignação ou decepção que possam estar sentindo. O Senhor Jesus, no trecho bíblico abaixo, mostra como devemos agir com pessoas que insistem em permanecer transgredindo a palavra de Deus na igreja:

"Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas’. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano." (Mateus 18:15-17, NVI)   

A permanência de indívíduos que não se arrependeram realmente de seus pecados no convívio congregacional influenciará outros a procederem da mesma maneira! Algumas vezes, esses indivíduos nem chegam a ser mesmo expulsos: eles mesmos acabam indo embora por não suportarem o convívio com os irmãos que buscam santidade, ou mesmo por se sentirem rejeitados devido ao comportamento inadequado.

A quem ache muito duro o discurso, e não concorde com a orientação do Apóstolo Paulo em 1Coríntios 5, sobre a qual tratamos no início deste estudo, no entanto, se ela não for cumprida à risca, traz sérios problemas para dentro da igreja, pois, como está escrito: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes." (1 Coríntios 15:33, NVI)

Quem se arrepende verdadeiramente de seus pecados pela fé no Senhor Jesus Cristo muda realmente de atitude, pois agora é uma nova criatura que seguirá os passos do Senhor Jesus. No caso dos que estão presos aos vícios, se ao receberem a salvação não conseguirem se libertar imediatamente, de boa vontade irão buscar ajuda para serem libertos ao invés de perturbarem a paz da igreja e influenciarem os irmãos a pecar.


Missionária Oriana Costa - 02/02/2017